Antes do Brasil atual, houve um tempo em que todo Brasileiro tinha um trocado pra comer um salgado e tomar um suco no meio da rua. Não quero deprimir a juventude, mas eu mesmo já cheguei a ver um trabalhador comento uma coxinha sem perguntar o preço.
Naquele tempo (jesus caminhava com seus disciBRINCADEIRA). Naquele tempo, era só sair com uma caixinha de isopor com 60 salgados na rua que tu conseguia vender e tirar 4 salários minimos. Ou seja: TODO “SEM FUTURO” TINHA ALGUM FUTURO VIRANDO SALGADEIRO.
Tô com um tema de MESTRADO aqui, mas como tô sem tempo, alguém escreve pra mim:
A SUBSTITUIÇÃO DE MASCOTES TRABALHADORES POR OUTROS ESTETICAMENTE BLOGUEIROS E TIKTOKERS
Como este senhor, conhecido como “Baianinho”, cabeçudo, tinha barriga, rosto redondo, nariz de batata, simpatia nos dentes, fenotipicamente vendedor...
QUE PERDEU O EMPREGO PRA ESSE CANTOR DE KPOP BRONZEADO ARTIFICIALMENTE. Nunca será!
Minha vó chegaria no caixa e diria “cadê meu amigo Baianinho?”, mas ela jamais diria “KD MEU MANO CB?”. Minha vó não anda de SK8 e não fala letras desconexas como se nomes fossem...
Fiz um post sobre Jacarezinho no Insta e os comentários foram de “se tivesse acordado 5 da manhã e ido trabalhar não tinha morrido” a “bem feito”. Eu as vezes me iludo de que o inimigo do preto é o governo, O INIMIGO É O BRASILEIRO.Jacarezinho não aconteceria sem o apoio do povo.
Tem que parar com esse clichê de que o Brasileiro é um povo amável, acolhedor e chorão: O BRASILEIRO É HORRÍVEL. O BRASILEIRO ELEGEU ESSE GOVERNO HORRÍVEL. O BRASILEIRO QUER NOS MATAR.
E tô usando “o Brasileiro” na terceira pessoa, me excluindo da condição de Brasileiro, quase como um direito adquirido na obra de Gilberto Freyre.