Estudo 🇧🇷 avaliando a efetividade da CoronaVac em população idosa, durante a circulação da #Gama demonstra que:
🔹2 doses são necessárias para uma maior proteção
🔹>14 dias após a 2ª dose, vemos valores de efetividade maior especialmente na faixa etária de 70-74
Acompanha 👇🧶
O estudo é coordenado pelo @juliocroda que já comentei e sempre que posso exalto por aqui porque é uma pessoa inspiradora e que vem fazendo um trabalho muito necessário. Da mesma forma que o @otavio_ranzani , um querido amigo e pesquisador incrível!
O grupo vem publicando alguns artigos muito importantes, que tive o privilégio de comentar em momentos anteriores, como nesse fio:
O estudo contou com 22.177 participantes que contribuiram com 55.519 amostras/resultados de RT-qPCR. Ao lado, a tabela com as características da população estudada, dividida nos grupos:
🔹70-79 anos
🔹80-89 anos
🔹>90 anos
Os autores destacam, nos gráficos abaixo, o momentos em que iniciou a vacinação nas faixas etárias acima citadas, e mostra um comparativo, ao longo do tempo quanto a média de casos, admissões hospitalares e mortalidade por 100.000 pessoas
É notável a redução desses parâmetros após o início da vacinação e, possivelmente o momento posterior que vemos o início dessa queda, possa ser paralelo ao momento em que as coberturas vacinais pra essas faixas aumentam, bem como para a 2ª dose
Também observa-se, nesses períodos, as vacinas que foram aplicadas (acumulado) nessa população (cobertura em %) e as variantes que estavam em circulação, sendo a #Gama a mais predominante
Observando pelas faixas etárias, vemos que, >14 dias após a 2ª dose, para casos sintomáticos:
🔹70-74 anos: 59%
🔹75-79 anos: 56,2%
🔹>80 anos: ~33%
Os valores foram maiores quando analisamos a efetividade contra hospitalizações e óbitos, como falarei a seguir
>14 dias após a 2ª dose, para hospitalizações:
🔹70-74 anos: 77,6%
🔹75-79 anos: 66,6%
🔹>80 anos: ~39%
Sabemos que o processo de imunosenescência ocorre a medida que a idade avança, podendo em parte justificar os valores em >80 anos
>14 dias após a 2ª dose, para óbitos:
🔹70-74 anos: 84%
🔹75-79 anos: 78%
🔹>80 anos: ~45%
Mesmo com valores baixos vistos em >80, a vacina tem contribuído na ⬇️da mortalidade. Mas é importante aplicarmos a 3ª dose para, principalmente idosos >80 pra fortificar a proteção
Antes que venham culpar a vacina ou desmerecer a CoronaVac, devo lembra-los que essa redução da efetividade não é exclusiva dela.
E mesmo com essas efetividades mais baixas, vemos que, com uma grande cobertura, teve um impacto em reduzir a taxa de mortalidade, inclusive na pop. >80.
MAS, a medida que estamos aumentando cada vez mais a cobertura da população, chegando nas faixas etárias mais jovens do público-alvo, precisamos delinear nossa estratégia de quando e como funcionará a aplicação de uma 3ª dose, e para quais grupos
Nos 🇺🇸, que estão mais avançados que nós nessa cobertura da 2ª dose (52% vs. 24%), principalmente, vemos que já irá começar a aplicação de uma 3ª dose na população idosa e de pessoas com imunocomprometimento/imunossupressão
Mas sem avançar substancialmente na cobertura da 2ª dose, e tendo um monte de gente que não voltou para tomá-la, entramos na questão: temos ainda muitos suscetíveis sem D1 ou sem a D2. Podemos iniciar a D3 nas populações específicas? oglobo.globo.com/saude/medicina…
Bem na honestidade, a resposta deveria ser "sim, porque TEMOS IMUNIZANTES SUFICIENTES para seguir expandindo a vacinação e começar uma vacinação em populações específicas para fortificar as defesas".
Mas nossa resposta permanece no dilema, sofrendo da falta de estratégia
Mas a culpa é da vacina? Ou a culpa é mais complexa que isso? O que estamos fazendo, enquanto governo e sociedade, pra controlar a transmissão, que segue alta, enquanto as coisas seguem abrindo cada vez mais?
E não digo que as coisas não devem abrir. Mas para abrir, precisa de fiscalização e segurança. Abrir num cenário desfavorável só tornará tudo ainda mais complexo, e o problema vai bater na nossa porta, não importa o quanto a gente tente o ignorar.
Então assim, vamos dismistificar uma coisa: quando falamos em aberturas e nos posicionamos para algo seguro pra sociedade, não somos CONTRA isso. Mas pedimos que isso seja feito com responsabilidade. Países que fizeram isso tiveram retomadas economicas mais rápidas e melhores.
Outro ponto relevantíssimo: cobertura vacinal. Quanto maior a cobertura, expandindo ao máximo para toda a população-alvo, maior será a proteção que todos os grupos se beneficiarão. É um conceito dinâmico
Esses valores podem subir se avançarmos rapidamente para a cobertura de 2 doses de toda a população adulta/alvo dessa campanha de vacinação. Para falarmos de 3ª dose, é importantíssimo garantir essa aceleração, e cobrá-la de nossas autoridades.
Em resumo, os dados são muito importantes e somam-se ao que já sabemos: temos que ampliar a cobertura da D2, precisamos determinar quais populações devem receber uma D3 e quando e sobretudo, CONSCIENTIZAR as pessoas. Usem máscara, façam distanciamento. É nossa responsabilidade.
Não culpem a vacina, quando a culpa está na transmissão não controlada.
Não culpem a vacina, quando algumas questões residem em problemas na comunicação dos dados
Não culpem a vacina por ela não estar segurando a barra sozinha, quando nós não estamos fazendo nossa parte direito
E tudo isso não invalida em momento algum a discussão de uma terceira dose, falar abertamente se precisamos e quando deveríamos iniciá-la. Esse assunto foi tão politizado que eu fico 5h pra fazer um fio que eu faria em 15 min cuidando cada palavra que uso pra não haver distorção
Está certo isso? Está certo depois de mais de 1 ano de pandemia ter cidadão que se recusa a usar máscara? que aglomera, faz festa clandestina, que se acha invencível a ponto de não cogitar ficar doente ou adoecer alguém caso se infecte?
Caramba gente, só pode ser um genjutsu*
*Essa referencia somente minha comunidade otaku irá entender hahahaha
Mas enfim, troque "genjutsu" por ilusão coletiva das grandes.
Pessoal, quanto mais rápido entendermos que sairemos mais rápido disso se tomarmos o remedinho amargo que sabemos que funciona, mais cedo estaremos fazendo tudo que nos é caro e temos saudade/vontade. É bastante simples a lógica, somos uma sociedade, devemos agir como tal.
Outra coisa que aprendi com uma grande mulher chamada Marie Curie é: as coisas não devem ser temidas, e sim entendidas.
E aqui faço uma adaptação: não devemos nos desesperar. Devemos entender e com a razão, transformar nossa realidade.
Temos os meios, mas precisamos dos braços
E agora realmente pra terminar. TODAS as palmas do mundo para @juliocroda@otavio_ranzani todos os autores desse artigo, dos que vieram antes e de todos que ainda virão, brasileiros incansáveis trabalhando em prol da saúde, segurança e progresso da sociedade! Deixe seu like!
Em 50 anos, a vida selvagem monitorada na Terra reduziu em média em 73% e se tu acha que isso não tem a ver contigo ou com tua saúde, eu tenho outra notícia ruim...
Há MUITO o que ser feito nos próximos 5 anos para enfrentar as crises climática e de biodiversidade 🔻🧵
O relatório do World Wide Fund for Nature (WWF) se baseia no Índice Planeta Vivo (IPV), fornecido pela SZL (Sociedade Zoológica de Londres) e que inclui quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies monitoradas entre 1970-2020. wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/rela…
Segundo os dados, o maior declínio foi visto nos ecossistemas de água doce (-85%), seguido pelos terrestres (-69%) e pelos marinhos (-56%). As quedas mais acentuadas aconteceram aqui na América Latina e no Caribe (95%), seguido pela África (-76%) e Ásia-Pacífico (-60%)
Estamos vendo há dias reportagens sobre as queimadas no Brasil, ou observando fenômenos como "sol vermelho" no sul, "céu cinza" na região metropolitana de SP...
Mas temos que falar dos riscos à saúde que a exposição à fumaça das queimadas traz - o fio 🔻
A exposição à fumaça das queimadas traz inúmeros riscos para a saúde humana e animal. Entre os sintomas dessa exposição, a Secretaria de Saúde do Ceará fez um post compilando alguns deles. Reparem que não são só sintomas respiratórios
Além dos efeitos diretos à saúde, a exposição a fumaça também pode indiretamente contribuir para agravo de doenças cardiovasculares e respiratórias (ex.: asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica ou Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) amazonia.fiocruz.br/?p=47815
Mpox nunca deixou de circular, e até o momento, o vírus detectado no país não é o clado Ib, responsável pelo surto da Rep. Dem. do Congo e países vizinhos e outras regiões, como Suécia, Paquistão.
e por isso é tão importante estar atento aos sintomas e testar. Abaixo, algumas imagens de sinais de alerta e sintomas da doença. Ampliar a testagem e vigilância genômica para identificar clados em circulação é fundamental neste momento. Se tiver sintomas, procure assistência
Mpox é uma doença que pode se transmitir pelo contato sexual e vimos que redes de transmissão dentro desse aspecto tiveram uma participação importante em novos casos na emergência de 2022.
Mas o vírus também se transmite por contato próximo e prolongado
Atualizações sobre #Mpox e dúvidas que surgiram nesse post:
- Há casos no Brasil, mas segundo o @minsaude são causados pelo vírus do clado II (o que circulou na emergência de 2022). Ainda não há casos registrados do clado Ib no país
Mas... (mais no mini fio)🔻
Isso não significa que o vírus do clado Ib não esteja circulando no país, de forma subnotificada. Por isso é importante cuidar os sinais suspeitos: pessoa de qualquer idade que apresente, de modo repentino, lesões nas mucosas/pele, em qualquer parte do corpo
Se tu tiver qualquer um desses sinais suspeitos, ou os sintomas abaixo, procure atendimento médico para realizar exames específicos, e buscar um diagnóstico. Evite compartilhar talheres, objetos, e evite contato próximo, direto e prolongado se suspeito ou diagnosticado
O mundo enfrenta uma ameaça conhecida e negligenciada e que hoje, foi declarada como Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional: #mpox
Nesse fio, falo de sintomas, transmissão, vacinas e por que temos uma 2ª emergência declarada num período de 2 anos 🔻
Mpox é a doença causada por monkeypox virus (MPXV), que pertence ao mesmo gênero que a varíola humana. Ficou conhecido como varíola dos macacos/símia, mas o nome foi mudado para não gerar um entendimento errado que apenas macacos podem transmitir a doença
A transmissão desse vírus se dá pelo contato com animais infectados/reservatórios do vírus, como roedores, por exemplo. Há também a transmissão entre humanos, pelo contato direto, próximo e prolongado (e isso engloba partículas expelidas no ar)
Existe um vírus que se espalha fácil, traz risco tanto durante a infecção (e especialmente com comorbidades, ex: asma), quanto traz risco para sequelas em diferentes tecidos, por tempo indeterminado
O que vimos abaixo é a coroação da banalização da COVID-19.
Se tu achou absurdo um atleta competir nessas condições, te digo que a situação no mundo é muito complicada também.
Não estamos testando adequadamente, não estamos vacinando suficientemente (e não falo só o fato da vacinação não ser universal - o que é uma preocupação)
Não estamos encarando a COVID-19 como ela é: uma pandemia.
Se a situação acima causa revolta e preocupação com a situação do atleta, ela é um produto da banalização de uma doença séria, que segue entre nós e que fingir o contrário não fará ela sumir.