Thread by @VColoridos

E se eu te disser que machos e fêmeas não sentem dor da mesma maneira? E pq a gnt só descobriu isso em 2019? e Importância sobre a pesquisa em animais -#BioThreadBR

Alerta: Aqui eu estou falando sobre machos e fêmeas pq a pesquisa não englobou animais interssexo e não usou modelo animal que muda de sexo.

Um dia, sem ter nada melhor p/ fazer o pesquisador Robert Sorge resolveu sair espetando pata de rato macho com uns pêlos q em geral eram finos mas tinha alguns mais finos que os outros, e em geral os machos smp retraiam a pata fugindo dessa porra (com razão né) até ai nd de

especial, a literatura já dizia q isso rolava mesmo, mas ele resolveu fazer isso com ratos fêmeas tmb e percebeu que elas estavam fooodaaase mermão, não contraiam a pata nem nada, o que deixou ele a pura nazaré

Acontece que incluir fêmeas em qq experimento não é uma prática mto comum (pq o mundo é machista) com a desculpa de que ''o sistema reprodutivo da fêmea complica os resultados, pq atrapalha ver os mecanismos'' 🙄🙄 e por isso demorou tnt tempo p/ alguém perceber que as fêmeas

respondem de forma diferente a certos estímulos (UAU QUEM PODERIA IMAGINAR) em 2016 criaram uma comissão p/ justificar o sexo do bicho que tu tá escolhendo e a desculpa do sistema reprodutivo já não passa mais amém.... Mas voltando, como que é a diferença de dor

entre os sexos? Primeiro esses pesquisadores tacaram uma injeção bacteriana bem na corda espinhal deles e isso só levou a uma inflamação nos machos

e eles começaram a observar a Micróglia desses animais, que são células do sistema nervoso central, essas micróglias nos machos fez um escarcéu agora nas fêmeas?? quieta quieta. Ai os pesquisadores pensaram, ué? elas são imunes a dor? Então resolveram ir mais longe e machucar

nervo ciático dos animais, esse nervo é o da perna, se fosse em humanos seria isso aqui

E isso levou a uma dor crônica tnt nos machos como nas fêmeas, ai eles resolveram bloquear a micróglia p/ ver se agr alguma coisa acontecia, e os machos paravam de sentir dor mas as fêmeas ainda estavam sensíveis, então eles achavam q talvez fosse o método que eles bloquearam

as micróglias e ai sairam tentando de td quanto é jeito e sem sucesso irmão. Até que sacaram as células T eles perceberam que as fêmeas não respondiam a micróglia mas poderiam responder as células T então foram tentar bloquear... e as fêmeas continuavam respondendo a dor

MAS COMOOO BRASIL??

É que agora elas estavam respondendo pela micróglia. Então ai perceberam que na verdade existe dois caminhos p/ dor. É que sacaram que ok normalmente os machos respondem pela Micróglia e as fêmeas pelas células T porém entretanto toda via eles podiam trocar de caminho

é que machos c baixa testosterona acabavam respondendo pelas células T. E fêmeas sem as células T ou que estão gravidinhas acabam sentindo dor pela via da micróglia. E é o nível de testosterona q parece controlar o caminho da dor

Esse trampo agr tá sendo feito com macaquinhos já que são mais similares aos humanos e com tecidos nervosos removidos de pacientes com câncer. E eu sei que pesquisa animal gera um debate ético profundo no público leigo mas sinceramente, é extremamente necessário. Isso pq células

in vitro não simulam organismos inteiros e não podemos simplesmente colocar humanos ali, a gente não tá mais no nazismo p fzr/ver/ouvir esse tipo de merda. Mas sobre animais, hj em dia temos protocolos para diminuir a dor e o sofrimento do animal, existe comitê de ética, número

de amostras permitidas, leis de bem estar. Nesse site vcs encontram mais informações sobre o motivo da pesquisa com animais ser tão necessárias portal.sbpcnet.org.br/noticias/24-10….

Essa pesquisa que eu contei pra vocês mudaram políticas de medicamentos, e ajudará a salvar muitas pessoas que vivem com dores crônicas, pacientes com câncer entre outras coisas. Apoie a pesquisa. Ela pode melhorar a qualidade de vida de muitas pessoas ao redor do mundo inteiro

inclusive a sua.

Fontes: Sorge, R. E., & Totsch, S. K. (2016). Sex Differences in Pain. Journal of Neuroscience Research, 95(6), 1271–1281. doi:10.1002/jnr.23841

nature.com/articles/d4158…

(esse eu usei p/ entender melhor sobre as micróglias) . Células de apoio do sistema nervoso ajudam a entender o Alzheimer. Jornal da USP. Disponível em: <jornal.usp.br/ciencias/cienc…>. Acesso em: 28 Mar. 2021.

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