Você sabia? O primeiro número da revista britânica The Economist, de 1843, trazia uma matéria de capa sobre as relações comerciais com “the Brazils”. Como assim? 👇🏻🧵
Embora estejamos acostumados a ver nos mapas históricos um Brasil unificado desde 1822, a vastidão do território era tal que os britânicos e outros ainda falavam à época de vários “Brasis”.
O interesse comercial britânico não era pequeno. O Brasil era desde 1808 o maior mercado para as exportações da Grã-Bretanha na América do Sul.
Em 1842, a Grã-Bretanha havia enviado ao Rio de Janeiro uma missão especial chefiada por Henry Ellis para negociar um novo tratado comercial e persuadir o Império brasileiro a abolir o tráfico negreiro.
A missão fracassou. Em 1844, o governo imperial declara abolido o cargo de “juiz conservador da nação inglesa” e o antigo Tratado de 1827 não é renovado. A Grã-Bretanha perde diversos privilégios que havia conquistado no início do século XIX.
Claro que a história não acaba aí. A questão do tráfico de escravos, por exemplo, de triste memória, irá gerar novos atritos entre os dois países, culminando na Lei Euzébio de Queirós, que aboliu o tráfico em 1850.
Anos depois, o Ministro plenipotenciário britânico no Rio, William Dougal Christie, ainda continuava a pressionar por reivindicações ligadas ao comércio e à escravidão no Brasil.
Ele será o pivô da chamada Questão Christie (1862-65), a desinteligência bilateral que resultou no único caso de rompimento diplomático na história do relacionamento entre o Brasil e a Grã-Bretanha.
A primeira coisa que uma Embaixada precisa para funcionar bem é ter uma equipe de trabalho comprometida, incluindo o chefe do posto, funcionários do serviço exterior brasileiro e contratados locais. #Itamaraty
O pessoal lotado se ocupa dos muitos setores de uma #Embaixada: político, comercial, cultural, consular, defesa e segurança, cooperação, meio ambiente, imprensa, educação, ciência, tecnologia e inovação, administração, contabilidade, comunicações, etc... (ops, quase não coube).
Mas nos lugares onde as condições de vida são mais difíceis, lotar bem uma Embaixada não é tarefa fácil. Quem vai cuidar do arquivo?
Nesta terça-feira, 15 de setembro, tem início a 75ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas. Dúvidas a respeito? Segue o fio. 👇🏻
As Nações Unidas constituem a principal organização multilateral de escopo universal. Seus três pilares são: 1) manutenção da paz e da segurança internacionais; 2) desenvolvimento econômico e social; e 3) promoção dos direitos humanos.
A Assembleia Geral é o principal órgão deliberativo das Organização e reúne todos seus 193 Estados-membros. Na Assembleia Geral, cada Estado tem direito a um voto, independentemente de seu tamanho, população, poder militar ou econômico.
Some friends asked me for an English version of my thread on why Brazil is the first to speak in the annual General Debate of the UN General Assembly. Here it is.
Why is Brazil the first to speak at the UN General Assembly? Every year in September people ask themselves this question. Time to dispel a few myths about this tradition.
Myth 1: The tradition began in 1946 during the 1st General Assembly.
Not really. Brazil was not even the first Member State to speak in 1946. The customary practice will be established a few years later.
Por que o Brasil é o primeiro a discursar na ONU? Todo ano em setembro as pessoas se fazem esta pergunta. Hora de desfazer alguns mitos sobre essa tradição. Segue o fio. 👇
Mito 1: A tradição começou em 1946 na 1a Assembleia Geral da ONU.
Na verdade não. O Brasil nem foi o primeiro a discursar em 1946. O costume vai ser estabelecido alguns anos depois.
Mito 2: Oswaldo Aranha presidiu a 2a Assembleia Geral da ONU em 1947, então essa deve ser a razão.
Não há relação entre as duas coisas. Aranha era Presidente da Sessão e sequer integrava a delegação brasileira. O Embaixador João Carlos Muniz foi quem discursou pelo Brasil.