Nos últimos 170 anos, aconteceram 4 intervenções militares externas no #Afeganistão - Inglaterra, URSS, EUA/países europeus/ONU. Londres tentou mudar o regime, Moscovo manter o regime e Washington et al, expulsar os Talibãs/Al Qaeda e recriar um Estado; 1/7
Por razões diferentes, todas estas intervenções externas falharam. Todas; 2/7
Do ponto de vista histórico, o sucesso militar de todas as insurreições contra Cabul dependeu sempre das escolhas feitas nas regiões no leste e norte do #Afeganistão. Este é um ponto a ter em conta nos próximos dias e semanas. O sul #Kandahar é secundário; 3/7
Do ponto de vista táctico e operacional, o avanço dos Talibãs foi muito bem concebido e executado. Como sempre aconteceu na história do Afeganistão, há muita gente a mudar de lado. Uma coisa é o Exército nacional, outra as milícias locais e regionais; 4/7
Nenhum governo em Cabul sobrevive sem apoio externo; 5/7
O principal problema político na história do #Afeganistão tem sido sempre o mesmo: a impossibilidade de negociar uma ordem política estável e duradoura; 6/7
Primeiras conclusões para a Europa: (i) não existem condições políticas para manter o apoio político, militar e financeiro ao governo de Cabul; (ii) o grau de influência europeia no país é nulo, mas os países europeus serão dos mais afectados por uma vitória militar talibã. 7/7
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Sobre o #Afeganistão: a história mostra que a política internacional tende para a tragédia; 1/8
A intervenção multilateral internacional no #Afeganistão após 2001 arrisca-se a produzir resultados ainda piores do que a intervenção unilateral dos EUA no Iraque em 2003; 2/8
As escolhas políticas e militares dos EUA e os seus aliados NÃO são continuar no Afeganistão ou retirar, mas sim escalar o conflito militar com os #Talibãs e aliados conjunturais para poder continuar no país ou, em alternativa, retirar; 3/8