1/n Eu acho que é sim um absurdo as datas da vacinação atrasarem por falta de envio das vacinas pelo governo federal.
Porém fica o questionamento: de que forma as cidades e os estados estão se organizando para abrir categorias de vacinação (seja pelo critério que for) SEM doses?+
2/n Perceba:
Cada categoria deveria ter um estudo de quantidade de pessoas em municípios e estados. É assim que se faz política pública, coletando e analisando dados, para gerar uma ação específica.
Como montamos datas de vacinação com previsão se não existe doses suficientes?
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3/n Seria isto propaganda de atos particulares de governantes, sapientes de q faltarão doses, para culpabilizar o federal?
Veja, não tô aliviando o federal, pq vem sendo criminosa sua ação. MAS alardear datas s/ vacinas suficientes e levar os louros de ter tentado não é ruim?
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4/n Meu ponto é:
alardear datas e categorias, sem doses suficientes: gera desinformação, deixa a população confusa, não possibilita um planejamento adequado de equipes em postos.
O q eu questiono é: se em âmbito federal temos tido negacionismo, o que esperar de outras esferas? +
5/n Qual custo alardear datas de vacinas, quando seguimos não tendo políticas efetivas, como medidas não farmacológicas, que nos darão mais condições de enfrentar a COVID-19, sem perder tantas vidas como tem acontecido?
Será que não teriam ações que pudessem nos salvar?
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6/n Digo isto pois parece um grande teatro: datas, falácias de apoio à ciência, coletivas com anúncios exaltosos de vitórias.
Os hospitais seguem abarrotados, os políticos seguem "controlando a crise" pelo número de leitos disponíveis, ignorando mobilidade urbana, ou pior
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7/n Medindo a régua por datas em que o comércio movimenta dinheiro.
Os estados e municípios estão resguardados por uma política cruel no âmbito federal, colocando às sombras o quanto tem agido sem muita eficácia na lida cotidiana.
E tudo isto é político e é uma disputa cruel.
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8/n É cruel por, toda a vez, vermos amigos, colegas, familiares, conhecidos (e pessoas próximas destes) adoecendo, morrendo, nas filas por leitos - enquanto as datas de vacinação nos anunciam uma política de Schröedinger: estamos e não estamos mortos. Temos e não temos vacinas.
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9/n Temos e não temos esperança.
De nada adianta ouvirmos sobre a disputa de vacinas e as rinhas entre governadores, enquanto a vacina não chegar no braço de brasileiros.
Enqto isso, eu realmente gostaria de ver campanhas públicas embasadas na ciência, atingindo a todos #desabafo
O que eu mais gosto dos dados que o Isaac debate é que eles são todos públicos e não necessariamente vinculados à “saúde” em um sentido estrito. E mostram o quanto analisar saúde é uma complexidade absurda e que precisamos estar atentos a muitas variáveis
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Isso é importante ressaltar pq são dados que certamente os governos têm acesso - e tem condições de analisar, enquanto corpo técnico tanto estatutário, quanto de consultoria.
Ter acesso a estes dados, compreender a análise e não agir são decisões públicas sabe? Isso que dói.
"Não existe amor em SP
Os bares estão cheios de almas tão vazias
A ganância vibra, a vaidade excita
Devolva minha vida e morra
Afogada em seu próprio mar de fel
Aqui ninguém vai pro céu"
Sempre que eu escuto este verso eu estanco os segundos...
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Desde que a pandemia começou e tenho visto amigos, conhecidos e parentes frequentando espaços públicos aglomerados, as palavras me atravessam com uma voracidade incrível... Consome, entristece, varre cada pedacinho em ares despedaçadamente.
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A ideia de que fomos vencidos pela individualidade, algoz e vaidosa reside no pensamento, enquanto tento afastar de tudo o que possibilita que eu continue...
Há dias de continuar apenas viva para além do óbvio pulsar. Há dias que é preciso mais.
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Aparecida Vilaca diz "é impossível não pensar na pandemia desassociada deste governo", ao falar sobre a questão indígena e a vivência da COVID-19, as violências sofridas neste processo - que se agravou além do que já existia.
Aparecida Vilaca nos lembra o quanto tempos de crises aumentam (e muito) a busca por minérios específicos - como ouro - e o quanto isto aumenta a violência contra indígenas, a invasão de terras, a morte da população para roubo, garimpo ilegal.
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"Olha a matéria para a imprensa amanhã, vou dar matéria para vocês aqui"
O presidente da república acabou de nos dar uma aula sobre como a comunicação em toda a sua gestão vem sendo absolutamente eficiente e tem pautado uma corrida desesperada de cientistas em redes sociais
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A cada fala - absolutamente genocida, gravada e intencionalmente estruturada - nós choramos, corremos para nos posicionar indignados, vamos à exaustão e, eventualmente, desistimos.
Todos os dias desde o início da pandemia e todos os dias desde o início da gestão dele, em 2019.
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Ele tem pautado a imprensa, tem pautado a divulgação científica que tem caído, sistematicamente, em sua linha de direção.
Embora tenhamos crescido em seguidores, nos debates, tenhamos SIM ganhado espaço é absolutamente insuficiente para nos estabelecermos como discurso +
O Brasil agora engrenou finalmente no discurso da vacina, mas tá se jogando nas cordas e relaxando geral as medidas não farmacológicas. E dê-lhe se contaminar... os números que o Léo traz (junto com o que os do @schrarstzhaupt trouxa dia desses) são absolutamente preocupantes
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Gente, promessa de vacina não interrompe transmissão não, viu?
Pra darmos conta de segurar o rojão nos próximos meses precisaríamos com urgência do que não fizemos até agora com eficiência: distanciamento social, máscara e um isolamento BEM feito.
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Os governos estão apostando duro na vacina - e estão certíssimos nisso.
Mas não basta. Temos que parar de circular este vírus maldito: não tem outro jeito não.
A vacinação ainda está lenta demais e estamos próximos do colapso (de novo...).
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O lance dos conselhos é bizarro. Este momento biólogos e biólogas tem se sobressaído MUITO no debate sobre ciência e sobre a atuação profissional na produção de conhecimento na área de saúde. Inclusive mostrando que ecologia faz parte disso (e muito)+
Desde monitoramento dos biomas e impactos na sociedade, até monitoramento de faunas silvestres, que sabidamente são reservatórios de vírus. Só pra ficar em um debate raso aqui...
ai os caras preferem o q? Atacar as pessoas que tem atuado em seus campos, falado sobre nossa área+
Cobrando anuidade e dizendo que não se é o que o diploma diz, pq não paga o boleto.
Cara... os conselhos conseguem mostrar que estão aqui mais para cercear o profissional e manter uma postura conservadora (política e cientificamente),
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