Para a Faria Lima, a Terceira Via está natimorta e 2022 será Bolsonaro ou Lula. Com medo dos dois, a Faria aposta no presidente da Câmara, Arthur Lira, e no Centrão para controlar o próximo presidente+
2/É possível que estejam certos, mas qualquer previsão faltando 18 meses na política brasileira é como apostar na loteria, mas uma coisa é cerca: a Faria Lima não entende Arthur Lira e o novo Centrão+
3/Eles ainda acham que o Centrão atual é o Centrão arte, o Centrão moleque, que quer invadir feito bárbaros, indicando primos para o INSS de Londrina, afilhados no DNOCs e arranjando um laranja para ganhar uma emissora de rádio em Sorriso. O Centrão de Arthur Lira evoluiu+
4/O Centrão de Lira não quer mais as migalhas de carguinhos de segundo escalão, mas a estratégia do governo. Por isso, o único ministério indicado pelo presidente da Câmara foi a Secretaria de Governo, que negocia as emendas parlamentares,...+
5/ ...e sua principal batalha é recriar o Ministério do Planejamento, que distribui os gastos do orçamento da União. Se indicar um aliado para o novo Ministério, Lira toma para si o coração que irriga o País de obras e recursos federais.+
6/A Faria Lima olha e acha bonito porque considera essa uma fórmula de atar tanto o futuro governo Bolsonaro quanto o de Lula. Ledo e Ivo engano+
7/o Congresso por natureza é gastador. Só que com o Brasil está há 7 anos com déficit primário, com Teto de Gastos arrobado e corre o risco de entrar numa dominância fiscal. Como se sabe, medidas de austeridade não combinam com deputados querendo dinheiro para construir pontes+
8/A segunda é desconhecer a natureza do personalismo político. Em outubro de 2022, os brasileiros votarão em Bolsonaro ou Lula ou Ciro Gomes ou quem quer que seja, esperando que o eleito _ e apenas ele_ recupere o país no pós-pandemia. O Congresso não tem esse protagonismo.+
9/É mais prudente a Faria Lima procurar os candidatos a presidente e tentar, legitimamente, influenciar o próximo governo do que apostar num embate entre os Poderes. Meu artigo para a @VEJAveja.abril.com.br/blog/thomas-tr…
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1/Desde Osama bin Laden não se assistia um movimento tão uníssono de tantas personalidades diferentes e de tantos países distintos personificando em um líder internacional um mal tão assustador para o futuro da humanidade como Jair Bolsonaro+
2/Bolsonaro promoveu aumento recorde no desmatamento ilegal, tráfico de madeiras e garimpo em terras indígenas. Neste governo, perdeu-se um território de florestas amazônicas equivalente a Israel. O seu ministro do Meio Ambiente é acusado pela PF de lobby para madeireiros+
3/Contra bin Laden, os EUA invadiram o Afeganistão. Contra Bolsonaro, a pressão será + suave, mas virá. “Bolsonaro transformou o Brasil num país temido por propagar a Covid e odiado por não cuidar da Amazônia”, me disse um diplomata que participa das conversas entre EUA e Brasil+
1/O impasse sobre o orçamento terminou com o Centrão manobrando p/ burlar Lei do Teto, Paulo Guedes sob derrota acachapante, R$300 bilhões de déficit fiscal primário e o mercado financeiro, sempre tão sensível a todos esses assuntos, fazendo a egípcia
2/Ter a política econômica decidida pelo Centrão virou o “novo normal”.
3/É possível que ainda saia uma capitalização da Eletrobras, ou algum avanço na privatização dos Correios, ou até uma reforminha aguada na contratação de futuros servidores públicos, mas é xepa.
1/O rascunho da PEC produzida pelo Ministério da Economia para resolver o impasse sobre a sanção do Orçamento tem o simbolismo da bandeira branca erguida por um Exército derrotado para pedir cessar-fogo. Guedes está assinando uma rendição incondicional para segurar seu emprego+
2/A PEC de Guedes provocaria urticária no Guedes antigo e é indefensável sob qualquer ângulo, menos um: é uma tentativa do ministro de agradar o Centrão. Nem isso deu certo+
3/Líderes do Congresso trabalham abertamente pela substituição de Guedes. Nomes na mesa: Roberto Campos Neto, do BC, que recusou enfaticamente as sondagens no ano passado, Mansueto Almeida (hoje no BTG) e o atual presidente do BNDES, Gustavo Montezano, amigo da família Bolsonaro+
1/Bolsonaro desperdiça sua única chance de remontar as relações com os EUA de Joe Biden. O prazo vai até o dia 22, Dia da Terra, quando Biden reúne 40 líderes mundiais para debater ações práticas para reduzir e mitigar o efeito das mudanças climáticas nas próximas décadas+
2/As negociações estão em impasse. O ministro Ricardo Salles tenta enrolar os americanos prometendo reduzir o desmatamento se antes receber U$ 1 bilhão. Ele opera como se tivesse sequestrado a Amazônia e exigisse resgate para não matar o refém+
3/Só que não vai funcionar. Em conversa recente com a nova equipe diplomata brasileira, os americanos deixaram claro que “não haverá uma segunda chance”. Ou o Brasil apresenta uma proposta factível no dia 22 ou os EUA seguirão seu projeto com Colômbia, Peru e outros países+
1/O providencial vazamento dos 25 minutos da conversa entre o presidente Bolsonaro e o senador Jorge Kajuru conseguiu derrubar como em um strike as expectativas das oposições. Um dia depois da divulgação do áudio, Bolsonaro conseguiu tudo o que queria:
2/Por ordem de Bolsonaro, senadores governistas assinaram anexo para ampliar as investigações da CPI à ação de governadores e prefeitos. É a manobra típica de quem não quer investigar nada+
3/Como mostrou o @estadao, o Supremo deve manter a liminar ordenando a instalação da CPI, mas deixando os trabalhos p/ quando as sessões presenciais forem seguras. Com medo de impeachment, o STF vai dexar Rodrigo Pacheco empurrar as investigações para as calendas+
1/Anos atrás, estive na Universidade Católica Argentina, para uma entrevista no Departamento de Ciência Política. Ao final, um jovem se aproximou e foi saudado: “Este aqui”, me apresentou o professor, “é um dos nossos mais brilhantes novos doutores..."
2/"...ele voltou agora de Nova Deli onde pesquisou as eleições indianas”. Ao ser perguntado sobre sua conclusão, o jovem doutor empostou a voz: “para compreender o sistema político indiano precisamos antes de tudo aceitar a premissa de que lá não existe peronismo”. Só eu ri +
3/Parafraseando, se hoje um jovem cientista político brasileiro retornasse do Exterior e tivesse que resumir seu principal achado, começaria assim:
“para compreender a política lá fora precisamos antes de tudo aceitar a premissa de que lá não existe Centrão” +