Começa às 11h a votação que pode confirmar o 2º impeachment de Donald Trump. Considerando que as regras lá e no Brasil são um pouco diferentes, aqui vai um fio bem explanatório para quem não acompanha política americana e quer entender o que vai acontecer em algumas horas. 🧵👇
A Constituição americana concede à Câmara dos Representantes o poder de abrir e votar as acusações e, ao Senado, o poder de julgar. Na Câmara, basta maioria simples para o processo andar, ou seja: dos 435, são necessários 218. Atualmente, há 222 democratas eleitos na Casa.
Considerando que os Democratas têm a maioria, o processo deve seguir com facilidade. Alguns representantes republicanos também já anunciaram que votarão a favor, incluindo @RepJohnKatko (R-NY) e @Liz_Cheney (R-WY, filha do vice de Bush Filho, Dick Cheney).
Uma vez aprovado na Câmara, Donald Trump é formalmente "impichado". Ao longo da história, só 3 presidentes cruzaram essa linha: Andrew Johnson (1868), @BillClinton (1998) e o próprio Trump (2019). Todos se salvaram e Trump será o 1º a sofrer impeachment duas vezes.
Trump permanece no poder e os Artigos de Impeachment seguem para o Senado. Lá é instaurado o julgamento, conduzido pelo presidente da Suprema Corte dos EUA (atualmente John Roberts, indicado por Bush Filho). São necessários 2/3 dos 100 votos (ou seja, 67). cnn.it/2XAmnAh
Caso seja condenado, Trump é removido do cargo. Isso não implica em perda automática dos direitos políticos e ele poderia se candidatar novamente em 2024 a menos que uma maioria simples do Senado (51 votos) decida o contrário.
É provável que a votação aconteça apenas depois que @JoeBiden já tiver assumido, mas com a condenação Trump também perderia:
* Pensão anual e vitalícia de US$ 200 mil;
* Cota de US$ 1 milhão anual para viajar;
* Proteção completa e vitalícia do Serviço Secreto.
E como deve ser no Senado? Isso dependerá de quando @SpeakerPelosi entregará os Artigos de Impeachment. Se o julgamento acontecer agora (pouco provável, já explico), democratas precisariam de grande ajuda republicana, já que possuem 48 votos apenas. bit.ly/3so08Mm
Líder dos Republicanos, @senatemajldr já disse que o Senado está em recesso e, para votar as acusações seria necessário que todos concordassem em voltar ao trabalho. Na estimativa dele, o julgamento só acontecerá após posse de @JoeBiden. bit.ly/2LIEJMQ
A depender do dia em que isso acontecer, os novatos democratas da Geórgia (@ossoff e @ReverendWarnock) podem já estarem nos cargos. Democratas seriam maioria (50/50 + @KamalaHarris, que será presidente do Senado) e dependeriam de 16 votos republicanos.
Até agora, 4 senadores republicanos são dados como certos nas contas dos democratas: Lisa Murkowski (AK), Mitt Romney (UT), Ben Sasse (NE) e Pat Toomey (PA). O líder McConnell estaria considerando a possibilidade e pode arrastar uma horda de votos com ele. bit.ly/3nFqHce
Mesmo com uma condenação de Trump, a questão não deve parar aí. Uma corrente constitucionalista vem argumentando que não dá para "impichar" Trump depois que ele deixar o cargo, já que se tornaria um civil comum. Talvez a Suprema Corte tenha de resolver. wapo.st/2XC28SY
É isso gente, uma explicação bem basicona mesmo. Quem quiser acompanhar o desenrolar factual das coisas, aproveita para seguir o @EleicoesEUA que tem feito um trabalho magnífico cobrindo a política americana já há algum tempo.
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No site diz que o mandato terminou às 19:49 de hoje. Mas são 15:09 em Washington D.C. agora. Tem gente apostando que o horário está em GMT, ou seja, 5 horas à frente da capital dos EUA. Se estiver correto, o mandato de Trump terminou há uns 20 minutos. Spoiler, @EleicoesEUA?
Gente, será mesmo que Trump renunciou e o Departamento de Estado está atualizando a página?
A imprensa israelense divulgou o rascunho do plano desenvolvido há mais de dois anos pelo genro de Trump, Jared Kushner para encerrar o conflito entre Israel e Palestina. O chamado "acordo do século" vai transformar a região nessa colcha de retalhos aí embaixo (continua)
Eis os principais pontos:
* Jerusalém passa inteiramente para o controle de Israel. Árabes residentes na cidade vão perder cidadania israelense e passam a ser nacionais da "Nova Palestina";
* Israel não vai precisar desocupar um único assentamento ilegal; (continua)
* Assentamentos ilegais israelenses (não sou eu que tô dizendo, é a ONU) isolados ganharão faixas de terra para se juntarem uns aos outros, formando um bloco;
* Áreas palestinas na Cisjordânia vão existir, porém ilhadas. A conexão com Gaza se dará por uma rodovia (continua)