1/6 - Dia 17 de junho de 2020 eu fui preso, fiquei 8 dias numa cela na Polícia Federal em Brasília e depois fui para prisão domiciliar, monitorado por tornozeleira eletrônica, onde estou até hoje. Já são 8 meses.
2/6 - Quando fui preso não sabia de qual crime estava sendo acusado. Até hoje não sei, mas sei que não cometi crime algum. Não há uma acusação formal, não fui indiciado, não sou sequer réu, não fui julgado e não fui legalmente condenado – repito: não sou sequer réu.
3/6 - Advogados, juristas, policiais e servidores que tomam conhecimento desses e de outros detalhes da minha prisão sempre se surpreendem e usam adjetivos como: inacreditável, surreal, absurdo, bizarro, ilegal, inconstitucional, atípico.
4/6 - Aluguei um apartamento aqui em Brasília, onde estou morando. Não sei até quando vou ficar aqui. Não há prazo ou previsão para isso acabar. E eu não sou o único. Com a prisão do Deputado Daniel Silveira, já somos 8 em "situação totalmente atípica".
5/6 - Minha prisão é injusta, pois não cometi crime algum, mas cumpro a pena tranquilamente, pois tenho a consciência limpa, fiz o que devia ser feito. Eu sabia que as consequências poderiam ser graves. Acampar e protestar em plena Esplanada dos Ministérios é algo sério.
6/6 - Hoje desejo que a situação do Deputado Daniel Silveira se desenrole de forma que não atrapalhe os avanços do governo Bolsonaro, que já estava "em trégua" com os outros poderes do Brasil. Essa prisão é absurda, nem deveria ter acontecido. #DanielSilveiraLivre
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Fui preso dia 17/06 a mando do Alexandre de Moraes e estou preso até hoje. Já são 160 dias (mais de 5 meses) e ainda não há uma acusação sequer. Ninguém pode ficar preso sem acusação, não existe isso na nossa legislação. Minha prisão foi noticiada em diversos jornais.
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Preso por estar sendo investigado, sem ter cometido crime e sem ser acusado de crime, estou sendo monitorado 24h por dia por tornozeleira eletrônica e não tenho autorização para sair do meu apartamento, sendo a única exceção para ir a um médico.
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Já descobrimos que o pedido da nossa prisão foi feito pelo deputado federal do PSL-RS Nereu Crispim, que confessou ter agido por ordem do presidente nacional do PSL Bivar, com objetivo de enfraquecer a base do Presidente Bolsonaro e (...)
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Hoje eu acordei e vi que minha tornozeleira eletrônica estava desligada. Imediatamente (meio sonolento, meio de mau humor) eu conectei o carregador e logo ela começou a vibrar sem parar. Então liguei para o 0800 da central de monitoramento (primeira vez que faço isso)
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Levei um esporro da mulher que me atendeu (nem sei quem é), porque, segundo ela, é a terceira vez que eu deixo a tornozeleira acabar a bateria. E se isso se repetir eu posso ser preso (em regime fechado) por estar descumprindo as medidas de monitoramento.
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Eu disse a ela que estava dormindo. Ela disse que eu deveria dar uma carga de 2h30m antes de dormir, para que isso não acontecesse. Verificou os dias e horários em que eu deixei a bateria acabar: 29/06 3:30h, 19/07 8h e hoje 7h. Todos de manhã, por estar dormindo.
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Dia 17/06 eu fui preso. Mandado de prisão temporária expedido junto com o de Sara Winter, Érica Viana, Arthur Castro, Emerson Mitoshow e Daniel Ativista, dentro do Inquérito 4828 que "apura atos antidemocráticos", por onde também foi a prisão do jornalista Oswaldo Eustáquio.
Todas as ordens partindo do Alexandre de Moraes, que hoje (ainda) ocupa o cargo de ministro do stf (tudo em minúsculo de propósito).
Passei 7 dias dentro de uma cela de cadeia e agora estou em prisão domiciliar monitorado por essa tornozeleira eletrônica.