Thread by @folha

24 voluntários tomaram LSD em experimento da Unicamp e da UFRN. Tudo muito louco e lúcido. Foi a 1ª vez em 5 décadas que um estudo desses envolveu brasileiros. Siga o fio (1/9) de @MarceloNLeite
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(2/9) “O artigo é mais um atestado da produtividade e da sofisticação dos estudos feitos por pesquisadores dos dois centros, Unicamp e Natal”, diz o psiquiatra André Negrão, que não integrou a equipe, mas conhece o estudo viradapsicodelica.blogfolha.uol.com.br/2021/07/12/exp…

(3/9) Participaram do experimento de Isabel Wießner, alemã que faz doutorado na Unicamp, 24 adultos com contato anterior com LSD. Cada pessoa tomou 50 microgramas numa sessão e placebo na outra, 14 dias depois, sem saber em qual delas ingeriu o quê.
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(4/9) Ao longo de oito horas os voluntários tinham de fazer vários testes e responder questionários para mensurar intensidade do efeito psicodélico, memória, sugestionabilidade, tendência a atribuir significados especiais a objetos e pensamentos etc.
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(5/9) No mesmo Instituto de Psiquiatria do HC-USP em que Negrão prepara ensaio clínico com ibogaína, Clóvis Martins defendeu em 1964 tese de livre docência “A Psicose Lisérgica”. Bem antes da proibição imposta pela Guerra às Drogas nos anos 1970
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(6/9) Martins seguia tendência da época de usar o LSD p/ descrever elementos da psicose criando um surto artificial, em condições controladas. Isabel buscou separar esse componente da viagem psicodélica do potencial terapêutico e mapear pontos de contato
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(7/9) Os pacientes de Martins recebiam doses fortes de LSD e tinham de fazer testes, em especial sobre percepção de tempo e espaço. Também faziam desenhos e descreviam a experiência, que nada tinha de terapêutica pois não sabiam o que estavam ingerindo.

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(8/9) “O fato de experiências místicas terem importância em diversas áreas, da ‘loucura’ (experiências psicóticas) até a ‘cura’ (efeito terapêutico) indica que essas experiências possivelmente têm papel importante na saúde mental”, conjetura Isabel.

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(9/9) Os outros autores são Fernanda Palhano-Fontes e Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Amanda Feilding, da Fundação Beckley (Reino Unido)
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