O que aconteceu no dia que o @GuilhermeBoulos foi preso tava tacando fogo em pneu? Segue o fio pra saber mais sobre esse dia (que foi foda)
Isso aconteceu em 2017, em um atipicamente frio 17 de Janeiro. Um terreno em São Mateus, ZL de São Paulo, era ocupado por 700 famílias. Gente normal, que trabalha e tenta pagar as contas - mas não consegue e se vê forçado a morar em uma invasão pq não pode pagar aluguel.
Pra quem não conhece a cidade, esse terreno fica aqui, a cerca de uma hora de viagem da Praça de Sé ou duas horas da Berrini. É bem afastado do Centro e é uma região bem simples, com poucas opções de lazer, educação, saúde, etc.
Foi determinado que as famílias deveriam desocupar o terreno. O prazo dado pra que saíssem dali: 5 dias. Imagina você ter que sair de casa e arrumar outro lugar pra morar em 5 dias. Arrumar tudo, achar outra casa, se mudar. 5 dias. 120 horas.
O MTST não tinha ligações com a ocupação, mas foi chamado pelos líderes de moradores pra tentar intermediar com a polícia e com o poder público uma alternativa.
Mas vocês sabem que com o poder público e com a PM não tem muita conversa. Aí alguns moradores fizeram barricadas na avenida pra tentar resistir e ganhar tempo.
Não deu certo: a PM foi pra cima com a tropa de Choque, jogou bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e estavam também com armas carregadas de balas de borracha. Os moradores se entregaram.
Alguns pertences conseguiram ser retirados, carregados em mãos, em caminhões que o MTST e outras organizações conseguiram disponibilizar em cima da hora. Famílias. Mulheres grávidas. Crianças. A vida carregada ali do jeito que dava. Chovia. Tinha lama. Fazia frio.
Muitas coisas foram destruídas por tratores. As pessoas foram pra rua, sem ter pra onde ir. Muitos perderam o quase nada que tinham. Não tinha caminhão pra todo mundo, não tinha tempo pra todo mundo, não tinha nada. Tinha trator.
Duas pessoas foram presas, @GuilhermeBoulos e um ajudante de pedreiro chamado José. José tem 2 filhos, que felizmente não estavam lá no dia da ocupação. Depois de ser solto, José disse que preferia ter ficado preso ao saber que sua casa foi destruída. g1.globo.com/sao-paulo/noti…
Além do Boulos e outras lideranças de movimento social, @esuplicy e @pejulio estavam ali pra apoiar as pessoas que eram expulsas. Excelente companhia.
Depois, os moradores se espalharam. Algumas famílias foram recebidas em outra ocupação do MTST na ZL, esta em um terreno que estava há 30 anos vazio quando foi invadido, em 2017. Felizmente, a ocupação segue até hoje, já com água, esgoto, escola… grupoterranova.com.br/projetos/vila-…
Enfim, foi isso: @guilhermeboulos foi preso tentando ajudar famílias que não tinham pra onde ir, pessoas que tiveram 5 dias pra se mudar, sem dinheiro, sem apoio do governo. E foi solto logo em seguida, aliás. Não ficou um dia preso. outline.com/UeJHV4
Eu se fosse moradora de um lugar desses, se estivesse ameaçada de perder o pouco que possuísse, eu também tacava fogo na rua. E ser preso por apoiar essas pessoas não é motivo de vergonha. É pra ter orgulho do @guilhermeboulos. É pra votar 50 amanhã com gosto. #ViraSP50
Uma observação importante, já que o fio caiu em uns perfis famosos e tá começando a aparecer uns espíritos sem luz pra encher o saco: não tenho nenhuma ligação com o PSOL, nunca recebi nenhum centavo de nenhum partido político pra falar nada. Queria só deixar isso bem claro.
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Fiz uma listinha pra votar em vereador aqui em SP. Todo mundo na lista é mulher, preta, LGBTQ+, periférica, mãe, quilombola, indígena, defensora das minorias ou várias dessas coisas juntas. Segue, em ordem alfabética. Por mim podem votar em qualquer um desses que acho bom.
(vou colocar o nome, número e site da pessoa pra vcs conhecerem mais)
eu fico vendo os vídeo de produção tradicional de comida e depois tudo que desejo em meu coração é morar no mato plantar tomate colher tomate fazer molho sabe
quando eu ficar muito rica vou viajar pra Puglia comer burrata, depois ir pra Islândia comer pão de lava, depois ir pro Japão comer Shojin Ryori depois pra França comer queijo feito no monastério depois encher a cara de batata na Bélgica depois doce de leite no Uruguay depois
Chocolates na Suíça, tomates na Espanha, hommus no Líbano, muhammara e shakshuka na Turquia, guacamole lotado de pimenta ate chorar no México, patacones fritinhos na Colômbia, bolo de rolo em Recife, pizza em São Paulo, manga na Bahia. Vou viajar o mundo comendo coisa boa demais
A minha micro empresa está em um endereço residencial, se perguntarem pro porteiro se tem uma agência de estratégia no prédio certeza que ele vai dizer que não, que é residência. E eu não sou fantasma não, trabalho pra cacete, pago meus impostos, atendo clientes, etc
E não tenho funcionários, sou eu e eu mesma emitindo notas contra clientes variados, em valores variados: tem cliente que me paga mensalmente, outros apenas uma vez, outros ainda pagam a cada 3 ou 4 meses e aí parece um valor super alto; esse ano fiquei 2 meses sem nada...
Ou seja: pode parecer que minha empresa seja fantasma, mas to aqui todo mês fazendo entregas. Algumas são totalmente intelectuais, nem tem como mostrar um produto e dizer “fiz isso aqui ó”
Vou contar a minha história com Loro José e bonecos de espuma em geral.
Anos atrás atendia Azeite Andorinha em uma agência. Um belo dia, abriu um espaço de merchan no programa da Ana Maria Braga com preço bom, cliente pirou, bora pensar no que fazer. +
Pessoal da criação trancado na salinha quebrando a cabeça, a gente de estratégia fazendo pesquisa pra ver o que as pessoas pensam e sentem sobre o programa, minha diretora declara "A gente tem que mexer com o Loro". Queríamos uma coisa leve, divertida, melhor usar o Loro. +
Avisamos a Criação, eles curtiram a estratégia, uns dias depois emergem da sala com a ideia: A mascote da marca seria a Andorinha Dorinha. E detalhe, ela seria NAMORADA DO LORO JOSÉ. Até aí, tudo bem, a ilustração tava linda, tudo fofo. Até o diretor desenvolver a ideia. +
Como acabei em artigos sobre Covid na Africa? Vi um filme de terror ÓTIMO na Netflix com refugiados, fui ler mais sobre os conflitos na região e no país de onde eles vinham. O filme se chama O Que Deixamos Pra Trás, e te assusta 2x: com o sobrenatural e com a vida real. Mt medo.
A gente não faz ideia do tanto de conflito político-étnico-religioso que acontece em alguns países do continente africano, como Sudão, Burkina Faso, Etiópia, Líbia. São guerras civis destruidoras, que matam milhares de pessoas e obrigam outras tantas a sair de lá e buscar asilo.
Imaginem a situação de um país em que as pessoas preferem fugir só com a roupa do corpo do que ficar lá onde estão família, amigos, sua vida inteira... Pra abandonar assim é porque a guerra já destruiu isso tudo, não tem mais familia, amigos, casa.