Sabia que é possível comprar ÁREAS PROTEGIDAS da Amazônia pelo Facebook?
O que parecia só um golpe de internet se revelou um sofisticado e lucrativo esquema de invasão de florestas, com ramificações que chegam até o mundo político em Brasília.
Tudo começou quando achei no Facebook um anúncio que oferecia uma área no Amazonas por R$ 3,2 milhões "pronta para agricultura"
Só que algo parecia não se encaixar: as fotos do anúncio na verdade mostravam um terreno coberto pela Floresta Amazônica.
Um mapa hidrográfico postado no anúncio me ajudou a matar a charada: a área na verdade ficava dentro da Floresta Nacional do Aripuanã
Florestas nacionais são terras públicas destinadas a comunidades tradicionais. JAMAIS podem ser vendidas
Mas tinha coisa ainda mais grave...
Outro anúncio oferecia uma área "com toda madeira ainda para tirar" em Rondônia. O post citava uma tal Associação Curupira
Pesquisei e pimba: a Polícia Federal já classificou essa associação como uma organização criminosa dedicada ao desmatamento e invasão de terras.
O anúncio citava o registro do lote no Cadastro Ambiental Rural
Chequei o número no site do CAR e vi que a área ficava TODA DENTRO da Terra Indígena Uru Eu Wau Wau. Outra venda totalmente ilegal
Mesmo após a operação da PF, o grupo seguia atuando - agora também pelo Facebook.
Outros casos não paravam de surgir.
Este anúncio oferecia um lote recém-desmatado dentro da Reserva Extrativista Angelim, outra venda ilegal.
Mas como provar que não eram golpes, que os vendedores existiam e estavam invadindo as áreas?
O jeito era encontrá-los pessoalmente 👇
Começamos pelo responsável por este anúncio
Uma área de floresta em Abunã, perto do rio Madeira, estava sendo vendida por R$ 190 mil. O vendedor disse que até aceitaria um carro como parte do pagamento
Tomamos um susto ao localizar o lote em imagens de satélite
As imagens mostravam que a área não estava mais coberta por floresta e tinha sido desmatada entre maio e julho de 2020
Questionamos o vendedor e ele confirmou que tinha acabado de derrubar a mata para plantar capim. E passou a pedir um valor 3 vezes maior pelo lote...
Fingindo interesse na área, pedimos a ele que nos levasse até lá.
Este é Fabricio Guimarães nos mostrando seu lote recém-desmatado
Detalhe: ele não tinha o título da terra. E disse que desmatou só para lucrar com a venda. Crime ambiental.
E este é Alvim Alves, que anunciou o lote dentro da terra indígena
Gravado com câmera escondida, disse que sua associação tem o apoio de políticos em Brasília para legalizar as ocupações O principal aliado do grupo, segundo ele, é o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PSL-RO)
Fomos atrás do deputado Chrisóstomo, um fervoroso apoiador de Bolsonaro.
Ele admitiu ter ajudado o grupo a se reunir com o Incra, a Funai e o Ministério do Meio Ambiente em Brasília, mas disse que não sabia que estavam invadindo terras indígenas
"Se invadiram, não apoio mais"
Este é André Alves, responsável pelo lote dentro da Reserva Extrativista, que ele também desmatou sem qualquer licença
Como ele, muitos grileiros estão recorrendo ao Facebook para lucrar com a destruição da Amazônia. Tudo ocorrendo às claras, na maior rede social do mundo.
Rondônia perdeu 1/3 de sua mata nativa nos últimos 35 anos. Hoje praticamente só resta floresta em áreas protegidas.
Se os desmatadores não forem freados, logo essas áreas também serão aniquiladas - e agora eles sabem tirar proveito das redes sociais para fazer mais negócios.
Todos esses achados e muitos outros estarão no documentário "Amazônia à venda: o mercado ilegal de áreas protegidas no Facebook", disponível em breve no nosso canal do YouTube.
"Comecei a investigação pesquisando por termos genéricos como "floresta" no Facebook. E aí surgiram dezenas de anúncios em que as pessoas estavam vendendo pedaços da floresta"
Veja o documentário completo 👇
Confira trecho do documentário "Amazônia à venda", disponível em versão completa no nosso canal do YouTube:
1 ano depois do início da pandemia, o professor de microbiologia Ignacio López-Goñi separou aqui alguns motivos para termos esperança em dias melhores. 👇
1 - Mais de 200 novas vacinas.
Dessas, pelo menos 71 já estão em ensaios clínicos - 20 na fase 3 (ou seja, podem ser aprovadas nos próximos meses)
Nunca se investiu tanto dinheiro e houve tanta colaboração entre entidades públicas e privadas, centros de pesquisa, faculdades...
2 - As vacinas são eficazes.
Israel é o país com a maior parte da população já vacinada.
Os resultados com as duas doses da Pfizer/BioNTech são excelentes: de 523 mil israelenses vacinados com 2 doses, há apenas 544 casos, apenas quatro casos de covid-19 grave e nenhuma morte.
Por que especialistas são praticamente unânimes em dizer que não existe tratamento precoce para covid-19?
Drogas como a hidroxicloroquina e a azitromicina já se mostraram ineficazes para combater o vírus.
Vem no FIO entender a dificuldade em descobrir remédios contra a covid👇
Antes de analisarmos os remédios contra a covid-19, vamos entender como funciona a criação de um novo medicamento do zero.
Você sabia que esse processo demora cerca de 12 anos e custa 2,6 bilhões de dólares? De cada 5 mil moléculas estudadas, apenas uma chega às farmácias.
É claro que, durante a pandemia, não dá pra esperar esses 12 anos. Para acelerar o processo, os cientistas tentaram o chamado “reposicionamento farmacológico”.
Em resumo, eles pegaram drogas já aprovadas para outras doenças e verificam se elas funcionavam contra a covid-19.
Cedendo nacos de poder e fazendo um ou outro afago público aos políticos do "Centrão", Bolsonaro conseguiu o que parecia improvável e garantiu uma coalizão para si no Congresso.
Na prática, quem não tomar a vacina terá o dobro de chances de desenvolver a covid-19 caso pegue o vírus, explica o médico Marcio Sommer Bittencourt, do Hospital Universitário da USP.
Não vacinados que adoeçam também terão 5x mais chances de precisar de atendimento médico.
A votação ainda não acabou, mas já há votos suficientes para aprovar o prosseguimento do processo, que deve ir para o Senado: são 221 votos favoráveis entre os democratas e 10 entre os republicanos, correligionários do presidente americano.
A pauta seguirá para o Senado mesmo após a saída do republicano do cargo, prevista para 20 de janeiro, quando assumirá o democrata Joe Biden.
(para saber mais sobre o dia da posse, dá uma olhadinha na reportagem 👇) bbc.com/portuguese/int…