El Salvador está na fase final das Eliminatórias para a Copa 2022 e estreia hoje contra os EUA.
Por trás disso, um torcedor que cansou de ver a seleção apanhar e decidiu arregaçar as mangas:
Passou a monitorar todo e qualquer jogador de origem salvadorenha pra reforçar a equipe
Há mais de uma década, Hugo Alvarado passou a ir atrás de jogadores jovens com nomes ou rostos salvadorenhos, que estivessem nas categorias de base de clubes da Europa ou dos EUA, ou até em programas universitários estadunidenses.
Depois, fez contato com cada um deles.
Aqueles que expressavam vontade de jogar por El Salvador iam parar em sua base de dados, em selectatalent.com (La Selecta é o apelido da seleção salvadorenha).
Longe da Copa do Mundo desde 1982, o país foi o 1º da América Central a classificar-se para um Mundial, em 1970.
“Eu não via como contribuir para melhorar a seleção se eu só observasse a parte negativa e criticasse, mas não fizesse nada”, afirmou Alvarado no ano passado, quando foi contratado pela federação.
O Facebook e as demais redes sociais são suas armas para atrair jogadores.
Pois é: apesar do árduo trabalho, ele era só um torcedor até outubro de 2020, quando finalmente foi empregado pela federação salvadorenha.
E já deu resultados ao localizar, por exemplo, o meio-campista Enrico Dueñas, que jamais havia pisado no país até essa semana.
Alvarado entrou em contato pelo Facebook com a irmã de Dueñas e explicou o projeto de renovação da seleção. Por sua origem, Dueñas poderia jogar por outros 3 países: Países Baixos (onde nasceu e atua), Finlândia e Curaçao.
Mas Alvarado o ajudou a obter cidadania salvadorenha.
Neste domingo, o jogador comemorou nas redes sociais a chegada pela primeira vez no país que escolheu defender, para o jogo diante dos EUA logo mais:
El Salvador é um país que leva o futebol tão a sério que já houve até guerra com Honduras por causa do esporte - bem, mais ou menos, como explicamos nesse texto para o @ludopedio.
Mais tarde, a Guerra Civil Salvadorenha foi responsável por uma diáspora.
Essa diáspora é que, no fundo, motiva o trabalho de Alvarado, tema de matéria de ontem do New York Times, que serviu como uma das fontes desta thread: nytimes.com/2021/09/01/spo…
O Copa Além da Copa fala de esporte, política, história, cultura e sociedade.
Se você chegou até aqui e aprendeu ao menos uma coisinha nova, bem...então valeu a pena. Assim sendo, que tal nos ajudar a produzir cada vez mais?
O Sudão não é um gigante do futebol africano, mas com apenas um ponto nos próximos dois jogos, sua seleção pode se classificar pra Copa Africana de Nações e alcançar um objetivo maior:
Jogar luz na guerra civil que tomou o país desde 2023 e que costuma ser ignorada nas notícias.
Aviso: o post a seguir contém relatos sobre violência sexual.
Em outubro, o Sudão surpreendeu ao vencer a tradicional Gana em campo neutro, na Líbia, já que os sudaneses não podem jogar em casa por causa da guerra.
A vitória deixou o país próximo da CAN 2025, com partidas diante de Níger e Angola nessa data FIFA pra garantir a vaga.
No último domingo, em jogo pela terceira divisão de Montenegro, o Njegos perdia para o Zeta por 19 a 0 quando seus jogadores colapsaram em campo e a partida foi abandonada.
De acordo com um político local, os atletas do Njegos foram vítimas de envenenamento por plutônio.
O curioso é que dez jogadores do Njegos colapsaram ao mesmo tempo, aos 25 minutos do segundo tempo.
Eles foram levados a um hospital local, com alguns precisando do auxílio de um helicóptero para irem a uma UTI.
Foi Milan Knezevic, membro do parlamento montenegrino, que surgiu com a acusação de envenenamento dos jogadores por plutônio. Não houve nenhuma confirmação por parte de médicos.
Knezevic se colocou a dispoição para custear o transporte dos jogadores a hospitais na Sérvia.
"Me perdoem por ter um passaporte alemão", brincou Thomas Tuchel na entrevista coletiva em que foi anunciado como o novo técnico da seleção da Inglaterra.
Era uma piada, mas sua contratação parece mesmo representar uma derrota inglesa e uma vitória alemã em vários aspectos.
Primeiro, no esporte. "Deveria importar se o técnico da seleção inglesa é um inglês?", questiona Barney Ronay, editor de esportes do jornal The Guardian.
Ele diz que não, mas torcedores e parte da imprensa estão insatisfeitos: "dia obscuro pra Inglaterra", publicou o Daily Mail.
O futebol de seleções é um teste entre escolas, uma queda de braço de países para mostrar ao mundo quem usa melhor os recursos de que dispõe.
Com somas vultuosas (às vezes de fontes antiéticas), ingleses montaram a liga mais rica do mundo, mas não conseguiram produzir técnicos.
"Ici c'est Paris!", canta a torcida do PSG no Parque dos Príncipes.
É uma afirmação pra um local que, por décadas, pareceu isolado do futebol.
Mas isso pode estar prestes a acabar: após o PSG, o Paris FC deve ser o novo clube da moda, numa cidade que entende do assunto.
Segundo reportou o jornal L'Équipe na semana passada, o Paris FC está próximo de ser adquirido por Bernard Arnault, um dos empresários mais ricos do planeta, e a Red Bull, que há anos investe em futebol.
Hoje na 2ª divisão, o Paris FC lidera o torneio e espera subir esse ano.
A intenção é óbvia: seguir o exemplo do PSG e criar uma marca forte no futebol da cidade.
Arnault é CEO da LVMH, maior marca de bens de luxo do mundo, e em setembro a Forbes o classificou como 5° homem mais rico do planeta. Acaba de assinar um contrato com a Fórmula 1 também.
Em março, Emmanuel Macron reuniu em um jantar grandes empresários franceses, o emir do Catar e o atacante Kylian Mbappé.
No cardápio, embora um cessar-fogo em Gaza fosse o prato principal, estava servida também a questão dos direitos de transmissão do campeonato francês.
Embora fora da agenda oficial, a permanência de Mbappé na França sempre foi tratada por Macron como um assunto de Estado.
Craque francês mais midiático desde Zidane, ele era a garantia da permanência do interesse do Catar em seus negócios no futebol francês, onde é dono do PSG.
Se, por um lado, o Catar investia no PSG valores muito acima do que dispunham outros clubes franceses, por outro, ele ajudava a sustentar as duas principais divisões do futebol da França com contratos de transmissão pela BeIN Sports, TV esportiva estatal catari.
Um mural em homenagem a oposto Paola Egonu, campeã olímpica com a Itália e eleita a melhor jogadora do torneio, foi vandalizado em Roma, em frente à sede do Comitê Olímpico Italiano.
O desenho, feito pela artista Laika, teve a cor de pele de Egonu trocada de negra pra branca.
O mural representava Egonu em ação com a medalha de ouro no peito. Na bola do desenho, lia-se uma mensagem pelo fim do racismo, da xenofobia, do ódio e da ignorância.
Essa bola também foi pintada, tirando a mensagem política.
A obra se chamava "italianità" (italianidade).
Egonu tem 25 anos e nasceu em Cittadella, uma pequena cidade do Vêneto, no nordeste da Itália. Seus pais são nigerianos, e ela obteve a cidadania aos 14.
Além dela, no time que conquistou o ouro em Paris, havia outras duas jogadoras negras: Myriam Sylla e Loveth Omoruyi.