O cenário atual da pandemia na Europa, revelado com dados do @ECDC_EU, serve de alerta:
→ A desigualdade da cobertura vacinal é um problema global. Países com baixa cobertura têm sido duramente afetados com aumento de casos E óbitos.👇🏾🧵
A baixa cobertura vacinal em alguns países da Ásia, América Latina, Leste Europeu e em especial no continente africano tem que ser vista como um problema de todos nós.
Enquanto tivermos populações não vacinadas, o SARS-CoV-2 seguirá se disseminando mundialmente e causando danos.
Alguns países no leste europeu tem menos de 50% da população totalmente vacinada. Somada à baixa cobertura vacinal, medidas como uso de máscara e distanciamento foram negligenciadas.
Resultado: aumento nos casos, hospitais saturados, e aumento nos óbitos.
Como está o cenário da pandemia em países com maior cobertura vacinal?
Abaixo estão os líderes do ranking. 💉
Nas últimas semanas, países como Bélgica, Dinamarca, Holanda e Reino Unido têm visto um aumento nas hospitalizações. Mesmo com ~70% da população totalmente vacinada, o uso de máscara em ambientes fechados e distanciamento ainda são essenciais. Países tem voltado com tais medidas.
Em países europeus com alta cobertura vacinal, como Portugal e Espanha (>80%), os casos seguem controlados. Vacinas + outras medidas podem ser a resposta.
Já em países do norte europeu, onde uso de máscara foi flexibilizado, os casos têm subido, mas óbitos não seguem a tendência
— "Como assim, a vacina não é infalível?"
Não, não é infalível. Nem é o 'elixir da vida eterna'. É um imunizante que estimula seu corpo a montar uma resposta imunológica contra o vírus. Essa proteção dependem do seu corpo, que tem que reagir ao estímulo.
O que o contexto atual da pandemia na Europa nos diz?
Mesmo com ~70% da população totalmente vacinada, é um ERRO flexibilizar o uso de máscara. O vírus segue em circulação. Devemos olhar para a Europa e entender que o momento ainda pede CAUTELA, mesmo com o avanço da vacinação.
Nenhuma vacina vai blindar seu corpo contra os vírus. Não é 8 ou 80. E a proteção vacinal decai com o tempo, daí a necessidade de doses de reforço em algum momento. No momento temos que seguir avançando com a vacinação, e repensar essas reaberturas amplas que temos visto.
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Um grupo de pesquisadores internacionais empenhou esforços para desenvolver um sistema de nomenclatura de linhagens do vírus da dengue (DENV), essencial para facilitar a comunicação e a pesquisa sobre o vírus.
Quer saber mais? Segue o fio. 🧵👇🏾
O DENV possui quatro sorotipos (DENV-1 a DENV-4), cada um com múltiplos genótipos. A evolução do vírus envolve mutações frequentes durante as infecções, traços genéticos que são monitoráveis quase em tempo real. O vírus acumula cerca de ~7 mutações por ano.
A forma tradicional de nomenclatura de linhagens de DENV tem limitações, como a inconsistência global e a resolução insuficiente, que agrupa grande diversidade genética em poucas categorias, dificultando a detecção de novas linhagens.
Programo em Python. Adoro resolver problemas que envolvem programação. Mas se tem uma coisa que detesto é gastar horas tentando entender falhas (bugs) nos códigos. As vezes perco a esperança de achar a causa do problema, e no fim descubro que foi um 'espaço' fora do lugar. 😵💫💢🪲
Comecei a programar no mestrado em Microbiologia na USP. Queria tentar MSc em Bioinformática, mas o programa exigia alto nível de conhecimento em computação.
Hoje programo por que aprendi durante o PhD no Reino Unido, onde eu NÃO precisava chegar sendo especialista em computação
Como biólogo que programa, devo admitir: tenho os dois pés atrás perante alguns programadores profissionais.
Sem generalizar, mas com frequência me deparo com profissionais arrogantes, que tratam iniciantes como idiotas ('noobs'), em razão de dúvidas simples sobre programação.
"Flurona": importante esclarecer sobre esse termo (inadequado) usado para designar coinfecções pelos vírus Influenza e SARS-CoV-2
1⃣ Não, não existe um vírus híbrido da gripe/COVID
2⃣ Infecções simultâneas por vírus que se disseminam juntos acontecem: é normal, porém indesejável
É importante ter muito cuidado ao inventar termos não-oficiais para designar doenças ou patógenos. Termos como "flurona", "Delta plus" só geram confusão e ansiedade desnecessárias: "vírus híbrido", "super doença", "vírus mais agressivo".
Usem conceitos, não termos "criativos".
Deixemos os neologismos para a Literatura. Funcionam bem por lá. Em saúde pública, quanto mais nos atermos aos conceitos e termos oficiais, menos ruídos e interpretações equivocadas geramos.
Nos painéis abaixo, vemos as proporções de cada sublinhagem das principais variantes em circulação no Brasil. Tais proporções devem ser avaliadas com cautela, pois não sabemos ao certo quais estratégias de amostragem foram usadas. Logo, existem vieses.
Proporções (%) das variantes detectadas no Brasil em cada semana (datas = último dia das semanas). No mapa, o tamanho dos círculos (pizzas) denotam a quantidade de genomas amostrados nos estados, e as cores indicam as variantes.
Gente maluca de verde e amarelo na Paulista sempre me lembra as artes de @vitorcartum. Retratam bem como o Brasil chegou nesse nível de insanidade de 2013 para cá.