1/Há semelhanças entre 1955 e 2022. Agora, assim como na eleição depois do suicídio de Getúlio Vargas, há nos quartéis o clima de que a posse do futuro presidente passa pelo aval dos generais.
2/Em 1955, os quartéis queriam o ex-líder tenentista Juarez Távora, que teve 30% dos votos, e tentaram um golpe para impedir a posse de Juscelino Kubitschek, que teve 36% (à época não havia segundo turno). Agora, a tramoia militar é a favor deBolsonaro e contra Lula.
3/Há meses enviados de Lula procuram generais, brigadeiros e almirantes da ativa e da reserva para contornar as resistências. Ouviram que as FFAA reconhecem a relação positiva com Lula, mas reforçam que interlocução foi esgarçada à partir do governo Dilma Rousseff+
4/Citam 3 fatos: a Comissão da Verdade, a tentativa do Jaques Wagner de retirar dos comandantes militares a decisão sobre promoções internas (cancelada depois) e o doc do PT defendendo mudanças nos currículos das academias.
5/Todos esses argumentos foram amplamente usados pelo general Augusto Heleno quando articulou o apoio do Exército para a candidatura Bolsonaro, incluindo o histórico tuíte do então comandante da Força, general Villas-Bôas, ameaçando o STF no julgamento da prisão de Lula+
6/Assim como em 1955, no entanto, o Exército não é uno. Assim como existem vários oficiais dispostos a um golpe com Bolsonaro, há os que consideram o contexto a oportunidade para negociar com o PT um retorno aos quartéis com garantia de que não haverá "revanchismo". +
7/FIM Assim como JK teve o marechal Lott para assegurar a sua posse, vários generais acham que podem ser os fiadores de uma transição negociada do bolsonarismo. Meu artigo para o @poder360poder360.com.br/opiniao/govern…
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sabe aqueles filmes do Tarantino com impasse mexicano, onde mais de duas pessoas estão apontando as armas uma para as outras? É mais ou menos isso que estamos passado. Bolsonaro mira em Alexandre de Moraes e Rodrigo Pacheco, mas não pode confiar totalmente em Arthur Lira+
2/Moraes mira em Bolsonaro, mas também em Lira, cujos processos no STF pode ressuscitar em breve. Lira, por sua vez, só ganha se Bolsonaro sair ferido do tiroteio e precisar da sua ajuda. Rodrigo Pacheco só viabilizaa candidatura se Bolsonaro estiver morto+
3/A única certeza é que, como nos filmes de Tarantino, haverá sangue.
1/Se tudo correr dentro do script, milhões de brasileiros irão às ruas no Sete de Setembro para demonstrar seu apoio ao ensaio do autogolpe de Bolsonaro. Em Brasília, pode haver confronto com os indígenas. Em São Paulo, Bolsonaro falará para centenas de milhares na Paulista
2/Que Bolsonaro faça da 3.a apenas um festival de ameaças é o cenário otimista, no qual o ímpeto golpista será resguardado para 2022. O ultimato de Bolsonaro é a cassação dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Roberto Barroso para não dar um golpe +
3/Se existe um roteiro para as ações de Bolsonaro para o dia 7, a pergunta natural é “o que acontece no dia 8?”. A resposta depende de como as oposições reagirem+
1/Brigar com os donos do dinheiro é coisa que os candidatos dizem nos palanques e desdizem nos gabinetes. Collor dizia o que seu plano havia igualado banqueiros e bancários. Dilma foi à TV pressionar os bancos a reduzirem juros. Nos dois casos, os banqueiros riram por último+
2/Nessa semana, os presidentes da CEF e do BB ameaçaram retaliar a Febraban caso a entidade subscrevesse um insosso documento a favor da pacificação entre os Poderes+
3/Como o único poder que investe no confronto é o chefe deles, os dois dirigentes acharam o texto ofensivo. Até aí, direito deles. Ao usarem as companhias que presidem como ponta de lança do bolsonarismo, no entanto, os executivos cruzaram a linha entre militância e gestão+
1/Pesquisa Quaest mostra que 7% dos eleitores pretendem ir às ruas no 7 de Setembro para mostrar apoio incondicional ao presidente. Em termos quantitativos é um mundaréu de 10 milhões de pessoas, mais do que as maiores manifestações pelo impeachment. Mas o quadro é mais complexo+
2/Apesar do intenso trabalho de Bolsonaro, apenas 44% dos entrevistados disseram saber das manifestações da próxima semana. Perguntados pela Quaest se pretendiam ir aos atos, 87% responderam "não". Dos 11% que disseram sim, parte prometeu ir, mas para protestar contra Bolsonaro+
3/Sobram os 7% radicais, mas num cenário onde para o resto dos brasileiros a paciência com Bolsonaro acabou:
* 48% reprovam Bolsonaro. Até mesmo eleitores que votaram nele em 2018 estão desapontados: 19% deles hoje acham o governo ruim e menos da metade tem avaliação positiva; +
1/FIESP e Febraban foram convencidas a adiar o manifesto pedindo “harmonia entre os Poderes” (eufemismo para dizer que as ameaças de Bolsonaro são ruins para os negócios) para depois do Sete de Setembro, quando milhões irão às ruas a favor de um golpe contra o STF+
2/O projeto de Orçamento de 2022 será uma peça de ficção. O item mais importante é a brecha aberta pelo STF e TCU para permitir o calote no pagamento dos precatório. O martelo só deve ser batido depois do Sete de Setembro+
3/Nesta semana, o STF deveria concluir o julgamento sobre o marco temporal indígena. Bolsonaro já avisou que se o STF decidir a favor dos indígenas, ele não vai cumprir e anunciar seu motim nos protestos do Sete de Setembro+