A ideia do tratamento é fornecer anticorpos específicos contra vírus SARS-CoV-2 para neutralizá-lo.
Essa imunidade "instantânea" poderia ser administrada como um tratamento de emergência para pacientes internados em hospitais e residentes de lares para ajudar a conter os surtos.
No entanto, cabe lembrar que essa imunidade não é permanente! Não estamos mobilizando nossas células do sistema imunológico adaptativo, que vai não só responder, como gerar células que irão se lembrar da infecção. A pessoa permanece suscetível ao vírus!
Segundo a reportagem “Se pudermos provar que este tratamento funciona e evitar que as pessoas expostas ao vírus desenvolvam o Covid-19, seria uma adição empolgante ao arsenal de armas em desenvolvimento para combater esse vírus terrível.”
E sem dúvida ajudaria muito! Mas não podemos confundir sobre essa questão dos tipos de proteção: somente a vacina quem poderá nos conferir uma proteção duradoura e que tem o poder de conter a pandemia da COVID-19, se a sociedade engajar na vacinação!
Vocês devem lembrar de anticorpos monoclonais, certo? O Trump, recebeu um coquetel de anticorpos monoclonais quando teve COVID-19, mas da desenvolvedora Regeneron
Segundo a reportagem, a equipe espera que o coquetel de anticorpos protege contra Covid-19 por entre 6-12 meses. Os participantes do ensaio estão recebendo em 2 doses, uma após a outra. Se for aprovado, será oferecido a alguém que foi exposto à COVID-19 nos 8 dias anteriores.
Segundo o site da AZ, a fase 3 foi anunciada em Outubro, contando com mais de 6 mil participantes de diversas localidades dentro e fora dos EUA
A expectativa é, com a análise do FDA positiva, o medicamento possa estar disponível em Março/Abril. Os testes ocorreram em diversos hospitais, como UCLH, vários outros hospitais britânicos e uma rede de 100 locais em todo o mundo
Sem duvida, o impacto é super relevante, especialmente para casos com maior risco de agravamento, ou hospitalizados já.
Os dados do Ensaio Clínico da AZD7442 pode ser encontrado aqui. Ainda não temos os dados completos publicados clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT04…
Um ponto relevantíssimo quando falamos de anticorpos monocloais é o desafio inerente dessa terapia na produção e distribuição. Um artigo da @nature aborda bem esses temas nature.com/articles/d4158…
Para a produção desses anticorpos monoclonais, os pesquisadores isolam os anticorpos de pacientes em recuperação e identificam aqueles que melhor ‘neutralizam’ o vírus ligando-se a ele e impedindo sua replicação.
Em seguida, eles produzem esses anticorpos em massa no laboratório. Se o tratamento for eficaz, as empresas aumentarão a produção, usando células cultivadas em biorreatores gigantes.
A abordagem é diferente do plasma convalescente. No plasma, temos uma mistura de diferentes anticorpos e moléculas retiradas diretamente do sangue de pessoas recuperadas de COVID-19. Nos anticorpos monoclonais, produzimos de forma bem específica vários clones do mesmo anticorpo
Os efeitos de ambas as abordagens são de curto prazo: somente a vacina poderá gerar uma resposta imunológica de longa duração.
Mas o principal limitante não é esse. Esse tratamento (anticorpos monoclonais) pode não chegar a grande parte do mundo.
Segundo o artigo da Nature, "anticorpos monoclonais são geralmente mais caros de fazer do que as drogas de moléculas pequenas, eles devem ser injetadas em vez de administradas por via oral e são difíceis de serem duplicadas pelos fabricantes de medicamentos genéricos"
Ainda, "cerca de 80% das vendas globais de anticorpos terapêuticos licenciados - que tratam doenças auto-imunes, entre outras doenças - estão nos Estados Unidos, Europa e Canadá."
A pandemia estimulará inovações tecnológicas como já vem fazendo, para encontrarmos maneiras mais rápidas e baratas de distribuir amplamente essa terapia, por exemplo. Depende também de acordos comerciais, e de estratégias para fazer chegar em locais com menor recurso
No meu fio anterior, destaquei, a partir da fala brilhante do Eric Topol, essa questão da desingualdade no recebimento/fornecimento dessa terapia:
Vamos aguardar o parecer do @US_FDA sobre essa terapia promissora, e torcer muito para que seja aprovado, e que consigamos delinear estratégias e logística para que, tanta sua produção seja escalonável, quanto sua distribuição ser mais abrangente
ATUALIZAÇÃO SOBRE AS OUTRAS DESENVOLVEDORAS QUE TAMBÉM SOLICITARAM APROVAÇÃO DE SUAS TERAPIAS DE ANTICORPOS AO FDA:
O bamlanivimabe é autorizado para pacientes com resultados positivos no teste viral direto de SARS-CoV-2, com 12 anos de idade ou mais, pesando pelo menos 40 kg (cerca de 88 libras) e que apresentam alto risco de progredir para COVID-19 grave e / ou hospitalização.
Isso inclui pessoas com 65 anos de idade ou mais, ou que tenham certas condições médicas crônicas.
Os anticorpos casirivimabe e imdevimabe foram aprovados para serem administrados juntos para o tratamento de COVID-19 leve a moderado em adultos e pacientes pediátricos (12 anos de idade ou mais e pesando pelo menos 40 quilogramas [cerca de 88 libras])
com resultados positivos do teste viral direto de SARS-CoV-2 e que apresentam alto risco de progredir para COVID-19 grave. Isso inclui pessoas com 65 anos de idade ou mais ou que tenham certas condições médicas crônicas, segundo a agência (link acima)
IMPORTANTE: O casirivimabe e o imdevimabe não estão autorizados para pacientes hospitalizados devido ao COVID-19 ou que necessitem de oxigenoterapia devido ao COVID-19.
E de forma similar, o bamlanivimab também não está autorizado para pacientes que estão hospitalizados devido ao COVID-19 ou requerem terapia de oxigênio devido ao COVID-19.
São as atualizações dos coquetéis da Eli Lilly e da Regeneron :). Vamos aguardar a da AstraZeneca e torcer para que essa terapia possa chegar em locais que realmente as necessitem.
Lembrando que: imunização duradoura e barata? VACINA #euvoutomarvacina
Durante uma entrevista ao jornal britânico Sunday Times, o CEO da AstraZeneca anunciou que a vacina, em parceria com a Univ. Oxford, terá uma eficácia parecida com Moderna/Pfizer, que atingiram um patamar de 95% e que submeteram os dados a agência britânica
Leitura importante! Vacinação é sobre estratégia. Mesmo uma vacina com eficácia de 50% pode salvar milhares de vidas (como a da gripe, que tem ~46-60% faz todos os anos). Como? ESTRATÉGIA! Vacinando uma grande % da população.
Está sendo divulgado o resultado da vacina da Sinovac na Turquia, em que apresentou 91,25% de eficácia. Não temos o número de eventos, perfil de participantes ou qualquer outra informação além desse valor, o que dificulta a análise da extensão do dado
De qualquer forma, a Sinovac está coletando base de dados para um anúncio considerando os estudos realizados nas diferentes localidades. São amostras populacionais diferentes, o que nos leva a crer que talvez, os dados aqui do Brasil, tenham valores diferentes de outros locais.
Novamente, vacinas com eficácia acima de 50% já serão MUITO importantes para o enfrentamento da COVID-19 aqui no Brasil. Lembrem-se que vacinas da gripe tem eficácia menor (46-60%) e salvam milhares de vidas.
É uma dúvida de muitos, e esse estudo publicado pela Agência @fiocruz reforça o que estamos dizendo: recuperados da COVID-19 também devem se vacinar, quando for possível.
De acordo com a notícia, um grupo de indivíduos assintomáticos positivos para a COVID-19 foi acompanhado desde Março. Nessa época, testaram positivo para COVID-19 através do teste diagnóstico de RT-qPCR. Uma das pessoas acompanhadas retornou em maio, com sintomas mais fortes
Os sintomas eram febre, perda de paladar e olfato. Ao fazer novamente a RT-qPCR, os indivíduos testaram positivo, mas os testes acusaram que a infecção desse momento era proveniente de uma outra cepa do SARS-CoV-2 em relação àquela em março.
Comentários sobre a coletiva do Gov. de São Paulo sobre a CoronaVac -🧶
Acontecendo em:
Índices exigidos de eficácia (pelo menos 50%) pela @anvisa_oficial e @WHO atingidos, segundo o secretário Jean Gorinchteyn.
Dimas Covas: ontem chegou-se aos nº's iniciais/análises da fase 3. Mais de 13 mil voluntários incluídos.
Perfil de segurança: analisados mais de 20 mil aplicações da vacina. Vacina segura, segundo Dimas Covas. Manifestações adversas leves, reação mais presente foi dor no local da injeção, similar entre o grupo do imunizante e do placebo.
Graças a boa vigilância que temos em vários países, como o Reino Unido, estaremos detectando variantes do SARS-CoV-2 ao longo do tempo. E é importante que isso seja feito, para podermos realizar estudos e observar as adaptações que essas variantes podem ter. (1/n)
Quando vocês se depararem com a notícia "variante detectada", façam o passo a passo: 1) respira! 2) Estudos já foram realizados com ela? 3) Pergunte a um cientista/divulgador científico que tu acompanha. Esses estudos são mais complicados e é sempre bom consultar cientistas
4) Lembrar que, independente da variante do SARS-CoV-2, os mecanismos abaixo funcionam PRA TODAS:
a) uso adequado de máscaras
b) distanciamento físico e evitar aglomerações
c) ambientes abertos, bem arejados
d) higienização adequada