Esse mapa de 1450 foi feito pelo italiano Fra Mauro, responsável por um dos mapas mais precisos da história da cartografia.
Com 2 x 2 metros, o trabalho levou mais de uma década para ficar pronto, encomendado pelos governantes de Veneza e Portugal.
Futuramente, foi complementado com os conhecimentos ibéricos, utilizado por navegadores europeus que buscariam uma rota comercial para a Índia.
O cartógrafo compilou centenas de relatos de viajantes que percorreram a África e a Ásia, como do italiano Marco Polo e do chinês Zheng He que percorreu boa parte do Oceano Índico.
Seu mapa foi o primeiro a retratar arquipélagos asiáticos como as Filipinas, Malásia, Indonésia e Japão.
Com centenas de ilustrações detalhadas e mais de 3000 textos descritivos de cada área, Fra Mauro detalha desde a geografia até a história do povo de cada região.
Um exemplo é a Escócia, que consta:
"Aqui as pessoas preferem à morte do que a servidão, são
cruéis com seus inimigos, rancorosos com a Ânglia (Inglaterra)
Região abundante em pastos, rios, montanhas e animais agradáveis"
A ideia de produzir mapas baseado no relato de viajantes é anterior a Fra Mauro.
O primeiro foi feito no século 11 por Maomé Idrissi, cartógrafo árabe que pela primeira vez representou juntos a África, Europa e Ásia.
Na época, navegadores já sabiam como calcular latitudes através do Sol, mas não a longitude, o que os tornava incorretos nessa medida.
Baseando-se no trabalho de Fra Mauro, em 1569 o cartógrafo Gerardus Mercator produziu uma das projeções mais populares até os dias de hoje.
A projeção de Mercator mostrou-se a mais exata para o uso dos navegadores, permanecendo em alta até o século 20, quando críticas de sua desproporção aumentaram.
Na projeção de Mercator, por exemplo, a Groenlândia, torna-se maior que a América do Sul, embora seja quase 9x menor que o continente.
Hoje, o Google Maps utiliza uma cartografia baseada em Mercator desde 2005, mas retirou a projeção das plataformas de desktop em 2017 para mapas com zoom fora das áreas locais.