Frequentemente ouvimos que dizer que mulher é "quem nasce com vulva" é tão estereotipado qto dizer que "mulheres são femininas", e que isso "reduz" mulheres aos seus órgãos genitais... Bem, esse é um pressuposto equivocado e a gente vai desenhar mais uma vez o porque. Segue o fio
"Estereótipo" é dizer que 'mulher são delicadas, maternais, submissas' ou qualquer adjetivo nesse sentido. Uma mulher é uma fêmea humana adulta. Isso não é uma redução, é uma descrição da realidade.
A palavra "reduzir" é usada de propósito porque induz à ambiguidade: "reduzir", filosoficamente, pode significar tanto "limitar a" quanto "equivaler a".
Nós não limitamos mulheres a suas vaginas/vulvas, até porque ser fêmea é um conjunto de características: genitália, genética, características sexuais secundárias, capacidade reprodutiva. Algumas fêmeas têm todas essas características; outras não.
Mas quem não tem >nenhuma< dessas características não é fêmea. E porque existem bilhões de fêmeas no planeta com bilhões de experiências diferentes, não é possível traçar NADA em comum à todas as mulheres além da sua própria materialidade corporal. Dito isso, vamos pra história.
Numa análise histórica, vemos q as fêmeas da espécie humana são e tem sido oprimidas e exploradas por serem fêmeas. Não por se "apresentarem" de acordo com normas socio-culturais estabelecidas, mas por serem fêmeas - isso significa, em termos práticos, a potencialidade de parir.
Desde o início do patriarcado, há 4 mil anos, até hoje, as fêmeas humanas são oprimidas pra isso: pra que sigam tendo sua capacidade reprodutiva explorada. Então, de novo, não. Nós não "reduzimos" mulheres a suas "vulvas".
Nós explicamos nossa condição histórica a partir da materialidade de nossos corpos, e nós usamos a palavra "mulher" para dar nome a esse grupo de pessoas que possui essa característica em comum. Esperamos que agora tenha ficado bem explicado.
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