Fiz um post sobre Jacarezinho no Insta e os comentários foram de “se tivesse acordado 5 da manhã e ido trabalhar não tinha morrido” a “bem feito”. Eu as vezes me iludo de que o inimigo do preto é o governo, O INIMIGO É O BRASILEIRO.Jacarezinho não aconteceria sem o apoio do povo.
Tem que parar com esse clichê de que o Brasileiro é um povo amável, acolhedor e chorão: O BRASILEIRO É HORRÍVEL. O BRASILEIRO ELEGEU ESSE GOVERNO HORRÍVEL. O BRASILEIRO QUER NOS MATAR.
E tô usando “o Brasileiro” na terceira pessoa, me excluindo da condição de Brasileiro, quase como um direito adquirido na obra de Gilberto Freyre.
Ontem, na aula de literatura, discutindo a duabilidade e a cordialidade do Brasileiro na obra do Sérgio Buarque de Holanda eu falei sobre isso: QUEM CONHECE A CORDIALIDADE DO BRASILEIRO? QUEM É DIGNO DELA? PRA QUEM ELE APRESENTA O LADO AMÁVEL E CRISTÃO? Pra empregada que não é.
Esse dilema do “me surpreendi com meus amigos!” e “Como pode Papai ser tão bom, tão humano e fazer isso?” é quase um privilégio. Tem um povo pra quem o Brasil nunca foi cordial, pra quem seu pai nunca foi bom, pra quem seus amigos nunca olharam.
Até 1888 o povo preto estava na mão dos empresários (já experimentamos o estado mínimo e não é bom), os grandes empresários nos matavam. Depois de 1888 o povo preto começou a ser morto pelo estado. O povo preto nunca foi cuidado como gente.
Enfim, é tudo muito complexo e ao mesmo tempo MUITO CLARO, FÁCIL E ÓBVIO. Uma última coisa...
Ontem, relendo Castro Alves
“Existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infâmia e covardia!...”
Concluí que a única maneira de ser um bom Brasileiro é odiando o Brasil.
“Existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infâmia e covardia!...”
Concluí que a única maneira de ser um bom Brasileiro é odiando o Brasil.
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