1/ Bem, sextou, e já à muito tempo que não faço um daqueles rants, de modo que tá na hora né. Hoje queria falar um pouco de energia, realpolitik e o futuro desse nosso laboratório de sobrevivência chamado Angola. Quem tá interessado, melhor pegar aquela cuca...
2/ Acho que até o mais desatento entre nós reparou nas várias e diversas notícias que têm aparecido sobre projectos de energias não renováveis em Angola. De repente, depois de muito tempo com tudo parado, agora parece está tudo em movimento.
3/ No contexto dos mercados financeiros, isto é bastante estranho: já é do conhecimento geral que nenhum pais desenvolvido vai fazer ou financiar projectos novos no campo das energias não renováveis. Há mesmo uma grande pressão para desinvestir, de todos os lados.
4/ Em menos de dez anos a demanda para petróleo e derivados vai entrar em colapso, em grande medida devido ao baixo custo da energia renovável. Estão em desenvolvimento imensos campos de energia eólica e solar que vão alterar por completo a equação de custo/proveito.
5/ Já disse as minhas previsões sobre o futuro do hidrogénio, mas acho que isso vai ser a mais longo prazo; os efeitos de que falo são simplesmente solar + wind + batteries a vão ser a muito curto prazo.
6/ Na Europa e na América, as empresas envolvidas no carvão e no petróleo estão a preparar grandes write-offs de investimentos. Estes write-offs incluem reservas existentes de petróleo que nunca irão ser utilizadas...
7/ ... simplesmente porque o custo *operacional* destes projectos é superior ao custo de *extração* da energia renovável. Notem que estou a _excluir_ o custo de investimento. Esta é uma forcing function que é impossível lutar contra (a continuar a baixa de custos das renováveis).
8/ Nada do que estou a dizer aqui é novidade. Neste contexto, é muito estranho que alguém ainda esteja a investir em energias não renováveis; qual seria o motivo? E aqui, mais uma vez teremos que infelizmente perceber que Angola navega à deriva num mar hostil.
9/ Todo o capital que está empatado em energias não-renováveis está à procura de saída. É necessário utilizar estes bens e serviços o mais rápidamente possível antes que seja óbvio o seu destino (e.g. ferro-velho). São o que se designa de stranded assets.
10/ E quem mais uma vez vai aparecer para tentar fazer o bailout desse pessoal que é dono dos stranded assets? Pois é, os suspeitos do costume. Os países com menos capacidade de regulação - Nigéria, Angola, etc. - vão mais uma vez ser os peões sacrificados deste jogo.
11/ Na perspectiva de quem tá com a batata quente faz sentido: é preciso extrair a maior quantidade possível de capital dos orçamentos destes países antes que não seja mais possível politicamente.
12/ Estes projectos vão todos entrar em execução muito rapidamente, e como muito pouco escrutínio. Vão ser aplaudidos. Mas todos os envolvidos sabem que não terão grande futuro. Mas o seu objectivo será alcançado.
1/ Yet another thread on Emacs. One of the most important points in the life of an Emacs "user" (the quotes will become clear in a moment) is the moment where you realise that Emacs is not an editor but a framework to build editors, which happens to have a sample for you to try.
2/ I mean, most of us know this, but even then, its difficult to appreciate its logical consequences. Anyway, lets do a simple example for those not in the know. Say I start a project in VS Code, and create a new class. It prompts me to install extensions, and stuff happens...
3/ Then I go back to my class and if by magic, my environment is entirely configured to use C#. Now, as a regular developer I don't even bother distinguishing the different services the environment is giving me - I don't really care, all I care about is that my C# needs are met.
1/ Devo de começar por dizer que eu não sou um "saudosista" e que pouco - ou melhor, nada - conheci da Angola colonial. A independência para mim foi uma das nossas maiores vitórias alcançadas. Mas este post no Facebook mostra um lado interessante da nossa capacidade productiva.
2/ É importante comparar laranjas com laranjas: a economia colonial não era uma economia de mercado, o que significa que a viabilidade de muitos destes negocios não é fácil de aferir; seriam estas fábricas e fazendas produtivas apenas por usarem trabalhadores mal remunerados?
3/ Mas o que não se pode negar é que, comparando esta lista com o que foi feito desde 2002, não andámos muito para a frente desde o fim da guerra. E pior, se quisermos comparar alguém mais próximo temos só que ver o Rwanda (já nem falo do Botswana).
1/ After many years of thinking that hydrogen was a waste of time, it suddenly hit me: in the absence of a *major* breakthrough to allows us to create cheap batteries at will, hydrogen is going to be _the battery_.
2/ The growth of the solar and wind capacity will be much, much faster than the battery capacity and soon - as it always happens with capitalism - it will overshoot demand. Then it'll overshoot battery capacity. At that point you need to store energy by any means - even if lossy.
3/ That's where hydrogen comes in. It may be wildly inefficient when compared to lithium batteries, but if energy has a marginal cost close to zero, hey who cares? Better to store the energy in hydrogen than to throw it away.