#IVERMECTINA (IVM) tem estudos clínicos para COVID19? TEM! Até então, são 8 publicados. Mas o que eles dizem, exatamente? Segue o fio que eu e @mateuslfalco contamos:
#1 IVM não resultou em recuperação mais rápida de sinais/sintomas (febre, tosse e dor de garganta) em relação ao grupo placebo, em pacientes com casos leves da doença. Não houve registro de efeito adverso (n = 72). bit.ly/3775imT
#2 IVM não demonstrou nenhum efeito adicional na resolução de sintomas em pacientes com quadro leve de COVID19, já tratados com outros medicamentos (n = 50). bit.ly/2Oo84xk
#3 IVM (+ doxiciclina) não mostrou diferença em relação ao tratamento com hidroxicloroquina + azitromicina. Um estudo muito confuso, aliás, pela ausência de um grupo placebo (neste caso, necessário) (n = 116) bit.ly/3tUoIVR
#4 IVM não gerou nenhuma diferença na redução da carga viral em comparação com aqueles que receberam placebo. O pequeno tamanho da amostra e grande número de comparações tornam difícil avaliar sua a eficácia (n = 24). bit.ly/3b0AOnr
#5 IVM encurtou o tempo de recuperação (~ 7,8 dias) para formas leve ou moderada, comparado com "tratamento padrão", mas trata-se de um estudo com muitos fatores de confusão (estudo aberto, randomização não descrita, grupos heterogêneos (n = 140). bit.ly/2LLgUo7
#6 IVM melhorou marcadores inflamatórios após 1 semana, com melhoria do estado clínico e diminuição da mortalidade. Porém, não se sabe se o tratamento comparador (AZT+HCQ) levou a piores desfechos e o que aconteceu após 1 semana (n = 400) bit.ly/3d7KOxS
#7 IVM em dose maior, comparada com outras duas doses menores, mostrou reduzir a carga viral no 5º dia de tratamento em relação ao placebo, mas sem qualquer desfecho clínico avaliado (n = 45) e feitos adversos reportados em 33% dos participantes (n = 45) bit.ly/2Nq8SS8
#8 IVM melhorou resultados laboratoriais e alguns clínicos, porém o pequeno tamanho do estudo, as atribuições do braço de tratamento pouco claras e a falta de contabilização da gravidade da doença no início do estudo tornam difícil tirar conclusões (n=180) bit.ly/3paJsVv
#9 Ainda temos que levar em conta que os estudos 2/3/5/6/7 são estudos abertos, ou seja, tanto o pesquisador quanto os pacientes sabiam o que estava sendo administrado. Isso torna o estudo não robusto, portanto.
#10 Os estudos 1/2/4 foram publicados e passaram (análise de revisores): Mais credibilidade, mas não garante eficácia do tratamento. Já os estudos 3/5/6/7/8 são pré-print, (sem análise de revisores), restando dúvidas sobre a reprodutibilidade dos estudos.
#11 Exceto o estudo 6, todos os demais mostraram um número muito pequeno de participantes, baixa amostragem populacional, o que reduz o poder estatístico, a robustez e confiabilidade dos números.
#12 Este fio tem o objetivo de apresentar um painel geral de síntese de resultados. Para ler os detalhes dos métodos e técnicas empregadas, como posologia, critérios de inclusão/exclusão, métodos de randomização etc; consulte os links disponíveis
#13 Excluímos deste fio os estudos observacionais (sejam prospectivos ou retrospectivos), pois estes primeiros são o que possuem validade como teste de hipótese, são capazes de gerar associação.
#14 Em resumo: JUNTANDO TUDO, QUE CALDO DÁ ISSO? Com tudo isso, há mesmo justificativa para empregar a IVM na prática clínica? NÃO MESMO.
Este é o primeiro estudo que descreve e analisa as REAÇÕES ADVERSAS A MEDICAMENTOS (RAM) utilizados nos protocolos de tratamento para a COVID19, em escala nacional. Segue o fio que eu conto os principais achados e faço algumas reflexões:
#1 Antes de mais nada, cabe explicar que a coleta de dados foi feita em cima dos relatórios de segurança de casos individuais, encaminhados ao Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos, da @anvisa_oficial, vindos do Sistema Brasileiro de Farmacovigilância (mar a ago/2021);
#2 Limpando os dados a partir dos critérios de inclusão/exclusão, de 1.138 relatórios, foram analisados 402 relatórios individuais, com 499 medicamentos suspeitos e 631 RAM nos pacientes com COVID-19;