Em 1828 Thomas Dartmouth "Daddy" Rice criou o personagem Jim crow, pintando sua cara de branco, os lábios de vermelho e dançando de forma caricata para ridicularizar a cultura e a vida dos negros escravizados
A prática se tornou uma tradição que estava aliada com as crenças científicas que determinavam a inferioridade intelectual, cultural e moral de pessoas negras. O cinema pulverizou esse estereótipo no imaginário popular com filmes como A Nigger in the Woodpile (1904)
Claro que, o Brasil, alinhado com a visão eurocentrica e racista da época importou a tradição e criou sua própria versão do Jim Crow, a Nega Maluca.
O @InfiltradosNC é um programa exclusivo do @SpotifyBR que você pode escutar gratuitamente no app. Acompanha essa nova série, Estereótipos Cinematográficos que começou essa semana.
Samuel George Morton é considerado o pai do racismo científico, ele construiu a teoria das 5 raças baseado em um tipo de poligenismo bíblico que considerava as raças "não brancas" uma degeneração da criação do Deus cristão
Essa hierarquia racial determinava que brancos americanos e europeus eram o limite da evolução humana em todos os aspectos, principalmente na moral, na religião, na cultura e no físico
Na hierarquia de Morton, a estrutura do crânio caucasiano seria mais avançada do que, respectivamente, as das raças mongol, malaia, ameríndia e etíope (designando todo continente africano)
Se você é parente de um dos maiores racistas desse país, que transformou teorias deterministas em leis, pregou a esterilização e chamou negros de degenerados, não pode ocupar os mesmos espaços de relevância e carregar o "prestígio" do nome dele fingindo que isso nunca aconteceu
Por isso tô lembrando sempre quem foram os maiores propagadores do racismo científico brasileiro, quem "Inventou" teorias de inferiorização do negro. Alguns nomes aqui: Renato Kehl institucionalizou o racismo open.spotify.com/episode/6unAFP…
Monteiro Lobato foi o propagandista da eugenia, patrocinou, editou e colaborou com publicações
Essa capa é a cara de uma parte progressista do país que ainda é responsável pela invisibilidade negra e periférica. Greta, Malala e Felipe Neto são importantes, transformadores, e comunicadores poderosos mas não sintetizam "uma geração".
Porque esses jornalistas, dessas redações estão distantes das histórias do dia-a-dia. Da correria de quem atravessa as ruas, desvia do crime, sobrevive a guerra policial e ainda tem um tempo para ser voluntário na ONG e do cursinho preparatório
São distantes da história de alguém que era conhecido como filho de um ex-traficante e hoje é um advogado importante pra sua comunidade @joelluiz_adv
Ou de uma mulher que idealizou uma dos maiores projetos de distribuição de livros pra gente negra @winniebueno
Após a derrota na guerra civil americana que aboliu a escravatura, os Confederados foram convidados por Dom Pedro II para aproveitar um pouco mais da escravidão aqui no Brasil
Eles trouxeram suas teologias racistas e conseguiram prosperar por 2 décadas utilizando a mão escravizada para produção de algodão, fundaram igrejas e escolas e uma cidade: Americana
Apesar dos seus descendentes não estarem mais diretamente ligados a escravidão e ao racismo, eles exibem em festivais símbolos utilizados pela Ku Klux Klan e celebram em festivais a memória dos antepassados escravagistas no país
Na década de 50 o Nazista responsável pelo assassinato de 900 mil pessoas estava trabalhando na a Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP) utilizando o nome verdadeiro Franz Stangl, ele e outros nazistas foragidos vieram para o Brasil após a Segunda Guerra Mundial
Investigações recentes mostra que o governo de Getúlio Vargas facilitou a entrada de vários nazistas, alguns ainda não identificados pelos pesquisadores e permitiu até 1938 o crescimento da maior célula nazista fora da Alemanha, á partir de Blumenau (SC)
Documentos enviados da célula brasileira imploravam para a Alemanha tirá-los daqui: "Eles (os brasileiros) assassinam nossa gente no corpo e na alma, porque os alemães são obrigados a viver junto com uma mistura de todas as raças"
Uma das coisas mais fantásticas e emblemáticas das culturas do continente Africano são as máscaras ritualísticas. Por vezes, representando leões, gorilas e outros animais em festas ou funerais, as máscaras carregam um verdadeiro poder para os povos originários e seus descendentes
Apesar do Brasil ter uma ligação cultural enorme com vários povos africanos, o significado dessas máscaras são um verdadeiro enigma para a maior parte de nós. Elas são muito mais do que enfeites, o culto das máscaras é responsável pela manutenção da harmonia na sociedade
Em muitas regiões, como Burkina Faso, Nigéria ou Congo elas são sagradas. Suas formas geométricas e cores são dispostas para fazer sentido em conjunto com os passos do ritual e a celebração da audiência. O conjunto é a chave, cada indivíduo tem seu papel que não pode ser rompido