Você quer entender o que está acontecendo no Brasil? Vou te contar uma história.
Em 1990 o Brasil vivia uma crise de criminalidade violenta.
Mais uma.
A Lei dos Crimes Hediondos (8.072) daquele ano foi uma tentativa de responder à crise.
A lei enumerava os crimes considerados hediondos e determinava que, nesses casos, a pena do criminoso deveria ser cumprida integralmente em regime fechado. Ou seja, o criminoso deveria ficar preso de verdade.
Em 1992 a atriz Daniela Perez foi brutalmente assassinada a tesouradas. Apenas SETE ANOS depois o casal assassino já estava livre.
O crime - homicídio qualificado - não era considerado hediondo.
Trecho do meu livro Os Inocentes do Leblon, recomendado aos defensores da "3a via".
Pedi ao então Ministro Sergio Moro o endurecimento da lei penal.
O texto do projeto de lei que entreguei nas mãos de Moro está na parte final de Os Inocentes do Leblon: amzn.to/3diEOBw
O encontro foi registrado em vídeo. Um trecho está aqui. Naquela época - janeiro de 2019 - os eleitores ainda tinham a esperança de que o então Ministro da Justiça promovesse o esperado endurecimento da legislação penal.
Aconteceu o contrário.
O "pacote anticrime", nas mãos do Freixo, virou pacote "pró-crime"
Em seguida o 5 T F tomou uma série de medidas garantistas, entre elas a soltura de "menores infratores" e a suspensão de operações policiais no Rio.
“Dia desses peguei um processo criminal em fase de execução da pena. O vagabundo queria sair para visitar a mãe.
Faltavam ainda 7 anos de pena a serem cumpridos.
7 ANOS.
A ‘vítima da sociedade’ tinha mais de 5 anotações criminais. No cumprimento da pena anterior, voltara a delinquir JUSTAMENTE DURANTE A SAÍDA TEMPORÁRIA.
Fora preso outra vez em flagrante, e agora pedia, novamente, uma saída para ‘ver a mãe’.
O juiz concedeu a saída. Disse que o vagabundo tinha bom comportamento e que já havia cumprido o tempo de pena necessário para gozar do benefício.
A doença provocada pelo covid-19 é, evidentemente, um grave problema mundial.
Mas não existe qualquer dúvida de que ela está sendo usada como arma política e econômica.
Eu próprio testemunhei inúmeras ocasiões em que a resposta à pandemia - inexistente, suave ou drástica - foi dada conforme a conveniência política do decisor.
Eu vi a gloriosa Polícia Militar do Rio de Janeiro ser usada para mandar que os banhistas ficassem em pé na praia (para caracterizar "atividade esportiva"), enquanto uma "medida protetiva", vinda da mais alta corte, restringia quase totalmente operações policiais nas favelas.