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O 3 de outubro, Dia Nacional da Agroecologia, chega nesse ano de 2021 no momento em que mais da metade da população brasileira vive com insegurança alimentar. Segue o fio para entender por que a agroecologia pode sanar a fome no Brasil. 🧶

Agricultores, pesquisadores e ativistas ouvidos pelo Brasil de Fato apontam que a agroecologia é o caminho para responder à crescente devastação do meio ambiente, para desenvolver soberania nacional e capaz de sanar a fome de toda a população.

As cadeias agroecológicas, diferentemente do agronegócio, estão pouco suscetíveis ao mercado financeiro global de commodities. Assim, são "o modelo mais adequado para alcançarmos uma soberania nacional", de acordo com vereador de Florianópolis, que baniu agrotóxicos.

A despeito da priorização estatal ao agronegócio e do desemprego crescente, as iniciativas autônomas de solidariedade no enfrentamento à fome se espalharam pelo país durante a pandemia.

A pesquisadora Islândia Bezerra, presidenta da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), afirma que essas iniciativas jamais poderiam ser feitas pelo agronegócio, "porque ele não produz alimentos", mas commodities.

Seria possível que a agroecologia abastecesse "todos os bancos de comida", de acordo com agricultores, mas para isso precisaria haver investimento dos governos. Na prática, porém, o governo federal vem cortando recursos da agricultura familiar.

Em 27 de setembro a OAB, por pedido da Associação Civil Ação Educativa, entrou com uma ação no STF para obrigar o governo Bolsonaro a implementar políticas públicas de combate à fome, denunciando um "desmonte da política de segurança alimentar".

A ação reivindica que o governo revogue a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), garanta repasses financeiros ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e invista R$ 1 bilhão no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

A isenção de impostos para a agroindústria representou R$ 29,2 bilhões em 2020. Enquanto isso, o Ministério da Agricultura aprovou, em 2020, o registro de 493 agrotóxicos, o número mais alto da série histórica.

O 3 de outubro é o dia do nascimento de Ana Maria Primavesi, uma das históricas defensoras de modelos de agricultura alternativos ao agronegócio.

Do conhecimento deixado por Primavesi, Islândia destaca que "para além do conhecer e conceber o solo como berço da nossa própria existência, ela deixou um legado de questionar o modelo que usa veneno e que reverbera em todo o planeta".

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