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Jun 23, 2021 7 tweets 3 min read Read on X
Antes do jogo de hoje, uma juíza do Tribunal Constitucional da Polônia acusou a Suécia de roubar a “herança nacional e os tesouros” poloneses, e exigiu que eles fossem devolvidos.

Krystyna Pawłowicz é ligada ao Lei e Justiça, partido de extrema-direita hoje no poder na Polônia.
Os eventos históricos aos quais ela se refere são chamados na Polônia de “O Dilúvio” e ocorreram no século XVII, quando a Suécia invadiu e ocupou a chamada República das Duas Nações, que corresponde aos atuais territórios polonês e lituano.

Mas as feridas seguem abertas.
Isso porque o nacionalismo polonês, que anda em alta, diz que os tesouros roubados da Polônia na época, que incluem obras de arte, livros e outros objetos de valor, ainda estão expostos nos museus da Suécia.

Há quem diga que foi um período pior pro país do que a invasão nazista
Andrzej Rottermund, diretor do Castelo Real de Varsóvia, antiga residência monárquica e um dos principais pontos turísticos da Polônia, é um dos que defende a tese.

Vários outros monumentos históricos do século XVII ainda carregam marcas dos ataques suecos.
Mas o que o futebol tem a ver com isso?

Criticada, a juíza afirmou que o recado não é para os jogadores, e sim para os suecos, a quem acusou de “bárbaros selvagens”.

Pelo Twitter, essa mesma juíza, que se diz conservadora, divulgou dados pessoais de uma criança trans em abril.
Ela também é conhecida por sua posição forte contra o aborto, e deu um voto decisivo que passou a impedir abortos por má formação fetal na Polônia este ano.

Pawłowicz também é contra a União Europeia, cuja bandeira ela já chamou de “trapo”. O Lei e Justiça é eurocético.
Temos falado bastante sobre a Hungria nesta Euro, mas a Polônia tem um governo com posições similares. A diferença é que o governo húngaro explora mais o futebol como arma política. Mas LGBTs também são perseguidos no país, escolhido pela UEFA pra final da Liga Europa deste ano.

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Nov 14
O Sudão não é um gigante do futebol africano, mas com apenas um ponto nos próximos dois jogos, sua seleção pode se classificar pra Copa Africana de Nações e alcançar um objetivo maior:

Jogar luz na guerra civil que tomou o país desde 2023 e que costuma ser ignorada nas notícias. Image
Aviso: o post a seguir contém relatos sobre violência sexual.
Em outubro, o Sudão surpreendeu ao vencer a tradicional Gana em campo neutro, na Líbia, já que os sudaneses não podem jogar em casa por causa da guerra.

A vitória deixou o país próximo da CAN 2025, com partidas diante de Níger e Angola nessa data FIFA pra garantir a vaga. Image
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Oct 18
No último domingo, em jogo pela terceira divisão de Montenegro, o Njegos perdia para o Zeta por 19 a 0 quando seus jogadores colapsaram em campo e a partida foi abandonada.

De acordo com um político local, os atletas do Njegos foram vítimas de envenenamento por plutônio. Imagem mostra um lance da partida entre Zeta e Njegos, pela terceira divisão de Montenegro.
O curioso é que dez jogadores do Njegos colapsaram ao mesmo tempo, aos 25 minutos do segundo tempo.

Eles foram levados a um hospital local, com alguns precisando do auxílio de um helicóptero para irem a uma UTI.
Foi Milan Knezevic, membro do parlamento montenegrino, que surgiu com a acusação de envenenamento dos jogadores por plutônio. Não houve nenhuma confirmação por parte de médicos.

Knezevic se colocou a dispoição para custear o transporte dos jogadores a hospitais na Sérvia. Imagem mostra Milan Knezevic sentado em uma cadeira azul à frente de uma bandeira de Montenegro.
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Oct 17
"Me perdoem por ter um passaporte alemão", brincou Thomas Tuchel na entrevista coletiva em que foi anunciado como o novo técnico da seleção da Inglaterra.

Era uma piada, mas sua contratação parece mesmo representar uma derrota inglesa e uma vitória alemã em vários aspectos. Image
Primeiro, no esporte. "Deveria importar se o técnico da seleção inglesa é um inglês?", questiona Barney Ronay, editor de esportes do jornal The Guardian.

Ele diz que não, mas torcedores e parte da imprensa estão insatisfeitos: "dia obscuro pra Inglaterra", publicou o Daily Mail. Image
O futebol de seleções é um teste entre escolas, uma queda de braço de países para mostrar ao mundo quem usa melhor os recursos de que dispõe.

Com somas vultuosas (às vezes de fontes antiéticas), ingleses montaram a liga mais rica do mundo, mas não conseguiram produzir técnicos. Image
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Oct 15
"Ici c'est Paris!", canta a torcida do PSG no Parque dos Príncipes.

É uma afirmação pra um local que, por décadas, pareceu isolado do futebol.

Mas isso pode estar prestes a acabar: após o PSG, o Paris FC deve ser o novo clube da moda, numa cidade que entende do assunto. Image
Segundo reportou o jornal L'Équipe na semana passada, o Paris FC está próximo de ser adquirido por Bernard Arnault, um dos empresários mais ricos do planeta, e a Red Bull, que há anos investe em futebol.

Hoje na 2ª divisão, o Paris FC lidera o torneio e espera subir esse ano. Image
A intenção é óbvia: seguir o exemplo do PSG e criar uma marca forte no futebol da cidade.

Arnault é CEO da LVMH, maior marca de bens de luxo do mundo, e em setembro a Forbes o classificou como 5° homem mais rico do planeta. Acaba de assinar um contrato com a Fórmula 1 também. Image
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Aug 27
Em março, Emmanuel Macron reuniu em um jantar grandes empresários franceses, o emir do Catar e o atacante Kylian Mbappé.

No cardápio, embora um cessar-fogo em Gaza fosse o prato principal, estava servida também a questão dos direitos de transmissão do campeonato francês. Mbappé, Macron e o emir do Catar num jantar no palácio presidencial francês em março
Embora fora da agenda oficial, a permanência de Mbappé na França sempre foi tratada por Macron como um assunto de Estado.

Craque francês mais midiático desde Zidane, ele era a garantia da permanência do interesse do Catar em seus negócios no futebol francês, onde é dono do PSG. Kylian Mbappé chega ao Palácio do Eliseu, em Paris, para jantar com Macron. Ao fundo, músicos de uma fanfarra recebem os convidados
Se, por um lado, o Catar investia no PSG valores muito acima do que dispunham outros clubes franceses, por outro, ele ajudava a sustentar as duas principais divisões do futebol da França com contratos de transmissão pela BeIN Sports, TV esportiva estatal catari. Microfone da BeIN Sports com o logotipo da Ligue 1, primeira divisão francesa
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Aug 14
Um mural em homenagem a oposto Paola Egonu, campeã olímpica com a Itália e eleita a melhor jogadora do torneio, foi vandalizado em Roma, em frente à sede do Comitê Olímpico Italiano.

O desenho, feito pela artista Laika, teve a cor de pele de Egonu trocada de negra pra branca.
O mural original, com Egonu representada em ação com uma medalha de ouro no peito
A versão vandalizada com a pele de Egonu trocada pra branca e com a bola e suas mensagens contra o preconceito pintada
O mural representava Egonu em ação com a medalha de ouro no peito. Na bola do desenho, lia-se uma mensagem pelo fim do racismo, da xenofobia, do ódio e da ignorância.

Essa bola também foi pintada, tirando a mensagem política.

A obra se chamava "italianità" (italianidade). Egonu sorri pra câmera e faz um sinal de paz com os dedos, exibindo sua medalha de ouro com a outra mão
Egonu tem 25 anos e nasceu em Cittadella, uma pequena cidade do Vêneto, no nordeste da Itália. Seus pais são nigerianos, e ela obteve a cidadania aos 14.

Além dela, no time que conquistou o ouro em Paris, havia outras duas jogadoras negras: Myriam Sylla e Loveth Omoruyi.
Myriam Sylla gritando em quadra, em ação pela Itália
Loveth Omoruyi posando para foto com a camisa da Itália
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