Já no começo da letra do Racionais Mc’s, Edi Rock ele já começa com algo que pode ser trabalhado na filosofia “Entre o sucesso e a lama, dinheiro, problemas, invejas,
luxo, fama”, esse primeiro ponto, entre sucesso e a lama, dá o sentido de equilíbrio, onde a pessoa estaria nesse meio, entre essas duas coisas.
O filósofo Epicuro trabalha a vida levada dessa forma, com equilíbrio, para ele, nós devemos satisfazer nossas vontades, comer, beber, dormir, satisfazer nossos prazeres como um todo, mas evitando os excessos.
Após colocar sucesso e lama como coisas opostas, é citado algumas coisas que envolvem isso: "dinheiro, problemas, invejas, luxo, fama”.
O filósofo fala que esse meio termo, satisfazendo os prazeres, mas não se excedendo, daria uma vida boa para o indivíduo, então, evitaria o que fala a letra, os problemas, a inveja…
Epicuro ainda fala que a questão da inveja, deve ser evitada a todo custo, já que não é nem um prazer natural, nem que fará algum bem ao ser humano, ou seja, deve ser realmente descartado.
Em outra parte, é citado “Me ver pobre, preso ou morto já é cultural”, aqui podemos ter a noção do que trabalha Foucault em sua obra “A Sociedade Punitiva”, o filósofo faz uma cronologia das formas de punição ao longo dos tempos,
demonstrando como a sociedade lida com o crime ao longo dela, chegando até o século XIX, que após a queda da monarquia e a ascensão da burguesia, a vida do pobre(do proletário) é criminalizada.
Dentro da sociedade, aqueles que não tem casa, não tem emprego, são presos por “vagabundagem”, além de serem criadas inúmeras leis para o controle dessas pessoas dentro das cidades,
já que aqueles que eram detentores dos meios de produção (A Burguesia), também eram agora detentores das leis.
Uma parte importante da letra retrata o machismo expresso na sociedade “sempre a provar, que sou homem e não um covarde”, colocando aqui a forma que o homem é visto na sociedade, precisando ser forte,
precisando não demonstrar vulnerabilidades e realmente, sempre tendo que demonstrar isso “sempre a provar”.
A filósofa Simone de Beauvoir trabalha essa questão de como a existência da mulher é condicionada dentro da sociedade, moldando ela a forma que deve agir, porém, esse conceito de como a mulher não nasce sendo da forma que a sociedade lhe impõe a ser,
pode ser tratado também a partir da figura masculina nesse estereótipos, de que o homem tem que ser alguém sempre corajoso, tanto é que a frase fala “sou homem e não um covarde”, apresentando que caso você não seja homem, você é um covarde.
Outro conceito trabalhado ao longo da letra é do deslocamento, que fala o filósofo alemão Freud, Mano Brown diz “A multidão é um monstro sem rosto e coração”,
após citar inúmeras dificuldades que passou na infância. A letra traz um ar agressivo, o que acontece, segundo o filósofo, por conta desse deslocamento.
Já que para o filósofo, quando sofremos uma violência, como Mano Brown sofreu em sua infância pelas inúmeras dificuldades, precisamos desaguar isso de alguma forma, como um cano de escape,
a violência não se dissipa, ela precisa sair e aqui, podemos ver essa violência sendo descarregada na letra.
Os Simpsons e a Alienação do trabalho em Adam Smith
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Para Adam Smith, o processo de alienação do trabalho é explicado na questão de uma fábrica de alfinetes, no qual a separação da fábrica em várias tarefas leva ao progresso e desenvolvimento da mesma, assim seria com tudo dentro da sociedade.
Porém esse processo gera alguns problemas na sociedade, dentro de Os Simpsons podemos observar que Homer não é uma pessoa muito culta, para Adam Smith isso é dado pela mutilação das mentes, uma coisa que acontece com a alienação do trabalho.
LITRÃO (MENOR NICO) E SIMONE DE BEAUVOIR
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Na música que virou hit, os cantores Menor Nico e Petter Ferraz questionam sobre o consumo excessivo de álcool da pessoa que amam e dão a ela um ultimato, para que ela escolha entre a pessoa (a boca) ou continuar bebendo (o litrão).
É interessante notar que muitas músicas apontam para o uso de álcool por parte de homens, mas são poucas as que criticam isso, pelo contrário, elas mostram que beber é bom, que tem que beber mesmo e essas coisas…