O fim da militarização da polícia é um dos temas da TV GGN 20 horas desta segunda-feira (07/12). Veja este e outros destaques no fio a seguir:
O programa começa analisando os dados da covid-19 no Brasil: apenas nesta segunda-feira (07/12), foram registrados 20.371 novos casos e 376 novos óbitos
Em termos de novos casos, a média diária semanal voltou a superar a marca de 40 mil casos, enquanto os óbitos estão na faixa de 600 registros.
Os registros por estado mostram crescimento generalizado: 15 estados apresentam alto crescimento, enquanto sete estados mostram crescimento moderado, quatro estados estão em patamar estável e apenas um estado mostra queda no número de casos.
Em sete dias, a média semanal aponta uma disparada de 277,6% no número de casos de covid-19 no Rio Grande do Norte, seguido pelos avanços em Rondônia, Acre, Mato Grosso do Sul, Paraná, Amapá e Tocantins.
Com relação ao número de óbitos por estado, 15 estados apresentam alto crescimento, três estados mostram crescimento moderado, quatro estados estão em patamar estável e cinco estados apresentam queda drástica.
"Essa guerra das vacinas, o que acontece: o (general Eduardo) Pazuello é um desastre absoluto. A desmoralização das Forças Armadas com o Pazuello, que era considerado craque na logística, mas é incapaz de planejar uma campanha de vacinação"
"(Pazuello) Abriu mão de todos os altos funcionários do Ministério da Saúde, levou militares sem nenhum conhecimento. Você tem a questão das seringas, das agulhas para a vacina que ele não planejou, ele não fez a negociação com as vacinas. É um desastre absoluto".
"Para completar, temos o Bolsonaro querendo colocar mais um militar na Anvisa para politizar a Anvisa", pontua Nassif. "Ele (Bolsonaro) está promovendo uma destruição completa em silêncio".
"O que o Pazuello está fazendo, é coisa que envolve mortes. Cada incompetência dele são 10 mil pessoas que morrem a mais, 20 mil, 30 mil pessoas. Como deixar solto isso aí?"
"Essa questão da saúde mental, estão destruindo uma política que levou décadas para ser construída. E fica perdido isso. A imprensa conseguiu descobrir que a ciência é relevante no combate á pandemia, estão fazendo um ótimo trabalho de orientação de público", diz Nassif
"Na hora que entra doença mental, você tem todo um trabalho científico mostrando qual que tem que ser o caminho - que não tem que ser comunidade terapêutica, não tem que ser esses hospitais/hospícios terríveis com histórico de humilhação e tortura em cima de doentes mentais"
Em entrevista à TV GGN, Raul Albino Pacheco Filho - professor titular da PUC-SP - abordou "o horror que está ocorrendo com a volta das comunidades terapêuticas, que é uma maneira de jogar dinheiro para as igrejas que são aliados políticos"
A íntegra da entrevista com Raul Albino Pacheco Filho pode ser vista aqui -
Nassif lembra que, quando você impõe abstinência, "você afasta um conjunto de pessoas que poderiam ser recuperadas. Por isso, você tem a redução de danos, que você vai reduzindo a dosagem dos viciados até que o organismo se acomode em uma situação saudável".
"Tudo isso o que está ocorrendo é uma destruição que envolve pessoas", diz Nassif, citando artigo da Reuters afirmando que a entrada de militares na Anvisa visa tornar a Anvisa um instrumento de Bolsonaro e colocando em risco a saúde pública,
"Tudo bem, ele não fala mais bobagens em público, mas continua o desmonte. Deixa ele falar as bobagens, a questão é o desmonte e as instituições não conseguem segurar a peteca".
Sobre o STF garantir a reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, Nassif diz que "a intenção era manter o Congresso segurando Bolsonaro"
"É evidente que o Gilmar (Mendes), quando dá o voto dele, ele conversa antes com os colegas e tem uma concordância, pois ele não vai dar a cara para bater se não tiver uma chance de ser aprovado o voto"
"Aí começa uma grita geral - e justa, pois o STF não pode mais desrespeitar a Constituição. E ministros que tinham concordado antecipadamente, na hora que veem a gritaria pública, voltam correndo"
"Não é por convicção, é por uma questão de pressão da opinião pública", diz Nassif. "As instituições não estão sendo suficientes para impedir essa destruição que está ocorrendo no país"
"E essas destruições não são no nível 'sai Bolsonaro e refaz tudo. Não é isso que acontece", diz Nassif, pontuando a entrevista realizada com o jurista Gilberto Bercovici, da Faculdade de Direito da USP dentro da série Brasil Milênio.
A íntegra da entrevista com Gilberto Bercovici, que aborda o desenvolvimento regional do Brasil, pode ser vista aqui -
"No Congresso, a discussão não é quem segura o Bolsonaro, é como o PMDB e o DEM se aliam... Se o Bolsonaro estiver impopular lá frente, pulam do barco. Se estiver popular, se mantém. E o Supremo é a mesma coisa"
"Gastaram toda a munição política no impeachment e em abrir espaço para o Michel Temer, que é um dos governos mais perniciosos da história. Ele era um Bolsonaro sem os arrufos do Bolsonaro. É um liberalismo tosco"
Sobre a declaração de Paulo Hartung, que afirmou que ele e o Luciano Huck são de centro-esquerda: "bom mocismo não define posição política"
"Você é de centro - não estou dizendo de esquerda ou de direita - se você tem um conjunto de defesas e que coloca os direitos acima dos interesses econômicos imediatos. É isso"
"Se você tem uma organização ineficiente e corta os recursos sem promover as mudanças, ela fica mais ineficiente ainda. É evidente. Você tem setores amplamente eficientes, e que são os mais corroídos pela redução de gastos públicos"
"Se você pega impostos sobre consumo, o Brasil é um dos países com mais alta carga tributária do mundo. Se você pega impostos sobre ganhos de capital, é uma das mais baixas do mundo"
"Se eu tenho tributação sobre ganho de capital baixa, e tributação sobre consumo alta, então ou reduzo um e aumento outro, é evidente que não tem uma isonomia".
"E aí vem o discurso de mídia de que 'o funcionário público é privilegiado em relação ao do setor privado, então tem que igualar os dois lá embaixo'. A isonomia não é assim"
"A isonomia é a situação dos assalariados de uma forma geral, versus a situação dos rentistas de uma maneira geral. Essa é que é a divisão, entre o topo da pirâmide e a base da pirâmide".
Ao analisar o comportamento da indústria automobilística, Nassif diz que uma análise da média móvel em 12 meses aponta uma redução de 14% no licenciamento de automóveis ante maio/2020 e de 26,82% em relação a novembro/2019 - "isso não é recuperação nem a porrete"
Ao avaliar as exportações, o total negociado foi 10,61% menor ante maio, 26,65% a menos do que em fevereiro, e 27,83% abaixo do visto em novembro/2019.
"É um país atrasado demais, e uma economia atrasada demais - o mercado é o maior empregador de economistas, e é ele que pauta a mídia"
"O mercado só quer um tipo de análise: binária. Compro ou vendo, é só isso que interessa (...) E em cima desse compro ou vendo, fica uma imprensa medíocre que segue esse tipo de sinais de mercado e você passa a atuar politicamente"
"Você tem eventos muito mais concretos que implicam em alta ou queda, e aí colocam as reformas. E quando vai se discutir as reformas, é uma loucura", diz Nassif
"É uma loucura a superficialidade, é humilhante para o jornalismo. Não tem o menor conhecimento sobre o que é gestão pública (...) Peguem pessoas que conheçam o tema"
"O editorial, que deveria ser a parte mais nobre do jornal, defendendo a reforma administrativa para o Estado trabalhar nas mesmas condições do setor privado"
"O Estado tem que ter um corpo estável de funcionários. Se você não tem corpo estável de funcionários - e cada presidente que entra, cada governador, vai aparelhar o Estado, é óbvio".
"De um lado você tem uma crítica ao aparelhamento, e uma baita defesa a uma reforma do Estado que vai multiplicar por 14 o número de cargos comissionados no Estado. Dá para entender? É sub-jornalismo. E é tudo visto de forma superficial"
"Como é que reduz desigualdade? Com uma tributação que tribute mais a riqueza e tribute menos o trabalho. E na hora que entra nisso, fora"
Sobre a reforma da polícia, Nassif afirma que, no caso do Brasil, é a desmilitarização da Polícia Militar. "Perderam o controle"
"O que você tem, hoje, são gangues armadas que matam sem pestanejar. E uma justiça militar que preserva essas pessoas. E um Ministro da Justiça (Sergio Moro) com excludente de licitude. Dois governadores que, quando assumiram, promoveram a violência"
"O que está acontecendo: essa social democracia que surge, eles vão de acordo com as ondas do momento. Quando a onda era a violência de todo nível, a violência bolsonariana, todos caíam de cabeça (...)"
"Uma lei penal que é um escárnio, que pega a rapaziada que trafica por falta de emprego e joga em presídios onde caem direto na dependência das organizações criminosas, os maiores alimentadores de organizações criminosas"
"Toda uma indústria que se criou em torno disso, a indústria da privatização dos presídios (...) O usuário de drogas da zona sul do Rio é consumidor, e da periferia é traficante"
"Essas mortes reiteradas. Oito crianças mortas em um ano, gente. Não dá. A Polícia Militar falhou, é uma instituição que fracassou", diz Nassif.
"Um dos pontos que vai separar civilização e barbárie é a postura de candidatos de partidos em torno dessa questão da polícia e desse código, dessa lei de drogas terrível que foi criada", finaliza Nassif.
A íntegra do programa pode ser acompanhada aqui -

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