As famílias judias, Gerstel e Gronowski, tinham se tornado muito próximas após um verão em uma praia belga, em 1939. E quando a Bélgica foi ocupada pelos nazistas, Alice Gerstel e sua família se esconderam na casa dos Gronowskis, onde se tornou muito amiga do “pequeno Simon”.

+ Descrição da imagem: fotogr...
Em outubro de 1941, seu pai, um negociador de diamantes, enviou notícias da França, avisando que tinha conseguido um acordo para tirá-los em segurança do país. Os Gronowskis decidiram ficar.

A família se escondeu durante 18 meses, mas foram encontrados em Bruxelas.

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O pai de Simon estava em um hospital, e sua esposa rapidamente mentiu, dizendo que ele estava morto, evitando que fosse para Auschwitz.

Poucas semanas depois, em um trem para o campo da morte, ela disse para Simon pular pela porta do vagão em que estavam, o salvando.

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Após o fim da guerra, ele reencontrou seu pai, se formou em Direito e trabalhou como advogado em Bruxelas. A família de Alice imigrou para os Estados Unidos, e lá se casou, teve dois filhos e acabou se estabelecendo em Los Angeles, onde teve uma carreira no setor imobiliário.

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Apenas em 2017 soube que Simon estava vivo, ao encontrar sua biografia lançada em 2002, “A Criança do 20.º Trem”, na qual a família dela é mencionada com destaque.

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Ela, aos 89 anos, e seu amigo, aos 86, entrelaçaram as mãos no Museu do Holocausto de Los Angeles ao relembrarem sua história, em 14 de abril de 2018.

Os dois se reuniram para contar aos visitantes como o Holocausto separou suas famílias.

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“Eu não o reconheci em nada. Eu não vejo o pequeno Simon. Mas ele está aqui”, disse Alice Gerstel Weit enquanto colocava sua mão sobre o coração de Simon Gronowski.

Hoje, 20 de julho, comemora-se o Dia Internacional da Amizade!

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+ Descrição da imagem: arte g...
Judeus e ciganos foram sistematicamente excluídos das instalações germânicas. Em 1936, no entanto, eles queriam acalmar a opinião internacional, que pedia o boicote dos jogos olímpicos na Alemanha, e permitiram que uma esgrimista de origem parcialmente judaica participasse.

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Também retiraram painéis antissemitas e jornais que divulgavam a retórica contra judeus e ciganos. O plano deu certo, muitos europeus e norte americanos, que haviam se posicionado contra os nazistas, compraram a ideia de que a Alemanha era pacífica e tolerante.

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21 Jul
O Museu do Holocausto de Curitiba, em parceria com a Universidade Federal do Paraná e a Universidade de Pernambuco, lança uma iniciativa pioneira no Brasil. 

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O 1º Congresso Internacional sobre Ensino do Holocausto e Educação em Direitos Humanos busca promover um momento de reflexão e debates acerca de diferentes e relevantes trabalhos a respeito destas temáticas.

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A proposta desse evento acadêmico é conhecer e divulgar pesquisas que vêm sendo realizadas no Brasil e em outras partes do mundo. 

O encontro ocorrerá de forma online, pelo canal do YouTube do Museu do Holocausto de Curitiba e pelo Zoom, entre 21 e 23 de novembro.

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21 Jul
Lidia Maksymowicz nasceu em Minsk, na Bielorrússia, como Lyudmila Botcharova, em 1940. Em novembro de 1943, soldados alemães levaram centenas de “prisioneiros de guerra” de sua cidade para vagões de trens, tendo como destino o campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau.

+ Descrição da imagem: arte g...
Entre eles, estavam Lidia, sua mãe e avós maternos.

Sua mãe e ela sobreviveram à primeira “seleção”. No entanto, foram separadas, e Lidia se juntou às outras crianças, muitas das quais eram submetidas aos testes do “anjo da morte”, Josef Mengele.

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Para a menina, a morte, assim como viver em meio a baratas e ratos, se tornou cotidiano. Após notar que sua mãe, Anna, havia deixado de lhe trazer comida, algo que costumava fazer, uma criança apontou para uma pilha de cadáveres e disse: sua mãe está ali.

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3 Jun
Pais de uma escola particular em São Paulo veem erotização de Anne Frank.
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Anne Frank escreveu sobre sua própria sexualidade em seu diário: um relato genuíno e um olhar absolutamente humano. Os jovens que leem o diário reconhecem a voz dela, reconhecem seus pensamentos, seus desejos, suas angústias.
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É por isso que é tão fácil se identificar com Anne Frank. O livro é real, empático, atemporal e apaixonado. O Diário é um espelho para a sociedade, para qualquer geração de jovens, de qualquer época.
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Sharley McLean nasceu em Oldemburgo, norte da Alemanha, em 1923.

Seu pai, Franz, um socialista, e sua mãe, Grete, judia, foram mortos durante o Holocausto. Seu tio, Kurt, morreu vestindo um triângulo rosa, no campo de concentração de Sachsenhausen.

+  Descrição da imagem: arte gráfica. Ao fundo, sob um filt
A jovem, com 16 anos, fugiu para a Grã-Bretanha.

Durante a guerra, trabalhou como enfermeira no hospital Lewisham, no sul de Londres. Se casou com Allan McLean, e o novo sobrenome inglês a ajudou a se inserir socialmente.

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Na época, ela tinha sentimentos confusos por outras mulheres, e quando outras enfermeiras disseram a ela: "Você é uma de nós", ela interpretou que poderia se passar por britânica.

Depois de 1945, Sharley teve dois filhos.

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