Resumindo, temos indicativos de que a imunidade protetora de 💉de RNA, por exemplo, nos níveis de 91% e 93%, estão presentes ao longo do período de 6 meses após a segunda imunização (7 meses após a primeira imunização). Isso significa que podem estar em maior período também!
Em alguns indivíduos, num período pré-pandêmico, foi encontrado um conjunto de células T CD4 que tem reatividade cruzada, isto é, conseguiriam reconhecer o SARS-CoV-2, nesse caso, mesmo não tendo visto um antígeno dele, e sim outro bem parecido. ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32753554
Talvez essas células possam ter um papel interessante nisso. E uma baixa concentração de antígenos poderia ser suficiente para desencadear uma resposta que formará uma memória imunológica.
E foi o que o trabalho investigou, em relação às vacinas de RNA (Moderna)!
O estudo observou que anticorpos (IgG) anti-spike e anti-RBD foram mantidos em níveis detectáveis por pelo menos 7 meses após a primeira vacinação, para 100% (33/33) dos indivíduos (estudo de fase 1).
Anti-RBD foi induzido por uma imunização em 94% (33/35) dos indivíduos.
E quanto a esses anticorpos anti-RBD, a taxa de resposta aumentou para 100% (33/33) após a segunda dose e foi mantida por pelo menos 6 meses após a segunda vacinação.
Esses níveis foram mantidos em 88% a 100% dos vacinados por pelo menos 6 meses após a segunda imunização
Quando se foi atrás dessas células T CD4 mencionadas acima, no dia 1, antes da vacinação, essas células contra a Spike de memória foram detectadas em 49% dos indivíduos do ensaio clínico (17/35), demonstrando a presença de células com capacidade de memória
A taxa de resposta de células T CD4+ específicas para Spike do SARS-CoV-2 aumentou para 100% (32/32) após a segunda vacinação e foi mantida por pelo menos mais 6 meses.
Outro conjunto de células estudado pelo grupo foram as As células T foliculares-ajudantes (Follicular Helper), que tem um papel importante de ajuda aos células B, sendo críticas para a geração de anticorpos neutralizantes
Células de TFH circulantes específicas para Spike (cTFH) foram detectadas em 71% (25/35) e 75% (24/32) dos indivíduos após a primeira e segunda vacinação, respectivamente.
6 meses após a vacinação, elas ainda estavam lá em 63% dos vacinados (20/32)
Moléculas relevantes para a construção de uma resposta anti-viral, como o interferon gama (IFNγ), e células positivas para essa molécula foram detectadas em 89% (28/33), por exemplo
O que dá pra concluir até agora: níveis robustos de células T CD4 + específicas para Spike e de memória foram geradas pela vacina da Moderna (mRNA-1723), mesmo em doses baixas, com forte polarização de células TFH e TH1, o que é vantajoso para imunidade antiviral.
Quanto as células CD8+, que são importantes na neutralização de células infectadas pelo vírus, foram observadas em 34% (12/35) e 53% (17/32) dos indivíduos após a 1ª e 2ª dose de vacina de RNA com uma baixa dose, estando presentes por pelo menos 6 meses
Em resumo, a vacinação com 25 μg de mRNA-1273 induz células T CD8 + de memória específicas para a proteína Spike do vírus, duráveis e presentes por pelo menos 6 meses.
Os autores também investigaram esses parâmetros em idosos, pois sabemos que há a imunosenescência
As células T CD4 + ou CD8 + específicas contra a Spike não foram reduzidas nos grupos de vacinados mais velhos em comparação com o grupo de idade de 18-55 anos.
As frequências dessas céls. de memória no dia 209 eram pelo menos igualmente fortes nos 2 grupos!
É relevante dizer que esse é um estudo pequeno, e embora o tamanho do estudo seja insuficiente para um exame aprofundado dos três grupos de idade, uma pequena redução nos anticorpos, mas não na memória das células T, foi observada em adultos mais velhos em comparação mais jovens
O artigo comenta que mais de 100 milhões de doses da vacina de 100 μg da Moderna foram administradas nos EUA até o momento. O trabalho, então, comparou as respostas imunológicas entre as doses de 25 μg e 100 μg da Moderna
Os títulos de anticorpos neutralizantes contra regiões específicas do vírus foram aproximadamente duas vezes maiores em vacinados de 100 μg (a que está sendo distribuida atualmente) em comparação com aqueles que receberam a dose de 25 μg, com ~2x mais céls. CD4 no grupo de 100μg
Por fim, os autores foram atrás da reatividade cruzada, que falei lá em cima. Os indivíduos foram testados e separados naqueles que apresentavam essa reatividade cruzada, e aqueles que não, para comparativo
Os autores observaram que a presença dessas células pode, de alguma forma, modular a resposta que o indivíduo faz após tomar a vacina, aumentando a resposta vacinal contra a proteína Spike, por exemplo! Além disso, após 6-7 meses, a resposta estava lá, forte, ainda!
Algumas implicações disso podem ser positivas, SE CONFIRMADAS EM UM ESTUDO MAIOR, no que tange a fabricação de futuras vacinas com uma dose menor (podendo fabricar mais).
Além disso, agrega-se um pouco mais de informação nessa questão da formação da memória
É possível que pessoas que tenham resposta a outros coronavírus possam se beneficiar dessa reatividade cruzada para modular a resposta imunológica após a vacinação. Mas vamos aguardar mais estudos, sem dúvida - e maiores :)
Foi noticiada, recente e infelizmente, a morte de um menino de 13 anos, cujo quadro foi agravado pela infecção por vírus Influenza A e uma bactéria conhecida que, em casos graves, pode levar a necrose de tecidos embaixo da pele
Falaremos da bactéria Streptococcus pyogenes 🧵👇
Antes de tudo: este fio tem caráter informativo, trazendo dados sobre a bactéria em questão, sinais e sintomas, prevenção e tratamento. As questões relacionadas a condução de caso não serão tratadas aqui, tá bom? Imagino que isso será analisado por especialistas daqui pra frente
Streptococcus pyogenes é classificada como gram-positiva e beta-hemolítica (duas informações relevantes para a escolha de quais recursos - meios de cultura- usar para ajudar em seu diagnóstico)
Ela é bem conhecida e é o principal patógeno bacteriano específico do ser humano
DENGUE NO BRASIL: com diversos municípios de SP declarando emergência, a Dengue já mostra que 2025 será um ano desafiador para seu enfrentamento, e nesse fio, vamos falar sobre SINAIS DE ALERTA, PREVENÇÃO, VACINAS E REPELENTES
Bora? 🧵👇
O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Sabemos que o início do ano é marcado por um aumento de casos de arboviroses, pelas temperaturas mais altas, períodos mais frequentes de chuva, etc
🚨com a crise climáticas, surtos maiores e em regiões antes chamadas de "frias" se tornam mais frequentes
Mas há (mais) outros agravantes:
▪️ uma maior dispersão do DENV-3, com aumento significativo em SP, AP, MG e PR
por circular menos em anos anteriores, grande parte da população é suscetível ao DENV-3, dado que os que mais tem circulado, ao longo dos anos, são o DENV-1 e 2.
NOROVÍRUS pode estar por trás dos casos de diarreia e gastroenterites vistos especialmente no litoral de SP, mas é importante falarmos desse vírus pois estamos num período em que casos são esperados em diversos locais
Tudo sobre esse vírus 🧵👇
O Norovírus é um vírus entérico da família Caliciviridae e a principal causa viral de vômito, diarreia e doenças transmitidas por alimentos nos Estados Unidos, segundo o CDC. Aqui no Brasil, também é um grande causador dessas condições
Surto de METAPNEUMOVÍRUS HUMANO (HMPV) na China tem ganhado muitas manchetes no mundo e gerado preocupações
▪️Devemos nos preocupar?
▪️Há risco de uma nova pandemia?
▪️Quais sintomas, cuidados para se ter?
Isso e mais neste fio 🧵👇
Respostas rápidas pra quem tá sem tempo:
▪️ O HMPV não é um vírus novo, causa infecções respiratórias, com sintomas parecidos com a gripe comum
▪️ Tem um padrão sazonal e formas conhecidas de manejo, dificilmente causaria uma pandemia
▪️ Máscara são úteis para evitar exposição
Vamos esmiuçar então!
Metapneumovírus humano (HMPV) é um vírus da família Pneumoviridae, a do vírus sincicial respiratório (RSV) - que vocês já conhecem
Crianças, idosos e pessoas imunosuprimidas apresentam riscos maiores para doença mais séria
Gente, algumas informações sobre os próximos capítulos da vacinação no brasil:
- a Anvisa aprovou as vacinas atualizadas contra a JN. Spikevax (da empresa Adium, representando a Moderna no BR) e Comirnaty (da Pfizer do Brasil) - ambas de RNA mensageiro
Tem mais 👇🏻
- a atualização consiste em mudar apenas o antígeno da proteína Spike, para que tenha a informação da cepa que mais tem circulado no país atualmente
- a Anvisa criou uma resolução para que as vacinas a serem usadas no Brasil sejam periodicamente atualizadas em acordo com a @WHO
- até agora, somente a Moderna e a Pfizer solicitaram a análise da versão atualizada da vacina JN.1. Acredito que a Covovax, (vacina da Novavax, feita pelo Serum Institute) irá fazer essa solicitação junto à Anvisa em breve
Em 50 anos, a vida selvagem monitorada na Terra reduziu em média em 73% e se tu acha que isso não tem a ver contigo ou com tua saúde, eu tenho outra notícia ruim...
Há MUITO o que ser feito nos próximos 5 anos para enfrentar as crises climática e de biodiversidade 🔻🧵
O relatório do World Wide Fund for Nature (WWF) se baseia no Índice Planeta Vivo (IPV), fornecido pela SZL (Sociedade Zoológica de Londres) e que inclui quase 35.000 tendências populacionais de 5.495 espécies monitoradas entre 1970-2020. wwflpr.awsassets.panda.org/downloads/rela…
Segundo os dados, o maior declínio foi visto nos ecossistemas de água doce (-85%), seguido pelos terrestres (-69%) e pelos marinhos (-56%). As quedas mais acentuadas aconteceram aqui na América Latina e no Caribe (95%), seguido pela África (-76%) e Ásia-Pacífico (-60%)