No último clássico contra o FCSB, o Dínamo de Bucareste entrou em campo com cachorros para estimular a adoção.
A causa é bonita, ainda que o Dínamo tenha tomado de 6 a 0.
A motivação da campanha é que a cidade de Bucareste tem um problema grave de cães abandonados nas ruas.
(É uma boa ideia dizer, antes de prosseguir, que esse tema é sensível e talvez você prefira não continuar lendo. Seja como for, a campanha é muito legal. E, para amenizar, não vamos usar nenhuma imagem de mau gosto, é claro.)
A origem do problema está no plano de sistematização executado pelo ditador romeno Nicolae Ceauşescu no início dos anos 80.
A ação, que visava alterar a paisagem urbana da capital do país, fez com que cerca de 40 mil pessoas fossem forçadas a se mudar para outros lugares.
Muitas delas deixaram suas casas rumo a apartamentos, que não permitiam animais. A solução foi soltá-los nas ruas, onde a população canina rapidamente se proliferou, é claro.
O resultado disso foi terrível: matanças em massa de cães e abrigos insalubres por toda parte.
A população canina realmente saiu do controle depois da Revolução Romena em 1989, que deu fim ao comunismo após conflito violento, fazendo outras milhares de pessoas migrarem e gerando ainda mais cães abandonados.
Naquele momento, é claro, ter cachorro era um luxo pra maioria.
Em 2013, após a morte de um garoto atacado por cães de rua, um debate se instaurou na sociedade romena sobre o que fazer com a população canina.
Depois de muita discussão, aprovou-se uma lei de eutanásia, que pode ter ajudado a mitigar o problema, mas não o resolveu.
Nesta temporada, para tentar dar uma mão, a federação romena de futebol decidiu iniciar uma campanha chamada “Preencha o vazio em sua vida”, em que jogadores vão a campo com cachorros para incentivar que as pessoas adotem cães de um canil da região que recebe a partida.
Como se pode ver, no caso do Dínamo de Bucareste, os cães entraram com lencinhos com seus nomes.
Assim, se um espectador vir um cachorro do qual goste e queira adotar, ele pode se encaminhar ao canil local e encontrar aquele que mais o atraiu.
Por fim, não costumamos falar tanto de futebol romeno quanto ele merece, mas já fizemos uma thread aqui explicando a questão do FCSB/Steaua Bucareste, outra equipe tradicionalíssima e campeã europeia - que agora são duas:
Em março, Emmanuel Macron reuniu em um jantar grandes empresários franceses, o emir do Catar e o atacante Kylian Mbappé.
No cardápio, embora um cessar-fogo em Gaza fosse o prato principal, estava servida também a questão dos direitos de transmissão do campeonato francês.
Embora fora da agenda oficial, a permanência de Mbappé na França sempre foi tratada por Macron como um assunto de Estado.
Craque francês mais midiático desde Zidane, ele era a garantia da permanência do interesse do Catar em seus negócios no futebol francês, onde é dono do PSG.
Se, por um lado, o Catar investia no PSG valores muito acima do que dispunham outros clubes franceses, por outro, ele ajudava a sustentar as duas principais divisões do futebol da França com contratos de transmissão pela BeIN Sports, TV esportiva estatal catari.
Um mural em homenagem a oposto Paola Egonu, campeã olímpica com a Itália e eleita a melhor jogadora do torneio, foi vandalizado em Roma, em frente à sede do Comitê Olímpico Italiano.
O desenho, feito pela artista Laika, teve a cor de pele de Egonu trocada de negra pra branca.
O mural representava Egonu em ação com a medalha de ouro no peito. Na bola do desenho, lia-se uma mensagem pelo fim do racismo, da xenofobia, do ódio e da ignorância.
Essa bola também foi pintada, tirando a mensagem política.
A obra se chamava "italianità" (italianidade).
Egonu tem 25 anos e nasceu em Cittadella, uma pequena cidade do Vêneto, no nordeste da Itália. Seus pais são nigerianos, e ela obteve a cidadania aos 14.
Além dela, no time que conquistou o ouro em Paris, havia outras duas jogadoras negras: Myriam Sylla e Loveth Omoruyi.
Surgido no seio da cultura hip-hop nos EUA, o breaking fará sua estreia como esporte olímpico em Paris.
É um grande passo pra uma dança urbana com origem nos bailes do Bronx, em Nova York, expressão da comunidade negra.
Mas alguns temem a transformação da sua arte em esporte.
Apelidado "pai do hip-hop", o DJ Kool Herc fazia sucesso nas festas do Bronx na década de 70.
Ao perceber que as pessoas dançavam mais nas "quebras" das músicas, quando só se ouvia a percussão, ele passou a ampliar essas quebras usando dois toca-discos. Nascia aí o breaking.
Se o DJ Kool Herc não teve tanto sucesso comercial, ícones do hip-hop como Afrika Bambaataa e Grandmaster Flash ajudaram a ampliar o alcance dessa arte, que chegou aos banlieues, a periferia de Paris, na década de 80.
Hoje, a França é o 2º maior mercado de hip-hop do mundo.
Nos Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona, Cuba registrou sua melhor performance a história: 14 ouros, 6 pratas e 11 bronzes, com a quinta colocação no quadro de medalhas.
Às vésperas do fim dos Jogos de Paris, os cubanos só têm dois ouros. O que aconteceu?
Após a Revolução Cubana, em 1959, o esporte foi estabelecido como um dos pilares da sociedade. Houve integração direta com o sistema educacional público.
O modelo cubano foi inspirado no soviético, com escolas especializadas no desenvolvimento de atletas de elite.
Cuba teve sucesso na sua empreitada educacional com um dos menores níveis de analfabetismo do mundo, enquanto desenvolveu um grande número de atletas de elite.
Apesar do embargo econômico liderado pelos EUA, os subsídios soviéticos mantinham a engrenagem.
O rapper Flavor Flav, um dos fundadores do Public Enemy, tem seus grandes relógios pendurados no pescoço como marca registrada. Mas pode trocá-los em breve por uma medalha.
Ele está em Paris como torcedor número 1 do time de polo aquático feminino dos EUA.
Em maio, Maggie Steffens, capitã do time feminino dos EUA na modalidade, fez um post no Instagram sobre a dificuldade dela e de suas suas colegas de terem visibilidade e patrocínio para competir nas Olimpíadas.
Isso mesmo com os EUA sendo atuais tricampeões olímpicos.
Steffens, que esteve em todas as conquistas e é considerada uma das maiores da história do polo aquático, afirmou que todas elas precisam de outros empregos pra se sustentar.
O post chegou até Flavor Flav, que escreveu que, como pai de menina, queria apoiar o esporte feminino.
Os EUA deixaram atletas pegos no doping continuarem competindo, mesmo contra as regras da Agência Mundial Antidoping (WADA), para que pudessem servir como "agentes infiltrados" e recolher informações sobre outros que estivessem trapaceando.
EUA e WADA estão numa queda de braço.
Os EUA acusam a WADA de proteger nadadores chineses que também foram pegos no doping e ameaçam investigar a agência por conta própria, desdobramento de uma lei aprovada recentemente.
Segundo a Reuters, a agência antidoping dos EUA (USADA) autorizou atletas estadunidenses que estavam se dopando a continuar participando de competições normalmente.
Mas a USADA diz que isso é um trabalho de inteligência: em troca, eles ajudariam a identificar outros trapaceiros.