Como foi que a gente veio parar aqui? Como foi que a gente passou a ser ver em uma pandemia se agravando, sem vacinas, com colapso no sistema de saúde e uma sensação de que estamos desgovernados indo para momentos ainda piores?
Segue o fio...
Como foi que a gente passou a se dividir tanto? Como foi que a gente começou a chamar os outros de “lixo”, de “petista vagabundo”, de “bolsonarista filho da puta”? Como foi que a gente só passou a viver de ódio, confusão, caos, acusação?
Como foi que a gente começou a pirar em teorias conspiratórias, a viver a insanidade das fake news? Como foi que a gente teve que escolher entre um candidato de presidiário e isto que está aí? Como foi que tornamos tudo tão dual, como se só existissem duas opções para tudo?
Como foi que deixamos de raciocinar para só sentir e sentir mal? Como foi que isto aí virou referência de “cristianismo”, meu Deus do céu, de “conservadorismo”? Como foi que começamos a falar de armas e AI-5?
Como foi que o noticiário se transformou nesse troço pesado, que causa angústia e tristeza nas pessoas (e em quem faz notícia)? Como foi que permitimos viver assim, sempre amenizando tragédias e se enroscando em narrativas que nos satisfaçam?
Como foi que as famílias passaram a falar só de ódio político? Como foi que as amizades viraram pó na guerrinha ideológica? Como foi que tivemos que nos contentar com o “menos pior”? Como foi que deixamos tudo isso acontecer?
Desculpem o desabafo (de um pai de família, não de um jornalista), mas a culpa é nossa. Minha e sua. Erramos. Erramos muito em algum momento. Pode ser ingênuo de minha parte, pode ser o que for, mas precisamos mudar. A começar por nós. E para ontem.
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Está claríssimo que Arthur Lira vai querer conduzir a Câmara longe da imprensa. Se depender só dele, bem longe. Não duvido que tenha rifado Carlos Sampaio da relatoria do caso Daniel Silveira pelo fato de o deputado tucano ter dado entrevistas ontem à noite.
Ontem, publiquei em primeira mão no @o_antagonista as informações da reunião do colégio de líderes, enquanto a reunião ainda estava em andamento. Soube que Lira não gostou e procurou saber quem teria vazado as informações para mim. Chegou para ele, inclusive, um nome errado.
Também ontem noticiei que Arthur Lira praticamente ordenou que bolsonaristas, líderes e integrantes da Mesa Diretora não falassem nada com jornalistas sobre o caso Daniel Silveira. Isso - somado à decisão de tirar o comitê de imprensa do lugar de sempre - ajuda a contextualizar.