Você sabe o que é #Paleontologia?
E, principalmente, você sabe o porquê de investir em pesquisas para descobrir a vida, morfologia e filogenia de organismos que não existem mais?
Sabem em quais áreas um paleontólogo pode atuar?
Vem descobrir nessa #BioThreadBR
Paleontologia (do grego palaiós= antigo + óntos= ser + lógos= estudo) é a ciência que estuda fósseis, ossos e evidências da vida antiga preservadas, sobretudo em rochas (mas não exclusivamente, como veremos a seguir).
Ao contrário do que muita gente pensa, a paleontologia não estuda, em um primeiro momento, vestígios e fósseis humanos, que fazem parte de uma outra ciência, denominada Arqueologia. Frequentemente, ambas se misturam quando falamos de animais extintos há poucos milhares de anos.
Do ponto de vista científico, a paleontologia foi o que permitiu nosso entendimento de milhares de processos evolutivos que ocorreram ao longo de milhões de anos no nosso planeta. Fósseis mostram relações filogenéticas e são testemunhos da evolução e da seleção natural.
Os trabalhos de Peter Lund realizados em Lagoa Santa fizeram com que, através da paleontologia, alterássemos nossa maneira de ver o planeta, mostrando que a extinção é um processo progressivo e que organismos viventes, incluindo nossa espécie, conviveram com espécies extintas!
Toda nossa noção de conservação veio da paleontologia, pois foi ela que nos ajudou a perceber que organismos podem desaparecer do planeta. Foi nesse momento que, pela primeira vez, diversos países passaram a criar leis para proteger organismos raros mas, para muitos, já era tarde
A paleontologia possui muitas aplicações econômicas. Encontrar determinados fósseis em uma região pode ser um indicativo da presença de minerais valiosos, gases naturais ou, até mesmo, de petróleo!
Por esse motivo, empresas como a Petrobras investem em estudos paleontológicos
O estudo de pólens fósseis, denominado palinologia, nos auxilia a determinar como era a vegetação de certa região no passado e, consequentemente, a compreender as variações climáticas ao longo dos séculos e milênios (foi uma das bases para nossa compreensão do aquecimento global)
A palinologia hoje se expande até as espécies atuais, sendo uma importante ferramenta da botânica e, até mesmo, da biologia forense!
Por fim, a paleontologia é uma ciência contemplativa, extremamente utilizada para atrair pessoas para a academia científica e fazer crianças se interessarem por ciência. Como não se encantar com seres maiores que a nossa própria imaginação?
Arte por Paleonerd01 (Deviantart)
E o mais legal da paleontologia? Tem para todos os gostos! Paleobotânica, paleozoologia, paleoparasitologia, paleopatologia, paleogenética, paleohistologia, paleomicrobiologia, paleovirologia. Gosta de alguma área da bio? Ela deve existir dentro da paleonto!
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Esse simpático peixinho brasileiro tem parentes bem antigos, que surgiram há mais ou menos 400 milhões de anos!
Os peixes dipnoicos surgiram no começo do período Devoniano e foram representados por diversas linhagens, gêneros e espécies ao longo dos seus (milhões) de anos de existência.
Além do gênero brasileiro, existe também um gênero africano e um australiano.
Entre o Paleozoico e o Mesozoico, os grupos passaram por mudanças que influenciaram a preservação dos fósseis.
O registro passou de restos articulados a placas dentárias isoladas e ossos desarticulados, em geral, do crânio.
[IMGV] O que Nacional Kid, celacantos, maremotos e jornalistas têm a ver um com o outro?
🧵Segue esse fio para descobrir a origem do famoso "celacanto provoca maremoto!".
Tudo começou com o arco "Os Seres Abissais" do seriado Nacional Kid.
Em um episódio, as crianças conversam um pouco sobre esses pacatos peixes. Não demora para o Dr. Sanada aparecer e jogar a bomba de que os celacantos provocam maremoto.
Essa frase martelou a cabeça do jornalista Carlos Alberto Teixeira, na época com 17 anos. Logo, a pichação tomou as ruas não só do Rio de Janeiro, mas também de Washington e Paris!
Se prepara que vem aí o grupo de "peixes primitivos" mais famoso!
Os celacantos surgiram há mais de 400 milhões de anos, persistiram por quase todas as grandes extinções e são atualmente representados pela icônica Latimeria.
Desde seu surgimento no Paleozoico até o final do Cretáceo, o grupo é bem registrado, com mais de 130 espécies mundialmente distribuídas e bem diferentes entre si.
O registro do grupo, no entanto, apresenta um gap de cerca de 70 milhões de anos.
Essa longa ausência de ocorrências, especialmente em contraste com o rico registro mesozoico do grupo, fez com que os celacantos fossem considerados extintos até a década de 1930.
Marjorie Courtenay-Latimer foi a responsável pelo achado.
A espécie vivente está restrita à América do Norte. Os fósseis, no entanto, mostram que a ordem tinha uma distribuição bem maior, chegando à América do Sul, América Central, Europa, Ásia e África.
No Brasil, fósseis de dois gêneros já foram encontrados no #Araripe.
O segundo grupo de "peixes primitivos" são os lepisosteídeos.
Os fósseis mais antigos dos gars, como são conhecidos, são de mais de 150 milhões de anos atrás e eles têm descendentes que vivem até hoje!
As espécies viventes de lepisosteídeos são dos gêneros Lepisosteus e Atractosteus. A família tem ainda 3 gêneros extintos.
De forma geral, os gars são caracterizados por focinhos longos e pesadas escamas ganoides.
O fóssil mais antigo da família é do final do período Jurássico e ajudou a entender melhor a diversificação de Lepisosteoidea, superfamília que abriga os lepisosteídeos, e a ecologia dos gars.
O primeiro grupo de "peixes primitivos" são os polipteriformes.
Os fósseis mais antigos desses carinhas simpáticos são de mais ou menos 100 milhões de anos atrás e eles têm descendentes vivos até hoje!
Durante o período Cretáceo esse grupo era representado por, pelo menos, 10 gêneros conhecidos.
Hoje em dia, essa diversidade é BEM menor, com apenas 2 gêneros viventes: os bichir (Polypterus) e os peixes-cobra (Erpetoichthys).
Esses dois gêneros fazem parte da família Polypteridae e retêm vários caracteres considerados "primitivos": escamas ganoides, pulmões funcionais, e nadadeira caudal heterocerca.