Sobre a matéria do El País e a necessidade de honestidade.
Como sabem, no último sábado, o El País soltou uma matéria de ataque contra mim assinado por Felipe Betim e Flávia Marreiro. O professor Safatle já informou em suas redes que foi consultado para uma matéria sobre+
radicalização da esquerda, não sendo informando que seria um material destinado a me atacar e repudiou a atitude dos jornalistas.
Mas não é só isso. O Felipe Betim me mandou essas perguntas. Como podem ver, as perguntas são todas enviesadas, preconceituosas +
anticomunistas com leves toques reacionários e cheias de cascas de banana.
Respondi educadamente perguntando se minhas respostas seriam publicadas na íntegra. Betim respondeu que as respostas não seriam publicadas na íntegra +
mas apenas "aspas" e que eu poderia no máximo ver as "aspas" selecionadas.
Eu disse que só aceitaria vendo a matéria, não apenas as "aspas", dado que as "aspas" por si só não fazem sentido. O sentido é dado pelo corpo da matéria.
O Felipe disse que eu não poderia ver a matéria. Alegou procedimento normal do jornalismo.
Eu respondi (print nos comentários) que as perguntas eram totalmente enviesadas, preconceituosas e que claramente buscavam me encaixar num rótulo. Sugeri a possibilidade de mudar o +
teor das perguntas, mas foi recusado.
No último email que me mandou, MENTINDO, Betim diz ""A minha reportagem, ao contrário de outras que saíram na imprensa, não foca na sua figura nem nessa discussão sobre Stalinismo, Losurdo e Caetano +
(ainda que mencione você e essa discussão, claro). O texto aborda mais as ideias de uma esquerda revolucionária que está ganhando as redes e influenciando o debate, além de como e por que isso vem acontecendo""
Compare a matéria com o que ele disse que seria a matéria.
O que temos é um jornalista de má fé que o tempo todo, desde as formulações das perguntas, buscou me encaixar num rótulo, produziu cascas de banana, não esteve interessado em momento nenhum em entender o que eu penso de fato
Isso não é jornalismo. É relações públicas do liberalismo tropical.
“mas não apenas em suas respostas, mas já nas próprias perguntas havia uma mitificação” - Marx e Engels: A ideologia alemã.
a resposta mencionada
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Foram atrás de um vídeo de Boulos de 2014. No vídeo, Boulos explica o que entende por poder popular e cita como exemplo o processo de auto organização nas ocupações do MTST. Boulos descreve como em caso de conflitos, como violência doméstica, a ocupação+
cria mecanismos de resolução de conflitos, combate ao machismo, defesa da mulher etc. Cita que evitam chamar a PM nesses casos. Boulos estava falando da situação específica de um OCUPAÇÃO que é brutalmente criminalizada pelo poder público e a polícia.
Eu já visitei várias ocupações do MTST e ajudei o movimento a ocupar um terreno em Recife. Vi com meus olhos a PM intimidar os trabalhadores, fazer baculejo por nada contra jovens, fazer batida atrás de drogas - querendo plantar drogas - para criminalizar toda ocupação.
Dirijo uma coleção junto com Gabriel Landi, a quebrando as correntes. A Coleção já é, mesmo com apenas dois títulos, uma das mais vendidas na cultura de esquerda no Brasil. Eu e o Landi somos os autores mais vendidos da história da Autonomia Literária na pré-venda de um livro +
A coleção visa publicar autores marxistas da periferia do sistema capitalista. Somos os responsáveis por colocar a disposição da militância escritos de Thomas Sankara, que simplesmente não tinha tradução. Agora vamos publicar PELA PRIMEIRA VEZ no Brasil, escritos dos +
das organizações de indígenas, porto-riquenhas, asiáticas e mexicanas marxistas dos Estados Unidos. Ano que vem, no 3° volume do quebrando as correntes, pela PRIMEIRA VEZ no Brasil, teremos uma coleção com escritos de marxistas árabes, 90% dos autores nunca publicados no Brasil.
Acabei de ler a matéria publicada no El País dedicada à minha pessoa. Sobre o conteúdo político e teórico da matéria, como devem imaginar, eu achei péssimo, expressão de um sociologismo vulgar e uma versão clean da "teoria" das ferraduras +
Nesse ponto, é de total direto do jornal escrever o que deseja. Não é crime e muito menos antiético ser teoricamente pobre e manifestar miséria intelectual. Zero problemas.
O problema da matéria é o parágrafo final, onde é operada uma distorção sobre a troca de mensagens eletrônicas que tive com um dos autores da matéria, Felipe Betim. A distorção é tão grave que toca nas raias da mentira.
Hoje, na abertura de um programa liberal que assisto, o apresentador falou que o caso do Glenn não tinha como ser censura porque o The Intercept é uma empresa e quem aplica censura é o estado.
É pura ideologia liberal e cínica a ideia de ver o Estado +
como o reino potencial ou real de toda negação da liberdade e o mercado, ou a "sociedade civil", como portador de toda virtude, e por essência, impossível de negar a liberdade, dado que as relações são contratuais, "consensuais".
essa visão, além de filosoficamente tosca, é uma brutal fuga ou negação da história. Nesse tipo de visão, a censura objetiva que os monopólios de mídia privados - não tem uma TV que defenda reforma agrária, por exemplo - é legitimada, naturalizada e apoiada.
Nova pesquisa da XP-Ipespe divulgada pelo Valor aponta que Boulos tá MUITO PRÓXIMO de ultrapassar Russomano. O cavalo paraguaio caiu de novo. Boulos subiu 4 pontos e vai a 15% (!!!). Na pesquisa espontânea, Covas tem 20% e Boulos o SEGUNDO com 13% e Russo com 12%.
Márcio França - o divulgador de pesquisa FALSA - tá caindo e praticamente empatado com Jilmar Tatto que, como até as pedras do mar sabiam, não está descolando.
França e Tatto estacionados e o primeiro em queda.
Só Guilherme Boulos pode garantir a esquerda no 2° turno de SP!