A postura do "não adiantar falar, as pessoas não vão fazer de qualquer jeito" é perigosa por interditar o debate.
Ela parte do princípio que há o certo e o errado e esconde as nuances por trás da pandemia. Passa a impressão que as coisas ou são 100% perigosas ou 100% seguras
Quando se fala em redução de danos e dicas de prevenção não estamos falando de seguir todas elas, necessariamente. Mas se conseguirmos convencer alguém a fazer algo mais seguro, mesmo não sendo 100% seguro, temos um enorme avanço
Vejo muito esse tipo de postura no debate sobre as festas de fim de ano. Alguns falam "não tem que ter e ponto final". Outos falam "não adianta falar pra fazer isso ou aquilo porque ninguém vai fazer"
Percebe que não estamos dando uma receita de bolo para fazer algo totalmente sem riscos. Estamos tentando direcionar para o que é mais seguro dentro de um contexto mais amplo. Mostrar que uma pequena mudança pode ter um impacto grande no risco total associado
Tem quem não vai fazer e ponto. Tem quem vai fazer de qualquer jeito não estando nem ai pra nada. Mas a grande maioria está entre esses dois polos e está recebendo informações e recomendações contraditórias e cheio de ruído
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Uma das coisas que sinto é que o debate sobre reabertura de escolas é muito pouco propositivo. Mesmo quando tem algumas propostas elas são vagas e muito pouco objetivas.
A postura de dizer "não adianta propor X porque aqui no Brasil não vão fazer" me parece complicada
Porque de novo ela interdita o debate e trabalha em cima de um binarismo de que a escola é um ambiente 100% perigoso e enquanto ela não for 100% segura ela não vai reabrir. Falar de reabrir depois da vacina me parece absurdo também
Lembrando que os testes clínicos da vacina são feitos em voluntários acima de 18 anos. Ou seja, ainda não se sabe nem da segurança nem dá eficácia das vacinas em crianças. Sabe-se lá quando teremos as vacinas para as crianças. Improvável que antes de 2022
Isso aqui é importante! A gente aprendeu muito sobre a pandemia desde março e já sabe que alguns lugares são bastante seguros enquanto outros tem um risco enorme de eventos de super espalhamento. Uma segunda onda não será como em março quando fechamos tudo do dia pra noite
Não faz sentido discutir Lockdown ou não. Não faz sentido esperar o crescimento de casos pra tomar alguma atitude. A gente já deveria estar restringindo espaços internos, mal ventados, aglomerados e onde as pessoas estão sem máscara
A transmissão é essencialmente pelo ar. A transmissão acontece de forma heterogênea em cluster de super espalhamento basicamente. A gente precisa que as diretrizes sejam atuizadas de acordo com as descobertas
Marcelo também citou um ponto ótimo. Gestores jogando a responsabilidade da decisão no colo da "saúde pública" e se privando de discutir o assunto mais profundamente. A essa altura já era pra existir plano A, B, C, D e E pra cada cenário específico da pandemia
E isso já deveria estar sendo comunicado com clareza. A minha impressão é que o interesse no tópico "segunda onda" se dá justamente porque a população acha que do nada essa tal segunda onda vai vir e vamos ter que fechar tudo do dia pra noite que nem em março
Aquelas manchetes "O R do Imperial College deu 1.3" por exemplo. E aí o jornalista do que 10 infectados transmitem pra 13 outras pessoas
Quando na verdade a dinâmica é muito mais 10 infectados, 9 não infectam ninguém e 1 pessoa infecta 13. Ou seja, controlar a pandemia é evitar a situação que favorece esse evento de superespalhamento. É proibir aglomeracoes em espaços fechados com pessoas sem máscara
Uma vez que você se infecta com o vírus, você demora em média 2 a 3 dias para ter o potencial de transmitir para outras pessoas. Mais 2 ou 3 dias, em média, você começa a apresentar os primeiros sintomas
O pico da infecciosidade, ou seja, quando você tem maior risco de transmitir para alguém, acontece mais ou menos próximo do dia dos primeiros sintomas. Por isso é importante que você se isole assim que apresentar os primeiros sintomas!
Em geral, para casos leves ou assintomaticos, em média, 10 dias após os primeiros sintomas você já não infecta ninguém, mas é importante conversar com o médico sobre a saída do isolamento
Muito importante e algo que venho falando há tempos. Ajuste da máscara ao rosto é fundamental. Um melhor ajuste, evitando entradas de ar pelo lado e por cima, protegem muito mais o usuário!
Por isso é importante não só usar mas usar corretamente a máscara
Verifique o ajuste da máscara ao rosto. Tiras que prendem na nuca permitem uma maior tensão e melhor ajuste que elásticos da orelha. Procure máscara com arame para ajuste no nariz. Veja se a máscara veda bem as laterais
Verifique a qualidade da máscara com testes da luz, da vela e do borrifador. Quanto mais camadas melhor. Ainda há opção de se usar uma PFF2 em situações de maior risco ou para pessoas do grupo de risco.