1- Há muitas virtudes no quarto episódio do #retratonarrado da @pirescarol , seja na pesquisa ou na narrativa. Muitos já falaram delas. Mas vejo dois problemas claros, já presentes antes no tom de boa parte da imprensa e da @revistapiaui :
2- a) o primeiro é a ideia de uma hegemonia plena do petismo, que a observação atenta mostra não existir. As aprovações por pesquisas de opinião pública são um dado importante, mas as resistências institucionais de mídia, judiciário, forças armadas e establishment religioso+
3- sempre foram fortes e constantes. A ideia de uma direita completamente isolada e minoritária é parte da auto-imagem da própria ultradireita, ou seja, parte do jogo político que eles entendem como jogo narrativo. O que nos leva ao segundo problema, na minha perspectiva.
4- b) Não é possível comprar esse discurso sem mediação ou crítica. A pesquisa do do Marlos Aypus, o rei dos fios lineares que "provam", por acúmulo de matérias escolhidas a dedo, coisas no twitter reforçam essa característica, o que empobrece os bons pontos do podcast.
5- A narrativa triunfal obscurece as distinções entre o bolsonarismo e a ultradireita emergente. Os fenômenos estão, é claro, relacionados, mas é importante que os distingamos , até pra compreender não apenas seus distintos passados, mas talvez seus futuros diversos.
6- A naturalização dos discursos do atores também perde os apoios e financiamentos que fizeram o movimento possível. Claro que existiram militantes movidos por afetos, como a busca por distinção ou o ressentimento, mas os movimentos mais amplos são elementos necessários do todo.
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