Era pra ser só uma disputa de título da categoria super pena na Itália, mas Michele Broili, um dos boxeadores, tinha várias tatuagens alusivas ao nazifascismo, o que causou revolta na maioria do público.
Ele foi derrotado por Hassan Nourdine, boxeador árabe nascido em Marrocos.
A luta foi transmitida online ao vivo.
“Não posso negar que bater em alguém com essas tatuagens é uma vitória que vale em dobro”, disse Nourdine.
Mas o que se questiona agora é como a Federação Italiana de Boxe permitiu que um lutador com esses símbolos se tornasse membro.
As tatuagens de Broili incluem o número 88 (referência à frase Heil Hitler, já que o H é a 8ª letra do alfabeto), um totenkopf (insígnia com caveira e ossos cruzados, utilizada pelos nazistas) e o símbolo de uma organização skinhead.
Ele fez a saudação fascista antes da luta.
Fazer essa saudação (que tem origens na Roma antiga) é, em tese, proibido na Itália, mas desde que seja num contexto de tentar "restaurar o fascismo".
Como isso é difícil de provar, simpatizantes fascistas deitam e rolam com tamanha brecha, praticamente não sofrendo punições.
Em 2017, o governo da Itália, então de centro-esquerda, tentou restringir ainda mais o uso da saudação e de vários outros símbolos do nazifascismo.
Mas partidos de direita disseram que isso ameaçava a liberdade de expressão, e não houve apoio suficiente para aprovar a lei.
Broili não comentou a polêmica. Seu técnico, Denis Conte, diz que ele “só quer falar de esporte e só quer praticar esporte”.
“Eu achei as tatuagens obscenas”, afirmou Hassan Nourdine após vencê-lo. “A federação italiana devia ter deduzido que ele tinha essas simpatias."
O uso de símbolos nazifascistas é recorrente também no futebol. Nós falamos disso em nosso último episódio, focado especificamente no leste europeu.
Nele, nos comprometemos a fazer uma thread aqui explicando o uso de alguns desses símbolos. Sairá em breve, está prometido.
Já para ouvir o episódio, basta acessar o Spotify, o iTunes, o Deezer, o Google Podcasts ou qualquer que seja sua plataforma de áudio preferida:
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É um país cuja economia tem grande dependência da exploração de petróleo e gás natural, e que está vivendo seu auge no esporte com investimentos de um fundo soberano.
Mas não é Arábia Saudita, Catar ou Emirados Árabes Unidos: é a Noruega.
Existe sportswashing norueguês?
No futebol, Erling Haaland no masculino e Ada Hegerberg no feminino são figuras dominantes.
No xadrez, eles têm Magnus Carlsen. No tênis, Casper Ruud. No golfe, Viktor Hovland.
Nas últimas Olimpíadas de Inverno, bateram o recorde de ouros de qualquer país numa edição, com 16.
Muito do sucesso no desenvolvimento desses atletas se deve ao fundo soberano da Noruega, o mais rico do mundo, com quase US$ 2 trilhões de dólares em bens.
Ele foi criado para reinvestir na sociedade norueguesa as receitas excedentes da exploração estatal de combustíveis.
No dérbi de Roma, o ódio ao rival é manifestado com antissemitismo.
Não importa se é da Lazio para a Roma ou da Roma para a Lazio, ultras ligados à extrema-direita sempre comparam os adversários a judeus e usam símbolos nazistas.
Antes do duelo de ontem, vencido pela Roma por 2 a 0, uma faixa foi pendurada em uma das principais vias da capital italiana com a frase "Laziale judeu", acompanhada por duas suásticas.
É o mesmo comportamento que já acontecera no confronto anterior.
Na ocasião, também houve uma faixa antissemita ofendendo torcedores da Lazio.
Em um muro da capital, Hitler e Mussolini, com camisas da Roma, levavam Mr. Enrich, com uma camisa da Lazio, a Auschwitz.
Símbolos e cores são importantes, tanto para times de futebol quanto para países.
Uma das primeiras mudanças dessa nova Síria que se constrói após a queda de Bashar al-Assad foi promovida pela federação de futebol do país:
A troca de cores, saindo o vermelho e entrando o verde.
Com o fim do Império Otomano na 1ª Guerra, a Síria ficou sob controle francês.
Em 1930, os franceses conduziram a criação de uma Constituição pro país, que determinava uma bandeira nacional com três faixas, uma verde, uma branca e uma preta, além de três estrelas vermelhas.
Depois da 2ª Guerra, a Síria chegou a se unir ao Egito numa república árabe que durou entre 1958 e 1961, sob o comando de Gamal Abdel Nasser.
Essa república deu origem à bandeira síria mais conhecida: três faixas (vermelha, branca e preta), com duas estrelas verdes ao centro.
As apostas em esportes se tornaram um problema tão grave na Inglaterra que o parlamento precisou agir e aprovar uma regulamentação. Assim, apostas acima de 100 libras passaram a ser proibidas.
Isso aconteceu em 1664.
O críquete começou a crescer durante o século XVII, e em 1664 estava estabelecido como uma diversão das massas.
Também havia grande popularidade do jogo na corte do Rei Charles II, alcançando nobres que chegavam até a montar seus próprios times.
Esse momento marca, inclusive, uma das primeiras formas de profissionalismo no esporte: os times tinham jogadores pagos, que passaram a viver do críquete.
O motor por trás disso tudo, porém, eram as apostas, que corriam soltas entre todos os envolvidos.
O Sudão não é um gigante do futebol africano, mas com apenas um ponto nos próximos dois jogos, sua seleção pode se classificar pra Copa Africana de Nações e alcançar um objetivo maior:
Jogar luz na guerra civil que tomou o país desde 2023 e que costuma ser ignorada nas notícias.
Aviso: o post a seguir contém relatos sobre violência sexual.
Em outubro, o Sudão surpreendeu ao vencer a tradicional Gana em campo neutro, na Líbia, já que os sudaneses não podem jogar em casa por causa da guerra.
A vitória deixou o país próximo da CAN 2025, com partidas diante de Níger e Angola nessa data FIFA pra garantir a vaga.
No último domingo, em jogo pela terceira divisão de Montenegro, o Njegos perdia para o Zeta por 19 a 0 quando seus jogadores colapsaram em campo e a partida foi abandonada.
De acordo com um político local, os atletas do Njegos foram vítimas de envenenamento por plutônio.
O curioso é que dez jogadores do Njegos colapsaram ao mesmo tempo, aos 25 minutos do segundo tempo.
Eles foram levados a um hospital local, com alguns precisando do auxílio de um helicóptero para irem a uma UTI.
Foi Milan Knezevic, membro do parlamento montenegrino, que surgiu com a acusação de envenenamento dos jogadores por plutônio. Não houve nenhuma confirmação por parte de médicos.
Knezevic se colocou a dispoição para custear o transporte dos jogadores a hospitais na Sérvia.