O bolsonarismo está desesperado para retomar o controle da narrativa nas redes. Veja o caso do Pastor conselheiro, ele está desde ontem implorando para que seu vídeo se viralize. Percebam o timing: lançado logo após o fim dos trabalhos semanais da Comissão.
Não é coincidência, é tática para quebrar o "flow" que a CPI instaurou nas redes. É fato atrás de fato (e fatos que são transformados em narrativas de circulação ampla) contra o governo. Eles já perceberam que durante os dias de trabalho da CPI vai ser complicado quebrar isso.
O foco se volta para as sextas e fins de semana. Donde a ação do Pastor, que foi gestando a polêmica ao longo da semana para tentar emplacar um hit no apagar das luzes.
Como sempre não engajem, não discutam, não disputem esse jogo viciado.
Outro ponto interessante - e que corrobora algo que já foi dito por outros -, o foco do bolsonarismo mudou, ele parece estar migrando para alguns grupos que até então eram meio que ignorados, os motociclistas estão entre esses grupos.
Tenho conversado com pessoas de diferentes motoclubes (ou que tenham relação indireta com estes) e todos me dizem algo muito semelhante: de um tempo para cá os grupos foram tomados por bolsonaristas. Evento recente e coordenado.
Talvez o movimento seja uma espécie de retração tática do bolsonarismo: me lembra como ele se comportava até 2016, focado em grupos muito específicos com uma capacidade de mobilização anormal. Uma "motocada" chama mais atenção do que uma vigília religiosa, por exemplo.
Foi a partir desses grupos específicos que eles invadiram grupos mais amplos, como os grupos de bairro de diversas cidades do Brasil. No ocasião falávamos de grupos de whatsapp, agora estamos falando de algo híbrido.
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Sempre que se surge o assunto fotografias e protestos eu vejo o mesmo conjunto de respostas "não podemos mostrar que temos medo", "é importante tirar fotos agora divulgar", "temos que nos posicionar". Respostas que apelam, sempre, para o voluntarismo.
Política é organição.
(1) Tais respostas/justificativas ignoram o fato de que movimentos sociais vem sendo criminalizados no Brasil tem pelo menos uma década, e que fotografias e material nas redes tem sido usados para isso.
(2) que existem formas MUITO mais eficientes e seguras de se divulgar um evento/protesto, fotos aéreas, fotos distantes, vídeos mostrando as bandeiras, cartazes, mas que não mostrem o rosto dos participantes. E existem coletivos e pessoas especializadas na produção desse material
Galera que for colar nos protestos sempre bom lembrar: protesto não é festa, não é evento social. Favor não se fotografar ou fotografar/marcar os/as compas. Se forem se organizar em grupos, por favor usem meios seguros como signal.
Em tempos de pandemia é fundamental estar atento aos procedimentos e medidas de segurança, uso de máscaras (PFF2 de preferência) e manutenção de distância mínima entre as pessoas. Tenham responsabilidade.
Vários coletivos estão se organizando para distribuir máscaras e dar orientações de segurança. Quem tiver condições pode levar algumas PFF2 extras para distribuir, que seja uma apenas, já faz diferença.
Digo e insisto, nesse momento a única coisa que sustenta Bolsonaro no poder é o fato de que os grupos políticos que estão na linha sucessória não tem nenhum interesse de sentar na cadeira presidencial.
As forças armadas acreditam estar numa distância segura da catástrofe que virou o Brasil - e de fato, creio, a percepção geral da população sobre elas não deve ter mudado muito. Assumir a cadeira poderia colocar essa distância em risco.
O "Centrão" também está muito confortável com um governo enfraquecido, reduzido ao papel de fiador da rapinagem. Governos sobrevivem pela sua força ou pela sua fraqueza, Bolsonaro parece esta nesse segundo grupo.
"O comandante e Braga Netto têm em suas mãos uma delicada tarefa. Mostrar a Bolsonaro a impossibilidade de não punir Pazuello, ainda que ele tenha ido ao Rio a convite do presidente" [...] "O gesto obriga o comandante a puni-lo, sob pena de prevaricação"
Inclusive, toda essa situação reforça ainda mais a tese de que Pazuello foi na #CPIdaCovid assumir no peito a bronca do ministério da saúde deslumbrado por promessas de poder e de que estaria blindado pelo Presidente.
Pode não parecer mas hoje é um dia muito importante na #CPIdaCovid, o depoimento de Dimas Covas será essencial, especialmente diante da reconvocação de Pazuello. Nossa cobertura começa a partir das 09:00h
Para ter uma ideia, Dimas Covas já rebateu publicamente o General da Ativa ao afirmar que o contrato da Coronavac levou mais de seis meses para ser assinado pelo Governo Federal. Pazuello afirmou na #CPIdaCovid que foi tudo feito com celeridade e sem interferência do Presidente.
Outro ponto importante, creio, serão as perguntas sobre as dificuldades de se obter insumos, mais especificamente, se a posição beligerante do governo, especialmente do presidente, seus filhos e do 4chanceler dificultaram as tratativas.
#CPIdaCovid Enfim, começou a votação, @randolfeap apresenta o requerimento para convocar Jair Bolsonaro. Começa uma briga entre Randolfe e Marcos Rogério.