Desde a última semana, a Colômbia vem vivendo dias de intensos protestos de rua, com repressão excessiva do governo, que já matou ao menos 19 pessoas.
A discussão sobre a reforma tributária apresentada pelo presidente Iván Duque envolve até mesmo esportistas famosos do país.
A reforma havia sido apresentada por Duque em meados de abril, e aumentava de forma significativa os impostos sobre a classe média e os mais pobres.
A pressão fez com que o governo voltasse atrás na proposta, mas não sem antes enviar militares para conter os manifestantes.
Quando uma situação assim acontece, há sempre uma cobrança para que ídolos do esporte se pronunciem.
Em 29/4, quando os protestos já explodiam, alguns colombianos se revoltaram com James Rodríguez, que não só não falou do assunto como estava fazendo propaganda de óculos de luxo.
Já ex-jogadores como o goleiro René Higuita prontamente apoiaram os protestos e criticaram a reforma
Outros como Miguel Ángel Borja, ex-Palmeiras, preferiram se manifestar dizendo que não eram nem a favor da reforma tributária, nem de Gustavo Petro, político de esquerda derrotado por Duque nas eleições de 2018. Meio que um "nem Lula nem Bolsonaro" deles.
Nas grandes cidades do país, as barras de Nacional, DIM, América, Millonarios, Junior, Once Caldas, Pereira e outros clubes não só convocaram manifestações como estiveram presentes, engrossando a presença de gente nas ruas.
Aqui, por exemplo, vemos a torcida do Deportivo Cali improvisando uma música contra a reforma durante uma manifestação pacífica.
Mesmo com o governo recuando neste momento, os protestos seguem.
Ameaçam até a realização do jogo entre Santa Fe e River Plate amanhã, pela Libertadores. Manifestantes desejam impedir o jogo pra alertar o mundo sobre a situação.
A Conmebol garante que terá partida, sem falta.
“Diante da situação da Colômbia, rechaço todo ato que viole os direitos humanos. Faço um chamado pelo NÃO À VIOLÊNCIA, e peço que se valorize e se respeite o direito à manifestação pacífica”, disse Falcao García há pouco no Twitter.
A Conmebol deu o prazo de duas horas para que as autoridades de Armênia garantam reforços políciais para a partida entre Santa Fé x River Plate, caso contrário ela será suspensa.
O Mundial de Clubes esteve próximo de não acontecer porque faltava dinheiro.
A FIFA conseguiu vender os direitos de transmissão ao DAZN, que pagou US$ 1 bilhão pra exibir o torneio de graça, e pouco depois recebeu um investimento da Arábia Saudita.
Que queria uma Copa do Mundo.
O serviço de streaming da FIFA, o FIFA+, até então gratuito, passou a ser alocado dentro da plataforma DAZN, que conseguiu novos e interessantes conteúdos pra atrair mais assinantes.
Um dos clubes envolvido na disputa do Mundial, o Al-Hilal, pertence ao fundo soberano saudita.
Que também é dono do Newcastle, que não está disputando o torneio, diferentemente dos ingleses Chelsea e Manchester City.
A imprensa inglesa então questiona: estariam então os donos do Newcastle dando dinheiro pra dois rivais de forma indireta?
Campeão do mundo em 2022, Lionel Messi surpreendeu ao escolher, no ano seguinte, o Inter Miami como seu próximo destino.
A equipe tem David Beckham como rosto público, mas seus outros donos têm história curiosa:
Sua fortuna se deve, em grande parte, ao terrorismo contra Cuba.
Na apresentação de Messi, ele foi celebrado não apenas por Beckham, mas pelos irmãos cubano-estadunidenses Jorge e Jose Mas, filhos de Jorge Mas Canosa, um ferrenho opositor do governo cubano.
Ambos são sócios de Beckham no clube e Jorge aproveitou pra discursar diante de Messi.
Afirmou que a equipe era um tributo a Miami, que acolheu sua família em busca de "liberdade".
Aliás, a palavra "freedom" é um dos lemas do Inter Miami: seu próximo estádio, previsto pra 2026, se chamará Miami Freedom Park.
Os irmãos Jorge e Jose nasceram ricos graças ao pai.
Após a vitória do seu Barcelona sobre a Juventus, o técnico Luis Enrique comemora no campo ao lado de sua filha, que agita uma bandeira do clube catalão. Eram os campeões da Europa.
10 anos depois, ele quer repetir a cena. Mas sua filha não está mais aqui.
Xana tinha apenas 9 anos quando faleceu, em 29 de agosto de 2019, devido a uma forma rara de câncer ósseo.
Ele e sua esposa, Elena Cullell, a mãe de Xana, montaram uma fundação com o nome dela após sua morte, para dar apoio a crianças com câncer e às suas famílias.
A vida de Xana coincide um pouco com a carreira de técnico de Luis Enrique, que começou nas categorias de base do Barça, passou pela Roma, pelo Celta, até chegar ao profissional do gigante catalão.
Com ele, o Barça formou o ataque com Messi, Suárez e Neymar e ganhou a Champions.
Um feito histórico no Irã: pela 1ª vez, um clube azeri (azerbaijano) é campeão nacional.
O Tractor, para orgulho dessa que é a maior minoria étnica do país, conquistou o título local.
Nos últimos anos, ele tem sido válvula de escape de uma minoria perseguida pelo governo.
É comum que se pense no Irã como um lar só dos persas, mas o país é um caldeirão étnico. Existem curdos, árabes, baluchis e, sim, azeris.
Estima-se que esses últimos sejam em torno de 20% da população do país, ou algo entre 12 a 20 milhões de pessoas.
Mas a questão é delicada.
A dinastia Pahlavi, que ascendeu ao poder há 100 anos, instaurou políticas de nacionalismo étnico, buscando "persificar" todo o Irã, perseguindo manifestações de identidade azeri.
Ela foi derrubada pela Revolução Islâmica de 1979 com ajuda dos azeris, mas eles se decepcionaram.
"O time de mais sucesso na Inglaterra não é inglês. É scouse".
O Liverpool levantou o título da Premier League e a Nike aproveitou e reforçou uma identidade que clube e cidade adoram promover.
Mas afinal, o que é scouse, e por que há uma certa polêmica com o uso do termo?
Liverpool é uma cidade portuária no oeste da Inglaterra. Distante da capital Londres, tem características que não combinam com a aristocracia que marca o país.
Desde o século XVIII, é também um caldeirão cultural.
Pela sua localização, recebia marinheiros principalmente de Gales, da Irlanda e da Escandinávia. A mistura dessas pessoas que chegavam à cidade gerou um sotaque único.
Além disso, o porto foi local de surgimento de um prato típico.
Em 1998, o clube argentino San Lorenzo atravessava uma crise.
Para contorná-la, contratou o técnico Alfio "Coco" Basile, que estrearia em partida contra o Platense.
Pra começar a mudar as coisas, ele expulsaria uma pessoa do vestiário: Jorge Bergoglio, o futuro papa Francisco.
A história, relembrada por Basile em mais de uma entrevista nesses 12 anos em que Francisco foi papa, dá conta de que ele chegou ao vestiário pra sua partida de estreia acompanhado de Fernando Miele, presidente do San Lorenzo.
Aí, levou um susto: havia um padre por lá.
Basile diz ter perguntado pra Miele quem era essa figura, e o presidente respondeu: "é um torcedor do San Lorenzo que está sempre aí, benzendo os jogadores".
Ao que o técnico disse: "você me contratou porque vocês não ganham de ninguém. Seja lá o que ele faz, não funciona".