Thread by @DhiordanLove

Pq doar o corpo a uma instituição de pesquisa? Quais os tipos de corpos podem ser doados e quais não? Como se doa um corpo? Vem conferir estes temas nesta thread

Um corpo comumente é preservado em formol, Essa substância, ao ser injetada nos cadáveres, forma ligações químicas muito fortes, o que detém os processos de autodestruição celular e a atividade das bactérias que decompõem nossos organismos depois da morte.

Esses corpos conservados em formol são os que servem para formar os estudantes de anatomia "como se estivessem diante de um livro". Com eles, aprendem que nenhum corpo é igual ao outro, e que inclusive o braço direito de uma pessoa é muito diferente do esquerdo

O formaldeído conserva as estruturas básicas do organismo, mas tem algumas limitações. As ligações químicas que detêm a decomposição enrijecem os tecidos, e eixam o corpo bastante diferente do de uma pessoa viva, dificultando certos tipos de estudos.

Uma opção para cirurgiões é preservar partes do corpo congeladas e ao descongelar realizar os experimentos e técnicas cirúrgicas. Mas a peça cadavérica uma vez descongelada só pode ser usada p/ um tipo de técnica cirúrgica

Uma outra técnica muito mais cara é a Thiel, q além do formol, injeta nos corpos uma mistura que contém uma mesclada com sais, ácido bórico, antisséptico, etilenoglicol e anticongelante.

Esse líquido detém o processo de putrefação, esteriliza o corpo e o mantém flexível, e com órgãos de aspecto muito mais parecido ao de um paciente vivo. Porém é uma técnica extremamente cara e poucas Universidades do mundo a usam.

Os corpos são extremamente importantes para o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas experimentais e tbm treinamento de cirurgiões. Embora muito importantes p/ o estudo das mais diversas áreas da saúde existem diversos problemas para obtenção de cadáveres para pesquisa e ensino

As principais dificuldades são:
Dificuldade de informação das pessoas leigas;
Falta de entendimento da legislação sobre os trâmites a adotar até o destino final dos corpos;

Falta de centrais que administrem o procedimento de distribuição de cadáveres para instituições de ensino e pesquisa, públicas e privadas;
Falta de gerenciamento de fluxo, ou seja, uma central para processamento de novos cadáveres que cheguem;

Dificuldade cultural e religiosa para a doação do próprio corpo. Algumas culturas proíbem dissecar cadáveres e os médicos precisam ir estudar em outros países se quiserem estudar os corpos humanos.

A alta demanda por parte de empresas de pesquisa médica e de indústrias que fabricam aparatos cirúrgicos, além dos programas universitários de medicina, fez surgir um mercado curioso nos Estados Unidos: o de cadáveres.

Com a oportunidade de negócio, surgiram empresas dedicadas à comercialização de tecidos humanos ou corpos.
Após recolherem o corpo doado, eles o colocam em um frigorífico.

E aí ele passa por uma série de exames de sangue (HIV, hepatite, tuberculose) e uma avaliação física para ver suas condições e que parte dele é possível vender. Há muitas opções: pode-se vender o corpo inteiro ou algum membro específico.

Os preços das partes do corpo variam muito. Uma cabeça congelada custa US$ 500, um pé, US$ 200, um torso, entre US$ 1,5 mil e US$ 1,8 mil, um joelho, US$ 300, e uma mão, US$ 125.

Nos Estados Unidos, é ilegal vender partes do corpo, mas essas empresas encontraram a maneira de fazer o negócio de forma legal: ela não cobram pelo corpo, e sim pelo serviço de fornecê-lo.

Segundo um documentário produzido pela BBC sobre o tema, muitas famílias optam por doar o corpo para evitar os custos de cremação, que podem alcançar os US$ 2 mil.

Quais as situações que não é possível doar um corpo?
Cadáveres originados de morte violenta, suicídio ou suspeita não pode ser destinados para estudo;
A Universidade não poderá aceitar doação de corpos de indivíduos com doenças infecto-contagiosas;

Em caso de um corpo doado, o funeral sempre pode ser feito antes; é uma decisão familiar e os custos também devem ser arcados pela família. Quando se trata de um cadáver não reclamado – que não é identificado ou procurado por responsáveis

o corpo fica congelado no IML durante cerca de um mês até que a documentação esteja concluída e ele possa ser destinado à instituição de ensino.

As doações voluntárias podem acontecer com partes dos corpos ou o corpo inteiro. Partes amputadas de corpos inteiros também podem servir para estudos em universidades.

Com exceção dos cadáveres q não possuem documentos de identificação (indigentes), as universidades têm acesso aos dados da pessoa cujo corpo está sendo estudado. Contudo, dentro da universidade, o nome é esquecido; os cadáveres são chamados de “peças” e identificados por números

Os familiares terão acesso ao corpo?
Não. O acesso é permitido apenas aos alunos, professores e técnicos do laboratório do departamento de Anatomia.

Como doar um corpo?
P/ isso é necessário elaborar um documento, expressando o desejo de doar o seu corpo após a morte e o registrar em cartório e entregar uma cópia a instituição de pesquisa q se deseja doar o corpo. E os familiares devem estar cientes da decisão do doador.

Ao recebermos a documentação necessária do doador, o processo é levado para um cartório, onde o juiz dá ciência que o corpo daquele indivíduo está depositado aqui na FCMSCSP e para um determinado fim: de ensino e/ou pesquisa.

Se quiser saber mais detalhes sobre o processo de doação, como os corpos são preservados e conhecer mais de um laboratório de anatomia humana vem conferir neste vídeo:

E já falei aqui sobre um outro tipo de estudo com cadáveres:

https://twitter.com/DhiordanLove/status/1391145619734073344

Se vcs puderem ajudar a compartilhar para que mais pessoas conheçam a importância de doação de corpos:
@DoutorMaravilha @MedicinaEmDBT @oatila @Pirulla25 @luizacaires3