🚨PAUSA OBRIGATÓRIA PARA APRECIAÇÃO! A partir de amostras cirúrgicas do córtex cerebral do lobo temporal, métodos computacionais foram usados para renderizar a estrutura tridimensional de 50.000 células e 130 milhões de conexões sinápticas! 👇
Alguns achados muito interessantes:
🧠A glia superava os neurônios 2:1 (ou seja, para cada neurônio, temos 2 células da glia)
🧠oligodendrócitos eram o tipo de célula mais comum dentro da área de análise!
Guia rápido para quem tá um pouco perdido:
Células da glia são um tipo celular relevantíssimo no 🧠! Elas estão envolvidas em muitos processos relacionados a manutenção do ambiente para uma boa atividade dos nossos neurônios e outras células!
Sabe aquele pau pra toda obra? É a glia! Encara qualquer invasor do sistema nervoso, ajuda no desenvolvimento desse sistema durante a gestação e na vida pós-natal, controla tudo que entra e tudo que sai, auxilia os neurônios em praticamente tudo...
Glia é tudo pra mim
Uma dessas células é o tal do oligodendrócito que citei ali! Ele tem papeis muito relevantes, e o mais conhecido e clássico (mas não somente esse) é o do isolamento dos axônios para que a transmissão da informação (ou sináptica) role mais rápida!
Quê?
Imagina uma mangueira furadinha. Se liberar o fluxo de água, vai vazar pelos furinhos, e vou liberar a água numa velocidade x. Agora, se eu passar fita isolante nessa mangueira, a água vai fluir beeem mais rápido não é?
A mielina propicia isso, produto dos oligodendrócitos!
Dentro desse conceito da presença de células da glia no sistema nervoso, a razão de quantos neurônios cada célula da glia "abraça para cuidar" pode estar relacionada com o que conhecemos hoje como a "inteligência". isso é assunto para outro fio! pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21584869/#:~:t….
🧠A proporção de neurônios excitatórios (que mandam o estímulo VAI para o outro) e inibitórios (que mandam o estímulo PERA LÁ, SEGURA para o outro) estaria em torno de 69:31% nessa amostra
Neurônios inibitórios podem ser responsáveis pela inibição de centenas de excitatórios!
E isso tem um impacto muito substancial: uma alteração na atividade de um neurônio inibitório pode influenciar muito alguma(s) rede(s) de neurônios!
Eu estudei toda a minha pós-graduação neurônios inibitórios no córtex sensorial e sou suspeita. Vai ter fio disso também!
🧠Além de apontar mais possibilidades de classificação de células em diferentes regiões do córtex (como as mais profundas) pela sua estrutura, um tipo de neurônio que parece um candelabro e é inibitório parece estar fazendo MUITA coisa por ali!
Sabíamos que esses neurônios "candelabros" interagiam com diferentes neurônios excitatórios de camadas vizinhas e isso gera um potencial imenso para modular a atividade do neurônio da região dele E dos neurônios vizinhos, gerando contatos multi-sinápticos (até ~ 20 sinapses)
Esse imenso trabalho em que eu resumi alguns de MUITOS outros achados foi realizado por uma parceria da @Google + @Harvard . Achou muita célula? Isso equivaleria a um milionésimo do córtex cerebral
Vocês podem conferir algumas imagens aqui nesse site e se DESLUMBRAR com a imensa beleza que o nosso sistema nervoso é. Um potencial imenso para reconstruir a nossa realidade e gerar universos únicos em cada uma de nossas mentes 🧠💕 h01-release.storage.googleapis.com/gallery.html
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
Alterações no sistema imunológico podem estar presentes 8 meses após a infecção, mesmo em pessoas com Covid-19 leve a moderada.
Essas alterações podem manter a inflamação de forma contínua e sustentada nessas pessoas, levando a danos em diferentes tecidos 🔻
O estudo recente analisou o sangue de pacientes com Covid longa (CL), e comparou as amostras com:
- Indivíduos recuperados de mesma idade e sexo sem CL;
- Doadores não expostos;
- Indivíduos infectados com outros coronavírus.
O que os pesquisadores encontraram?
A Covid Longa leva a uma ativação anormal das células da imunidade inata (primeira linha de defesa do organismo, que respondem a qualquer invasão ou lesão, de forma inespecífica)
Estudo com 56 indivíduos com ~10 anos, com COVID longa (vs. 27 sem COVID Longa) mostrou alterações importantes relacionadas à função autonômica do coração, que também podem ser vistas em adultos com COVID longa.
COVID longa em crianças NÃO DEVE ser minimizado🧵
Os autores apontam que essas alterações poderiam levar a um fluxo sanguíneo anormal aos órgãos, contribuindo para sintomas como fadiga, dores musculares, intolerância ao exercício e dispneia, sintomas cognitivos (ex.: confusão mental)
Em adultos, essa disfunção autonômica pode estar presente e ligada a sintomas e condições da COVID longa relacionados ao sistema cardiovascular e respiratório, como a síndrome de taquicardia postural ortostática (POTS), fadiga e distúrbios das vias aéreas, por exemplo
Estudo interessante da @VirusesImmunity e colegas, mostra diferenças em como a COVID longa afeta homens e mulheres: mulheres são mais propensas a apresentar COVID longa, com uma carga maior de sintomas afetando diferentes órgãos, e hormônios podem ser preditores da condição 🧵
O grupo de pesquisadores investigou como o perfil imunológico na COVID longa pode diferir entre homens e mulheres e se isso poderia nos ajudar a entender como essa condição afeta ambos.
165 indivíduos (com ou sem COVID longa) foram avaliados.
O estudo identificou que alguns sintomas relacionados à COVID longa são mais presentes em mulheres (como inchaço, dores de cabeça, dores musculares, cãibras, queda de cabelo) e outros, mais em homens, como a disfunção sexual
COVID longa e Sist. Nervoso🧠:
- Em UK, ~113 mil participantes ➡️ prejuízos persistentes na cognição, raciocínio e memória, mostrando um efeito protetor da vacinação
- Na Noruega, +134 mil participantes foram acompanhados por 3 anos (!) ➡️ prejuízos persistentes na memória 🧵
No estudo do Reino Unido (UK), foi feita uma avaliação on-line da função cognitiva, como prejuízo de memória ou dificuldade de pensar ou concentração (“névoa cerebral/brain fog”).
Os autores falam que quem se recuperou mais rápido de COVID-19 teve menos prejuízos (mas ainda apresentaram déficits). Déficits maiores foram vistos em quem teve uma persistência desses sintomas da infecção.
COVID longa: pesquisas apontam mecanismos por trás da NÉVOA CEREBRAL (dor de cabeça, fadiga, mal-estar, dificuldade no foco, etc).
A inflamação persistente e danos na barreira protetora do 🧠 podem estar presentes ATÉ UM ANO após a infecção em quem apresenta névoa cerebral 🧵
Vou deixar o link da pesquisa abaixo, que usou dados de ressonância magnética em pacientes com COVID longa que apresentam prejuízos cognitivos como a névoa cerebral (ou brain fog), além de análises no sangue desses pacientes.
Alterações neuropsiquiátricas são, infelizmente, comuns em quem experiencia COVID longa. Um estudo mostrou elas podem estar presentes após 6 meses da infecção por COVID-19 em mais de 33% dos mais de 230 mil pacientes acompanhados pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33836148/
Nesse fio, vou fazer uma atualização do cenário das variantes, de alguns dados de vacinas em relação às variantes mais presentes e trazer preocupações que eu tenho sobre esse cenário, em especial, na comunicação sobre a doença 🧵
O país/mundo enfrenta muitos desafios, mas COVID-19 ainda deve estar nas prioridades de enfrentamento, e ele precisa ser pensado para a população, e não apenas para os que tem maior risco da doença, pois até mesmo jovens e pessoas saudáveis podem ter sequelas
Em diferentes países, JN.1 se tornou a variante dominante, e temos casos no país desde 2023. Vi notícias comentando seu surpreendente espalhamento em contrapartida de ser "menos severa", mas isso pode ser explicado pela imunidade da população, por exemplo