Apesar do plebiscito ter tido claro apoio da população de Berlim, é incerto se a expropriação vai de fato acontecer. Isso porque ele não é vinculativo e tanto o SPD quanto os Verdes vão lidar com cautela com as suas conseqûencias fiscais, políticas e jurídicas.
A candidata vitoriosa do SPD, Franziska Giffey, é contra a proposta, mas prometeu hoje pela manhã que vai transformar a proposta vencedora em um projeto de lei. Antes, porém, quer checar se a proposta não é inconstitucional e estabelecer os custos com mais clareza.
A candidata dos Verdes, Bettina Jarasch, também defendeu uma solução alternativa, regulando os preços mas sem se voltar à expropriação como meio.
O futuro da iniciativa também depende de qual coalizão vai continuar governando em Berlim. Se continuar sendo SPD, Verdes e Esquerda, o prospecto é mais positivo, mas Giffey pode até mesmo se juntar à União e ao FDP. Nesse caso, com certeza não haverão expropriações.
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A primeira prova de fogo para Armin Laschet, candidato da União à chancelaria, é hoje na primeira reunião da nova bancada do partido, onde se elegerá seu líder. Uma pequena insurgência contra Laschet parece surgir, mas não é certo se ela terá sucesso 👇🧶
O cargo de líder da bancada pode se tornar o mais importante do partido, caso a União de fato passe a ser oposição. Laschet quer, portanto, que o líder da última legislatura, Ralph Brinkhaus, seja eleito só interinamente, até o próximo chanceler ser escolhido.
Já Brinkaus quer, por sua vez, ser eleito pelo tempo normal de mandato: um ano. Ele é líder da bancada desde 2018 e é poderoso dentro do partido. Também por isso, o líder da CSU, Markus Söder, não tomou partido na disputa.
Quais as chances de uma coalizão Jamaica 🇯🇲, entre União, Verdes e FDP? Essa matéria da FAZ traz alguns motivos que levam a acreditar em sua possibilidade.
O primeiro motivo é a relação entre Christian Lindner, líder do FDP, e Armin Laschet, o candidato da União. Os dois se conhecem desde 2005, já trabalharam diversas vezes juntos na Rênania do Norte-Vestfália e se dão muito bem.
A proximidade programática entre União e FDP também é enorme, mais próxima do que a entre SPD e Verdes, por exemplo. Se os três partidos conseguirem firmar acordos na proteção climática bons o suficiente para os Verdes, o resto fica fácil.
Para os Verdes, um motivo é óbvio: o clima. Impulsionados pelos protestos do Fridays For Future, os jovens alemães levam o tema muito a sério.
Já outro tema, que também os conecta com o FDP, é a digitalização. Em comparação a outras nações mais desenvolvidas, a Alemanha corre atrás no processo de se conectar ao mundo digital. Enquanto os outros partidos não focam nesse tema, FDP e Verdes tem nele uma posição central.
Quais os próximos passos para se formar um governo após as eleições? Por mais que SPD e União tenham chegado na frente, a bola agora está nas mãos de FDP e Verdes. Uma coalizão sem os dois não é possível. Confiram as estratégias a serem seguidas e que acordos podem ser feitos👇🧶
Uma ideia levantada por Christian Lidner, líder do FDP, e vista com bons olhos por Annalena Baerbock, dos Verdes, é que os dois negociem primeiro entre sí, para depois conversar com União e SPD. As conversas, porém, não vão ser fáceis.
O FDP colocou como condição mínima para governar que não se aumente impostos e não se contraia novas dívidas. Isso já é um problema para os Verdes, que querem financiar investimentos em proteção climática exatamente atravez de um imposto sobre patrimônio e novas dívidas.
O clima na União parece de calma antes da tempestade. Oficialmente a postura é de lamentar o resultado, mas ainda acreditar em um governo Laschet, mas as insatisfações internas parecem estar crescendo.
Uma ala mais conservadora do partido, a Werteunion, já demandou a renúncia de Armin Laschet e Markus Söder, como líderes da CDU e da CSU respectivamente.
O governador da Saxônia, Michael Kretschman, que viu a AfD se tornar o partido mais forte em seu estado, ordenou que se reflita sobre o resultado antes de tentar um governo que, pra ele, não tem mandato popular.
Os resultados vão se estabilizando e já podemos concluir algumas coisas: o SPD vence as três eleições e tem boas chances de formar uma coalizão com Verdes e FDP nacionalmente. Outras coisas também importam 👇🧶
A Esquerda, mesmo com perigo de ficar abaixo dos 5%, vencerá três distritos diretos e entrará no parlamento. Para uma coalizão de esquerda, porém, parece que não haverá maioria.
A União atinge seu pior resultado da história, mas pode ainda liderar o próximo governo se convencer FDP e Verdes a formar uma coalizão. Tendo perdido as eleições, fica mais difícil, mas é possível.