Depois de quatro anos, esta foi minha última semana como correspondente nos EUA🇺🇸
Nesse tempo, conheci 30 de 50 estados americanos, muitos escrevendo para o @JornalOGlobo. Logo revelo meus novos passos, mas antes quero lembrar minhas histórias preferidas do período. Vai o fio🧶!
Antes de começar, vou agradecer a confiança e o apoio do @henriquegb e da @clautunes1, que abriram espaço para mim no jornal.
Que experiência incrível foi cobrir as eleições para um veículo com esta história e este peso. Essa aventura não teria acontecido sem eles!
1. Meses antes da revelação dos "Papéis de Xinjiang" que comprovaram a perseguição do Partido Comunista Chinês aos muçulmanos do Noroeste da China, conversei com Ferkat Jawdat.
2. Passei 24 horas sem conexão para visitar Green Bank, onde se vive como nos anos 90: sem sinal de internet e de celular, tudo para proteger um radiotelescópio que "ouve o universo".
3. Em julho de 2019, revelamos a primeira ação de deputados dos EUA contra Bolsonaro. Eles exigiam que Trump avaliasse direitos humanos no Brasil.
Em agosto, vieram os incêndios na Amazônia e outra revelação: congressistas queriam barrar acordo comercial. oglobo.globo.com/mundo/deputado…
4. Atravessei a fronteira e fui a Tijuana, no México, onde conheci mãe e filha de Burkina Faso que haviam viajado por quatro meses de avião, ônibus e até três semanas a pé na floresta do Panamá para deixar a África e tentar a vida nos Estados Unidos.
5. Fui ao Iowa acompanhar de dentro a reunião anual dos fazendeiros do estado, ansiosos com a ameaça brasileira que avançava sobre as vendas de soja para a China.
6. Fui à capital da Pensilvânia conhecer @giselefetterman. A brasileira é esposa do vice-governador do estado, que quer concorrer ao Senado em 2022.
Ela comanda três ONGs e me contou sobre o passado como imigrante ilegal e as saudades do Brasil. epoca.globo.com/mundo/minha-ma…
7. Já na pandemia, contei a história de Carolina Batista, médica brasileira que passou anos trabalhando com indígenas no Brasil e liderou a missão dos Médicos Sem Fronteiras com os navajos americanos, primeira missão da história da organização nos EUA. epoca.globo.com/sociedade/da-a…
8. Quatro meses antes da eleição, o criador do Bot Sentinel, @cbouzy, revelou ao @JornalOGlobo que contas suspeitas estavam tuitando conteúdo pró-Trump e Bolsonaro.
9. Em meio aos protestos antirracismo após a morte de George Floyd, visitei um tatuador da Virgínia que se ofereceu para cobrir de graça símbolos de ódio.
Conheci Pad, que havia acabado de cobrir uma bandeira confederada com o punho do Black Lives Matter.epoca.globo.com/sociedade/o-ra…
10. Começou a cobertura da campanha. Na primeira viagem, fui a Scranton, Pensilvânia, onde Biden nasceu, ouvir dos "vizinhos" o que achavam da ideia de vê-lo como presidente.
11. Quando começou a votação presencial, fiz fila junto com os primeiros eleitores da Virgínia. Eles haviam madrugado com uma ideia fixa na cabeça: tirar Trump da Casa Branca.
12. Em Flint, Michigan, conheci Leroy Gadison, que, aos 63 anos, iria votar pela primeira vez na vida. O objetivo era um: se livrar de Trump.
O estado era parte do "Muro Azul" que os democratas queriam reconstruir no Meio Oeste com apoio do voto negro. oglobo.globo.com/mundo/democrat…
13. Em um culto na Carolina do Norte, parte do Cinturão da Bíblia, conversei com os aliados mais fiéis de Trump: evangélicos brancos.
Apesar de algum descontentamento, ideia de que presidente lhes deu voz e poder os manteve como pilar de apoio central. oglobo.globo.com/mundo/fieis-tr…
14. Em Miami, Flórida, conversei com os cubanos que haviam migrado do apoio a Hillary em 2016 para voto em Trump em 2020. Esse grupo de latinos acabou contribuindo para garantir a vitória do ex-presidente no estado.
15. Após a posse de Biden, veio a pergunta: o novo presidente irá punir Bolsonaro por sua postura frente a Amazônia, COVID, direitos humanos, apoio a Trump?
🚨O IHME, Instituto da Universidade de Washington que fez modelos de projeções usados pela Casa Branca sobre número de mortes por COVID-19 nos EUA, acaba de lançar seus números para a América Latina.
Para o Brasil, a projeção é de quase 90 mil mortes até agosto.
A previsão de mortes por COVID-19 no Brasil do IHME até 4 de agosto é 88.305. Mas eles avisam que essa previsão está dentro de um intervalo que varia entre 30.302 e 193.786 mortes.
O IHME analisou também dados de oito estados brasileiros. Aqui vão as projeções de mortes por estado até 4 de agosto:
O discurso da Angela Merkel aos alemães: combater o vírus, defender a democracia, unificar a população e agradecer quem está na linha de frente.
Se você está sentindo o peso de acompanhar tudo isso, vale a pena ler. Separei alguns trechos. Aqui vai o fio 🧶:
“Caros cidadãos, o coronavírus está atualmente mudando a vida em nosso país de maneira dramática. Nossa ideia de normalidade, de vida pública, de interação social – tudo isso está sendo testado como nunca antes antes.”
“Milhões de pessoas não podem ir trabalhar, seus filhos não podem ir à escola ou à creche, teatros, cinemas e lojas estão fechados e, talvez o mais difícil, todos sentimos falta dos encontros que, em outros tempos, eram tão naturais.”