POR QUE UM BANQUEIRO PREFERE CRIAR UMA UNIVERSIDADE NÍVEL MIT DO QUE DOAR R$ 120 MILHÕES PRA USP?
André Esteves, um dos donos do BTG, anunciou em abril uma doação para criar uma universidade de tecnologia… Agora essa universidade anuncia sua primeira turma!
André Esteves, um dos donos do BTG, anunciou em abril uma doação para criar uma universidade de tecnologia… Agora essa universidade anuncia sua primeira turma!
A nova universidade tem o objetivo de ser o "MIT Brasileiro" e vai abrir suas primeiras turmas de bacharelados em Eng. da Computação, Eng. de Software, Ciência da Computação e Sistemas de Informação em fev/22.
E pq não investir na melhor universidade brasileira, até então?
E pq não investir na melhor universidade brasileira, até então?
1.
A USP gasta hoje 89% do seu orçamento em salários. A lei sugere 75%. Em qualquer universidade top 50 do mundo, esse número não chega a 70%.
Os R$120 milhões doados sumiriam custeando salários... Seriam sugados mais rápido do que aspirador de pó.
A USP gasta hoje 89% do seu orçamento em salários. A lei sugere 75%. Em qualquer universidade top 50 do mundo, esse número não chega a 70%.
Os R$120 milhões doados sumiriam custeando salários... Seriam sugados mais rápido do que aspirador de pó.
2.
Ao doar R$120 milhões à USP, André Esteves (ou qualquer outro doador) não poderia opinar onde esse dinheiro seria alocado.
Dependeria da sabedoria dos que controlam o Conselho Universitário... Mas sabe para onde os sindicatos direcionariam a grana? (Volte ao tweet anterior)
Ao doar R$120 milhões à USP, André Esteves (ou qualquer outro doador) não poderia opinar onde esse dinheiro seria alocado.
Dependeria da sabedoria dos que controlam o Conselho Universitário... Mas sabe para onde os sindicatos direcionariam a grana? (Volte ao tweet anterior)
3.
Na avaliação das contas da USP em 2016, o tribunal de contas de SP as reprovou!
O motivo? Salários acima do limite.
Desde então, há 3 anos, a USP criou uma controladoria para cuidar dos R$5,7 bilhões de repasses…
Na avaliação das contas da USP em 2016, o tribunal de contas de SP as reprovou!
O motivo? Salários acima do limite.
Desde então, há 3 anos, a USP criou uma controladoria para cuidar dos R$5,7 bilhões de repasses…
4.
A USP não gera receita: mais de 95% do orçamento dela vem do ICMS, imposto sob circulação de mercadorias e serviços.
Por ser um imposto de consumo, pesa mais sobre as famílias pobres de SP.
E em anos de crise, como 2020, o Governo precisa tapar o buraco das contas.
A USP não gera receita: mais de 95% do orçamento dela vem do ICMS, imposto sob circulação de mercadorias e serviços.
Por ser um imposto de consumo, pesa mais sobre as famílias pobres de SP.
E em anos de crise, como 2020, o Governo precisa tapar o buraco das contas.
Ou seja, o estado é o pai rico que garante a mesada todos os meses.
E como o dinheiro é certo, não há por que:
- correr atrás de doações
- fazer concessões de espaços nos campi
- cobrar mensalidade para os que PODEM pagar
- fazer parcerias em pesquisas com o setor privado
…
E como o dinheiro é certo, não há por que:
- correr atrás de doações
- fazer concessões de espaços nos campi
- cobrar mensalidade para os que PODEM pagar
- fazer parcerias em pesquisas com o setor privado
…
5.
A USP não prioriza as demandas da sociedade
Em 2021, as prioridades da universidade são as mesmas de décadas atrás.
A sociedade muda constantemente, mas a USP não. Querem manter sua "autonomia universitária" com os nossos impostos.
A USP não prioriza as demandas da sociedade
Em 2021, as prioridades da universidade são as mesmas de décadas atrás.
A sociedade muda constantemente, mas a USP não. Querem manter sua "autonomia universitária" com os nossos impostos.
Para receber grandes doações, a USP precisaria priorizar também as demandas da ciência e da sociedade.
Numa universidade moderna, os departamentos que trabalham junto com o Instituto Butantan, por exemplo, teriam mais dinheiro disponível em meio a pandemia.
Numa universidade moderna, os departamentos que trabalham junto com o Instituto Butantan, por exemplo, teriam mais dinheiro disponível em meio a pandemia.
Isso sem falar da dificuldade e burocracia que é para doar um alfinete para órgãos públicos...
E esse é só o topo do iceberg.
Se as universidades brasileiras não se modernizarem, administrativa e operacionalmente, ficarão (ainda mais) ultrapassadas.
E esse é só o topo do iceberg.
Se as universidades brasileiras não se modernizarem, administrativa e operacionalmente, ficarão (ainda mais) ultrapassadas.
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