foi difícil te dizer adeus, mas seria ainda mais se eu te mantivesse por perto. você não merecia a minha confusão, muito menos as vezes que eu ficava em silêncio, preso nas próprias paranóias e pensamentos. você não merecia as dúvidas que eu carregava com tanto afinco nos ombros
tampouco as perguntas que eu me fazia quando estava sozinho, longe de você: “será que vale a pena?”
porque quando as perguntas começam a transitar entre um momento e outro; quando a insegurança começa a tomar conta dos dias horas minutos; quando existe a dúvida se vai ser bom
ser leve, ser tudo... é hora de parar de correr. e o caminho pro amor necessita ser esse espaço de calma e certeza.
não uma certeza isenta de questionamentos, pois se perguntar sobre estar confortável ou não dentro de uma relação é um movimento natural e necessário.
e a certeza madura, perseverante, profunda, eu não tinha. nem sobre você, muito menos sobre mim.
nós precisávamos de uma certeza que constrói o dia a dia juntos, que ampara os medos, que nutre as aflições, que sobrevoa as inseguranças, que alivia os traumas, que cura.
e eu estou uma confusão. não te colocaria no meu mundo pra estarmos, os dois, confusos. em troca de quê eu te deixaria aqui, comigo, nesta parte do caminho, sendo sozinho também ? por carência? por sentir falta de alguém? por querer muito gostar e ser gostado?
você merece alguém com certezas imensas e um coração aberto, genuíno, apto e incrível pra te amar da maneira que sempre sonhou.
você merece alguém que queira mergulhar em você e, juntos, possam descobrir que ainda há um oceano infinito pela frente. a entrega, o coração aberto
e a vontade de continuar.
você merece alguém inteiro, que consiga te fazer crescer porque ambos estão completos em si mesmos.
e eu ainda tenho muitos cacos pra juntar.
é preciso ter certeza. são as certezas que sustentam as relações. nenhum relacionamento sobrevive às incertezas e às frequentes perguntas: “vai dar certo?”
você quem decide se vai dar certo. ou você faz dar certo e responde à própria pergunta ou se liberta e liberta o outro tb.
e, cara, por mais difícil que seja libertar o outro, você precisa fazer isso! não deixe de viver uma relação inteira, honesta e principalmente: que você QUER. e se isso não for possível, permita que ele seja inteiro também... mesmo sem você.
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Por incrível que pareça, o quarto está mais bonito que esse 🗣
quem leu o fim em doses homeopáticas notou que a ilustração de cada capítulo relata um momento da relação desse casal? o começo, o meio, o fim e o depois do fim. neste, eles dormem cada um pra um lado da cama, simbolizando que algo ali já não fazia sentido.
eu quero deixar de estar sozinho do lado de cá; a thread:
a verdade é que eu endureci o coração pra não ser machucado como nas primeiras vezes que amei. algo sobre a vida adulta que não te contam é que quanto mais desiludo você é, menos você se permite à entrega. menos você se joga de cabeça.
e eu não tenho culpas pra colocar na mesa.
não tenho quem acusar de ter me tornado uma pessoa mais razão e menos coração; de ter me tornado alguém que apaga qualquer faísca, chama, incêndio que a adrenalina do gostar traz. eu não tenho pra quem apontar ao dizer que hoje me sinto insuportavelmente incapaz de me jogar
minhas memórias de você estão indo embora; a thread:
minhas memórias de você estão indo embora. já não lembro o cheiro do seu perfume quando abraçava o pescoço e a nuca, o gosto do beijo quando fazíamos amor, o tamanho do sorriso quando me via chegar na sua casa, minhas memórias sobre você estão partindo.
o problema é que a gente nunca sabe pra onde vão, o que acontece com elas, em qual mundo se desmancham ou terminam, em qual universo deixam de existir. e é triste porque, no fim, a memória é a metáfora do passado ocupando o presente e que nos mantêm vivos, existindo
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- dei uma semana de prazo que é pra todo mundo participar
chêro 🥰
quem ganhar esse livro vai ser a pessoa mais feliz do mundo 🥰
eu achei que nunca conseguiria te deixar ir. por um momento, longo, estiquei sua presença pelos meus dias, pra atravessar as noites sozinho e os dias em quem não tinha ninguém pra me segurar. eu te mantive por perto, na ilusão de que se te deixasse aqui, então tudo doeria menos.
o problema é que a gente sempre acha que não vai superar. que o lugar da superação é estático. e por medo de entrar nesse território, acabamos por agarrar a dor, a memória, o fim, como quem diz: quero continuar pensando e existindo como se tudo não tivesse passado de um sonho.