A história da @preventsenior é muito escabrosa, nível Mengele mesmo. Conversei com um dos médicos demitidos pela empresa e ele me contou vários absurdos para além das mortes no "estudo" da cloroquina. Por exemplo:
Os coordenadores acompanhavam as prescrições do kit Covid, como num esquema de meta a ser batida numa loja. Quando o médico prescrevia menos ou não prescrevia, era chamado para conversar e pressionado a mudar de conduta. "A regra era, 'espirrou no PS, entrega o kit"
Vendo na prática que a tática não só não funcionava, como aumentava o risco de complicações, alguns médicos passaram a entregar os medicamentos, mas avisando os pacientes para não tomarem...
Depois de um tempo, se espalhou entre os profissionais o boato de que a própria Prevent estava enviando pacientes falsos ao PS para checar a conduta dos médicos. O clima era de tensão e autoritarismo.
Para agilizar os atendimentos, um médico chegava a tomar conta de 4 consultórios. Enfermeiros, vestidos como médicos, atendiam os pacientes e deixavam a prescrição pronta, às vezes até carimbando e dispensando o paciente. "O enfermeiro escrevia no prontuário como se fosse você".
Como relata a reportagem da @GloboNews, quem entrava lá c/ sintomas recebia uma polifarmácia, inclusive com uso de remédios e terapias experimentais, como a ozonioterapia. Até heparina inalatória era administrada nas enfermarias. g1.globo.com/sp/sao-paulo/n…
Na enfermaria, os pacientes viravam cobaias. "Se o médico não prescrevia as condutas duvidosas, depois vinha alguém do 'clube dos experimentos' ou da administração e mudava a prescrição", relata a fonte.
No Pronto Socorro, a ideia era evitar a internação dos pacientes, ao mesmo tempo em que se oferecia uma esperança para eles: afinal, ninguém saía de mãos vazias. Além das mortes citadas na matéria, muitos outros idosos (talvez um número incalculável) morreram assim.
Uma das vítimas fatais da estratégia criminosa da Prevent morreu depois de comparecer três vezes ao PS. Nas duas primeiras, foi dispensada com mais drogas. Na terceira, voltou para ser intubada e morrer em três dias. Contei essa história:
Na conversa com essa fonte, ficou claro que desocupar leitos e maximizar a produtividade era o modus operandi da Prevent. "Tínhamos uma média de 50 atendimentos com prescrição de kit Covid em 12h de plantão, chegando a 80 na 2ª onda. Pensei: vou perder meu CRM aqui".
E o show de horrores não começou na pandemia. "Havia uma cultura de paliar [colocar em cuidados paliativos exclusivos] os pacientes + idosos o máximo possível, mesmo quando havia possibilidade de recuperação. O cara que colocava pacientes na bomba de morfina era valorizado".
Tem muita coisa que ainda precisa ser apurada, e espero que essas notícias sejam apenas o início de outras que revelem o que rola por trás das portas da Prevent. E vale dizer que outros convênios, como a @hapvidasaude, também embarcaram na distribuição maciça do kit.
Ah, e vale dizer a Prevent atende mais de 500 mil vidas, e encerrou 2020 com um lucro de R$495 milhões de reais, com um crescimento de receita maior do que o aumento de custos nos últimos anos. Como essa mágica é feita atendendo a um custo baixo idosos?
Antes do Biroliro e do Trump, foi Musk quem atuou como promotor da hidroxicloroquina/cloroquina (citado até na #CPIdaCovid. É uma história interessante, que passou meio despercebida aqui (eu mesma só descobri recentemente). 👇
Em 13/03/20, 2 investidores de bitcoins dos EUA, James Todaro (médico de formação, mas atuando no mercado de tecnologia) e Greg Rigano (advogado que se apresentava falsamente como conselheiro de Stanford), publicaram um “estudo” sobre a cloroquina...
Era uma linha de raciocínio parecida com a defendida pelo irmão do Weintraub, pular a burocracia chata e lenta da ciência e resolver o problema LOGO. O tal "estudo" era um Google Docs citando várias universidades respeitadas (todas desmentiram vínculos com os autores)