🚨Exames de imagem em pessoas que tiveram COVID-19 (comparado com um momento antes da COVID-19) revelam alterações muito significativas em regiões que processam informações como cheiros e gostos no 🧠
Explico nos próximos tuítes 🧶
👥782 participantes cadastrados no 🇬🇧 Biobank COVID-19 ingressaram no estudo. Essas pessoas fizeram exames de imagem antes da pandemia e fizeram um novo exame recentemente. Desses, 394 testaram positivo para COVID-19 entre um exame de imagem e outro
As 394 pessoas recuperadas de COVID-19, e os 388 indivíduos que não tem histórico da doença foram pareados por idade, sexo, etnia e intervalo entre os exames.
Isso significa que eles compararam pessoas que compartilham similaridades nessas variáveis
Nessa tabela, temos mais dados desses pacientes que se recuperaram de COVID-19: origem do diagnóstico, a data do diagnóstico (disponíveis) e a variação em dias antes da realização do 2º exame
Aqui, a diferença dos hospitalizados x não hospitalizados. Vemos que, em geral, os hospitalizados eram mais velhas, com comorbidades como pressão alta, observando-se um número maior de homens.
Nas regiões do hemisfério esquerdo, que compreendem o córtex perirrinal, córtex orbitofrontal e a ínsula superior apresentaram uma grande redução da espessura ou volume da camada de substância cinzenta ao longo do tempo nos 394 participantes recuperados de COVID-19
As análises adicionais no trabalho apontam para o envolvimento de estruturas relacionadas ao processamento da informação do olfato ou cheiros/odores (córtex perirrinal e orbitofrontal)
Além das regiões relacionadas ao processamento de odores (olfato) e gostos (gustação, com o envolvimento da região da ínsula), regiões relacionadas à memória mostraram diferenças entre recuperados de COVID-19 hospitalizados x não hospitalizados, e x grupo controle
Alterações neurológicas ou cognitivas (ex.: prestar atenção, lembrar de coisas recentes...) são vistas em 80% das pessoas que tiveram COVID-19 severa. Ainda, a perda ou alteração do olfato e gustação é visto em mais de 86% de pessoas que tiveram COVID-19 medrxiv.org/content/10.110…
Em outro fio, trazendo outros estudos, expliquei sobre regiões corticais, e nos tuítes seguintes, comentei sobre o envolvimento dessas regiões de processamento:
Muitas hipóteses foram levantadas para entender essa possível predileção do SARS-CoV-2 para o tecido nervoso, e como ele poderia estar entrando no Sistema Nervoso Central (SNC)
Várias possíveis "portas de entrada" podem estar sendo usadas pelo vírus, e a presença dessas alterações nessas regiões relacionadas ao olfato podem estar indicando que os neurônios que ficam no bulbo olfatório podem ter envolvimento
Além disso, outras células envolvidas no funcionamento adequado do tecido nervoso também estão envolvidas, demonstrando a importância desse tecido no contexto da COVID-19 e principalmente, na COVID longa ou COVID pós-aguda
Isso pode trazer implicações desde no baixo nível, lá no processamento das informações, até num alto nível, na saúde mental e incidência de transtornos psiquiátricos em pessoas recuperadas de COVID-19
A substância cinzenta é uma porção do tecido nervoso em que vemos uma grande população de neurônios. Já a substância branca, observamos muitas projeções desses neurônios, para conectarem-se a outros neurônios, além de outras células e estruturas
Uma redução na espessura dessa substância pode estar indicando uma possível perda neuronal. E é importante destacar que o SNC é um tecido plástico, capaz de se adaptar e remodelar. Mas esse indicativo já demonstra a pervasividade da COVID-19
E também, adiciona mais um ponto para a questão que devemos estar atentos à COVID longa/COVID pós-aguda, algo que já estamos lidando, e que muitos dos recuperados podem, infelizmente, experienciar
Em 50 anos, a vida selvagem monitorada na Terra reduziu em média em 73% e se tu acha que isso não tem a ver contigo ou com tua saúde, eu tenho outra notícia ruim...
Há MUITO o que ser feito nos próximos 5 anos para enfrentar as crises climática e de biodiversidade 🔻🧵
O relatório do World Wide Fund for Nature (WWF) se baseia no Índice Planeta Vivo (IPV), fornecido pela SZL (Sociedade Zoológica de Londres) e que inclui quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies monitoradas entre 1970-2020. wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/rela…
Segundo os dados, o maior declínio foi visto nos ecossistemas de água doce (-85%), seguido pelos terrestres (-69%) e pelos marinhos (-56%). As quedas mais acentuadas aconteceram aqui na América Latina e no Caribe (95%), seguido pela África (-76%) e Ásia-Pacífico (-60%)
Estamos vendo há dias reportagens sobre as queimadas no Brasil, ou observando fenômenos como "sol vermelho" no sul, "céu cinza" na região metropolitana de SP...
Mas temos que falar dos riscos à saúde que a exposição à fumaça das queimadas traz - o fio 🔻
A exposição à fumaça das queimadas traz inúmeros riscos para a saúde humana e animal. Entre os sintomas dessa exposição, a Secretaria de Saúde do Ceará fez um post compilando alguns deles. Reparem que não são só sintomas respiratórios
Além dos efeitos diretos à saúde, a exposição a fumaça também pode indiretamente contribuir para agravo de doenças cardiovasculares e respiratórias (ex.: asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) amazonia.fiocruz.br/?p=47815
Mpox nunca deixou de circular, e até o momento, o vírus detectado no país não é o clado Ib, responsável pelo surto da Rep. Dem. do Congo e países vizinhos e outras regiões, como Suécia, Paquistão.
e por isso é tão importante estar atento aos sintomas e testar. Abaixo, algumas imagens de sinais de alerta e sintomas da doença. Ampliar a testagem e vigilância genômica para identificar clados em circulação é fundamental neste momento. Se tiver sintomas, procure assistência
Mpox é uma doença que pode se transmitir pelo contato sexual e vimos que redes de transmissão dentro desse aspecto tiveram uma participação importante em novos casos na emergência de 2022.
Mas o vírus também se transmite por contato próximo e prolongado
Atualizações sobre #Mpox e dúvidas que surgiram nesse post:
- Há casos no Brasil, mas segundo o @minsaude são causados pelo vírus do clado II (o que circulou na emergência de 2022). Ainda não há casos registrados do clado Ib no país
Mas... (mais no mini fio)🔻
Isso não significa que o vírus do clado Ib não esteja circulando no país, de forma subnotificada. Por isso é importante cuidar os sinais suspeitos: pessoa de qualquer idade que apresente, de modo repentino, lesões nas mucosas/pele, em qualquer parte do corpo
Se tu tiver qualquer um desses sinais suspeitos, ou os sintomas abaixo, procure atendimento médico para realizar exames específicos, e buscar um diagnóstico. Evite compartilhar talheres, objetos, e evite contato próximo, direto e prolongado se suspeito ou diagnosticado
O mundo enfrenta uma ameaça conhecida e negligenciada e que hoje, foi declarada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional: #mpox
Nesse fio, falo de sintomas, transmissão, vacinas e por que temos uma 2ª emergência declarada num período de 2 anos 🔻
Mpox é a doença causada por monkeypox virus (MPXV), que pertence ao mesmo gênero que a varíola humana. Ficou conhecido como varíola dos macacos/símia, mas o nome foi mudado para não gerar um entendimento errado que apenas macacos podem transmitir a doença
A transmissão desse vírus se dá pelo contato com animais infectados/reservatórios do vírus, como roedores, por exemplo. Há também a transmissão entre humanos, pelo contato direto, próximo e prolongado (e isso engloba partículas expelidas no ar)
Existe um vírus que se espalha fácil, traz risco tanto durante a infecção (e especialmente com comorbidades, ex: asma), quanto traz risco para sequelas em diferentes tecidos, por tempo indeterminado
O que vimos abaixo é a coroação da banalização da COVID-19.
Se tu achou absurdo um atleta competir nessas condições, te digo que a situação no mundo é muito complicada também.
Não estamos testando adequadamente, não estamos vacinando suficientemente (e não falo só o fato da vacinação não ser universal - o que é uma preocupação)
Não estamos encarando a COVID-19 como ela é: uma pandemia.
Se a situação acima causa revolta e preocupação com a situação do atleta, ela é um produto da banalização de uma doença séria, que segue entre nós e que fingir o contrário não fará ela sumir.