Thread by @girolatino

🇨🇱 Em função da pandemia, o plebiscito constitucional do Chile segue com a votação aberta até 20 horas de Santiago (também 20 horas em Brasília), em vez de encerrar às 17, como é habitual nos processos eleitorais do país. A primeira divulgação dos resultados deve ocorrer às 21 h.

Os chilenos respondem a duas questões:

1 - Se aprovam ou rechaçam a elaboração de uma nova Constituição.

2 - Havendo nova Constituição, se ela deve ser escrita por uma comissão mista (com metade dos membros vindo do Congresso atual) ou por uma Constituinte exclusiva.

As pesquisas de intenção de voto sempre mostraram amplo apoio ao "aprovo" e à Constituinte exclusiva.

Se as pesquisas acertarem, porém, é apenas o início de tudo.

Em abril de 2021, haverá votação para escolher os membros da Constituinte. E, em algum momento de 2022, a Constituição irá ela própria a plebiscito para decidir se é adotada ou rejeitada, permanecendo a atual.

Em nossa newsletter deste sábado, contamos mais sobre o processo que pode levar a uma nova Constituição para o Chile.
girolatino.substack.com/p/chile-plebis…

Os primeiros resultados do plebiscito já começam a sair.

Voto pela nova constituição (0,40% apurado):

Aprovo - 80,82% (17.955)
Rechaço - 19,18% (4.262)

Voto por tipo de órgão (0,19% apurado):

Constituinte Exclusiva - 86,67% (9.964)
Constituinte Mista - 13,33% (1.533)

Voto pela nova Constituição (5,23% apurado):

Aprovo - 77,27% (251.323)
Rechaço - 22,73% (73.933)

Voto por tipo de órgão (0,36% apurado):

Constituinte Exclusiva - 83,97% (16.873)
Constituinte Mista - 16,03% (3.222)

Apuração da 1ª questão vai bem mais rápido até aqui.

Voto pela nova Constituição (11,29% apurado):

Aprovo - 77,26% (570.253)
Rechaço - 22,74% (167.800)

Voto por tipo de órgão (0,87% apurado):

Constituinte Exclusiva - 80,52% (36.180)
Constituinte Mista - 19,48% (8.752)

Voto pela nova Constituição (19,05% apurado):

Aprovo - 77,50% (1.001.157)
Rechaço - 22,50% (290.668)

Voto por tipo de órgão (2,24% apurado):

Constituinte Exclusiva - 79,18% (96.340)
Constituinte Mista - 20,82% (25.338)

A Constituinte exclusiva, que tem tudo para ser a opção vencedora, também se destaca pela exigência de que seja paritária. Serão 155 eleitos, e nem homens nem mulheres poderão ter mais de 50% dos assentos + 1 (isto é, 78).

https://twitter.com/arielpalacios/status/1320520389525721088

O calendário eleitoral do Chile depois disso:

abril/2021: eleições municipais + membros da Constituinte

novembro/2021: eleições presidenciais

em algum momento de 2022: plebiscito para aprovação ou rejeição da Constituição que ainda será escrita

A Constituinte terá um mandato de nove meses, prorrogável uma única vez por mais três, ao fim dos quais deverá apresentar o texto para o presidente (que, provavelmente, já não será Piñera, que entrega o cargo em março de 2022) convocar o novo plebiscito.

Voto pela nova Constituição (27,52% apurado):

Aprovo - 77,60% (1.475.548)
Rechaço - 22,40% (425.962

Voto por tipo de órgão (4,93% apurado):

Constituinte Exclusiva - 78,83% (222.035)
Constituinte Mista - 21,17% (59.620)

Todas as pesquisas nacionais realizadas ao longo do ano indicavam vitória por ampla margem das opções que estão na frente. Pelo jeito, não haverá surpresa alguma nesta noite.

Agora ficamos à espera dos próximos capítulos: quem formará a Constituinte e que texto sairá de lá

Faixa dos manifestantes na "Plaza Dignidade": "apagar teu legado será nosso legado", em referência à Constituição herdada dos dias de Pinochet - e que agora poderá ser substituída.

https://twitter.com/ChileInformado1/status/1320492795887570950?s=19

Plaza Dignidad é a forma como a Plaza Baquedano, em Santiago, foi rebatizada extraoficialmente após se converter no epicentro do estallido social de 2019.

Voto pela nova Constituição (36,33% apurado):

Aprovo - 77,71% (1.981.382)
Rechaço - 22,29% (568.180)

Voto por tipo de órgão (9,74% apurado):

Constituinte Exclusiva - 78,95% (462.768)
Constituinte Mista - 21,05% (123.391)

Voto pela nova Constituição (45,23% apurado):

Aprovo - 77,85% (2.496.143)
Rechaço - 22,15% (710.378)

Voto por tipo de órgão (16,45% apurado):

Constituinte Exclusiva - 78,97% (809.646)
Constituinte Mista - 21,03% (215.632)

Voto pela nova Constituição (97,11% apurado):

Aprovo - 78,27% (5.709.237)
Rechaço - 21,73% (1.585.181)

Voto por tipo de órgão (92,88% apurado):

Constituinte Exclusiva - 79,13% (5.216.931)
Constituinte Mista - 20,87% (1.375.704)

🇧🇷🇨🇱 Voto chileno no Brasil:

Pela nova Constituição (71,42% apurado):

Aprovo - 72,05% (263)
Rechaço - 27,95% (102)

Por tipo de órgão (57,14% apurado):

Constituinte Exclusiva - 72,06% (196)
Constituinte Mista- 27,94% (76)

Outro registro.

Celebração na "Plaza Dignidad".

Do chão.

O Chile aprovou, hoje, que vai escrever uma nova Constituição e que ela será elaborada por uma assembleia inteiramente formada para isso.

Ainda terá que escolher quem vai escrevê-la.

E, quando chegar a hora, se vai mesmo adotar a nova Constituição.

https://twitter.com/girolatino/status/1320466010563108864

É um passo importantíssimo - e, como destacamos na newsletter, será a primeira vez que o Chile vai escolher não apenas se quer uma Constituição diferente, mas quem vai escrevê-la

Mas atenção: ainda não significa que o país vai adotar mesmo um novo texto. Isso, só veremos em 2022

Apuração quase completa.

Voto pela nova Constituição (99,66% apurado):

Aprovo - 78,28% (5.874.085)
Rechaço - 21,72% (1.630.150)

Voto por tipo de órgão (99,43% apurado):

Constituinte Exclusiva - 78,99% (5.620.141)
Constituinte Mista - 21,01% (1.494.979)

Esta foi a votação com o maior número absoluto de eleitores presentes desde o retorno à democracia. Com o aumento da população, um crescimento é esperado. Mas há outro dado: desde 2012, o voto não é obrigatório. Comparecimento superou também os desta fase.
latercera.com/politica/notic…

Comparecimento às votações desde que o voto deixou de ser obrigatório:

Municipais/12: 43,2%
Presidenciais/13 (1º turno): 49,4%
Presidenciais/13 (2º turno): 42,0%
Municipais/16: 35,8%
Presidenciais/17 (1º turno): 46,7%
Presidenciais/17 (2º turno): 49,0%
Plebiscito/2020: 50,9%