Até então um desconhecido na Itália e nos grandes centros do futebol europeu, o defensor Kakha Kaladze se tornou o jogador georgiano mais caro da história ao ser contratado pelo Milan por 16 milhões de euros em 2001.
Mas aquela história feliz logo se tornaria um pesadelo.
Em maio daquele ano, seu irmão mais novo, Levan, um estudante de medicina, foi sequestrado por criminosos, atraídos pelo dinheiro da transferência.
Exigiam resgate de 650 mil euros. O governo da Geórgia, que não negociava com criminosos, dizia fazer o possível para encontrá-lo.
Nesse meio tempo, o pai dos irmãos Kaladze ameaçava atear fogo no próprio corpo em frente a um prédio do governo em protesto, e o próprio jogador considerava outra saída radical:
Ameaçou abrir mão da seleção da Geórgia e jogar pela Ucrânia, caso seu irmão não fosse devolvido.
Mesmo sofrendo, Kaladze seguiu entrando em campo e jogando pelo Milan. Chegou a falar do irmão na entrevista após a conquista da Champions League 02/03.
Em 2006, o corpo de Levan foi encontrado sem vida.
3 anos depois, Kaladze batizou seu 1º filho com o nome do irmão.
Fora dos campos, enquanto ainda jogava, o georgiano investiu na lucrativa indústria energética do seu país, privatizada após a queda da União Soviética. Além disso, criou uma entidade de caridade pra ajudar famílias georgianas afetadas pelo conflito com a Rússia na Ossétia do Sul
Em 2012, no fim de sua carreira, se aproximou do partido de oposição Sonho Georgiano, que triunfaria nas eleições do país naquele ano. Kaladze então se tornou ministro da energia da Geórgia (sim, havia conflito de interesses).
De 2017 pra cá, ele avançou ainda mais na política.
Naquele ano, se elegeu como prefeito de Tbilisi, capital da Geórgia.
Neste fim de semana, concorreu à reeleição, numa disputa que foi para o 2º turno, mas para o qual é considerado o grande favorito.
O Sonho Georgiano segue dominando a política local, como na última década.
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Seu time tem um patrocinador que paga muito. Mas é um Estado que está cometendo um verdadeiro massacre em outro continente. É possível abrir mão dele?
Arsenal, Bayern e PSG atualmente recebem dinheiro de Ruanda, país que financia o caos na República Democrática do Congo.
Segundo a ONU, é a Ruanda do presidente Paul Kagame que está por trás do grupo rebelde armado M23.
Há anos, o grupo causa instabilidade na região leste do Congo, mas as coisas escalaram nesse início de 2025, com o M23 tomando Goma, uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes.
Na semana passada, uma fuga de presos em Goma resultou em mais de 100 prisioneiras estupradas e queimadas vivas, segundo documento interno da ONU publicado pela BBC. O episódio ilustra a escala das atrocidades geradas pelo M23 na região.
Tudo que Gianni Infantino e a FIFA queriam pra 2026 era uma Copa do Mundo numa sede mais estável e menos problemática do que o Catar em 2022.
O retorno de Donald Trump complicou essa expectativa.
O primeiro problema está na questão da dificuldade nos vistos pra visitar os EUA.
Obter um visto estadunidense nunca foi fácil e o tempo de espera para consegui-lo aumentou com Joe Biden, chegando a até 330 dias em algumas embaixadas e consulados.
É um problema, porque os ingressos pra Copa começarão a ser vendidos só nos meses finais de 2025.
Cidadãos de 42 países, entre os quais França, Japão e Austrália, podem visitar os EUA por 90 dias sem vistos. Mas brasileiros e colombianos, por exemplo, que estiveram no top 3 de países que mais compraram ingressos pra Copa da Rússia, precisam de visto.
Escândalo na NFL: uma série de e-mails vazados revelou que a diretoria do New Orleans Saints esteve em contato direto com a arquidiocese da cidade e auxiliou na defesa de diversas acusações de abuso sexual contra menores.
New Orleans sedia no domingo o Super Bowl.
Os e-mails indicam que, sabendo que nomes de vários clérigos envolvidos em abuso sexual infantil seriam divulgados pela imprensa, a arquidiocese de New Orleans pediu ajuda à diretoria dos Saints.
Os membros da diretoria treinaram líderes da igreja em como lidar com a imprensa.
Membros da diretoria também tiveram acesso à lista de nomes antes dela chegar à imprensa, da qual removeram alguns clérigos "importantes".
O presidente do time, Dennis Lauscha, treinou um arcebispo com várias perguntas que ele deveria estar preparado para responder.
Um quarteto improvável apareceu junto em uma foto tirada em Roma, no último sábado.
Veronica Berti, esposa do cantor Andrea Bocelli, Kimbal Musk, irmão mais novo de Elon, Matteo Salvini, ministro dos transportes italiano, e Gianni Infantino.
A princípio, o que mais nos interessa na imagem é Kimbal Musk e Gianni Infantino.
Infantino esteve na posse de Donald Trump, onde disse que "juntos, faremos não só a América grande de novo, mas todo o mundo, porque o futebol une as pessoas".
Kimbal Musk se encontrou com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, mas não falou quais assuntos foram tratados.
Depois, ele e Matteo Salvini ganharam flâmulas personalizadas das mãos de Infantino.
4 de dezembro de 1935. White Hart Lane, o estádio do Tottenham, clube com muitos torcedores judeus, recebe um visitante indigesto: a Alemanha nazista.
O amistoso entre Inglaterra e Alemanha daquele dia teve muitas suásticas e muitos protestos.
A Alemanha já tinha proibido em 1935 casamento e relações sexuais entre judeus e "pessoas com sangue alemão", e as intenções de Adolf Hitler já começavam a ficar claras.
O conhecimento de que o esporte era uma ótima ferramenta política crescia rapidamente.
A FA, Federação Inglesa de Futebol, afinal, acreditava que o futebol nunca deveria se misturar com a política.
A situação política da Alemanha não interessava, apenas o que acontecesse dentro das quatro linhas.
Estados Unidos e Venezuela se enfrentam amanhã em um amistoso em Fort Lauderdale, na Florida.
Não estamos em uma data FIFA, o que torna o jogo ainda mais político.
O 2024 da seleção venezuela foi uma montanha russa.
A equipe chegou a ficar na zona de classificação direta para a Copa do Mundo de 2026 e fez brilhante campanha na Copa América, disputada também nos EUA. Caiu invicta, nas quartas de final.
Na Copa América, a seleção foi seguida por uma legião de torcedores. Há muitos venezuelanos que moram nos EUA, e a maioria é opositora de Nicolás Maduro.
Assim, seguir a seleção também era algo muito político às vésperas da eleição presidencial.