Nos primatas, chamados alimentares podem ser ajustáveis à presença de espectadores e à natureza do recurso. Os ajustes podem ser influenciados pela identidade do emissor, driblando a competição por comida ou gerando benefícios diante da provisão de informações para o grupo.
Por isso, este trabalho buscou verificar em Callithrix jacchus (Callitrichidae), se as vocalizações de contexto alimentar eram influenciadas pelo status social dos indivíduos (com foco nos ajudantes) que primeiro encontravam a comida e também pela qualidade dos alimentos.
Pesquisamos dois grupos de saguis selvagens (8 e 9 indivíduos) no bioma da Caatinga. Gravamos, em vídeo e áudio, 60 experimentos alimentares que consistiam em apresentar alimentos de alta (AQ) e baixa qualidade (BQ) (banana e maçã, respectivamente), em 3 diferentes condições.
Registramos o primeiro indivíduo a chegar, se vocalizou ou não, latência até realização do chamado, nº de chamados emitidos, chegada de membros do grupo, evasão de focal da área de alimentação e agressões (mas devido ao baixo N amostral, não utilizamos as duas últimas variáveis).
Para as fêmeas ajudantes do grupo, as chamadas alimentares parecem não sofrer influência para alimentos AQ, realizando mais chamados para alimentos BQ (p > 0,005), enquanto apresentou maior latência para vocalizar quando pequenas quantidades de alimento estavam disponíveis.
Os machos ajudantes, por outro lado, chamaram com menor latência e maior taxa de chamadas de vezes para alimentos AQ. Já a latência não foi alterada de acordo com a quantidade, sendo visto altas taxas de vocalização para qualquer quantidade de alimentos.
Ajudantes apresentam menos acesso a alimentos, mas devido a natureza competitiva das fêmeas ajudantes para com as dominantes, esses resultados podem indicar estratégias influenciadas pela identidade do descobridor de alimentos, garantindo mais tempo de alimentação.
Nossos resultados corroboram a maior proatividade de machos ajudantes para compartilhar informações. Observamos também um comportamento vocal mais contido das fêmeas ajudantes quando os recursos eram mais escassos e valiosos, o que pode contornar a competição por recursos.
Ainda, encontramos nessas diferenças de comportamento vocal um reforço às diferentes estratégias adotadas por indivíduos de ambos os sexos, dada pela diferença de acesso entre recursos, o que gera o balanço entre competição e cooperação em Callithrix jacchus.
Agradecimentos ao CNPq, ao Ricardo Crochemore pela ilustração e à Equipe do Parque Saint-Hilaire.
O conhecimento sobre a história natural e bioacústica de cigarras Neotropicais é incipiente. Para a tribo Carinetini (Cicadettinae), com cerca de oito gêneros e mais de 100 espécies descritas, inexistem estudos.
Neste trabalho é descrita pela primeira vez a dinâmica acústica de duas espécies simpátricas de Carinetini: cigarra-colorida, Carineta diardi (Guérin-Méneville, 1829), e a cigarra-do-gravatá, Guaranisaria llanoi Torres, 1964.
Alan Pedro de Araújo, Rodrigo Barbosa Ferreira, Emanuel Giovane Cafofo, João Victor A. Lacerda, Cássio Zocca, Rogério Pereira Bastos.
Agradecimentos: CAPES, PPGEcoEvol (UFG), Projeto Bromélias (IMD), INCT (EECBio).
Os anuros produzem som para comunicação, por exemplo, durante a reprodução. A grande maioria das espécies de anuros vocaliza à noite e em período chuvoso. Por isso uma forma de identificar e acompanhar, temporalmente, as espécies de uma comunidade é por meio de seu canto.
Acompanhar a atividade temporal dos cantos das espécies (comunidade acústica) nos ajuda a entender seus padrões e seus picos de atividade. Neste trabalho, objetivamos acompanhar e verificar os padrões temporais da comunidade acústica de anuros que se reproduzem em bromélias.
FISH CHORUS AND VESSEL NOISE IN A MARINE PROTECTED COASTAL REEF
Alfredo Borie-Mojica
Universidade Federal de Alagoas, UE Penedo
Fish sounds can be emitted in different contexts for social communication, and serve as natural markers of fish species.
The passive acoustic method allows researchers to identify and monitor fish populations just by listening to them. Also, anthropogenic noise, including vessel traffic could interferes in fish communication.
Para minimizar os impactos da atividade de pesquisa sísmica, o IBAMA requer um período de 30 minutos sem mamíferos marinhos ou tartarugas em um raio de 1000m(ZE) antes do acionamento das fontes sísmicas, e o seu desligamento quando uma espécie protegida é detectada dentro da ZE.
O MAP é obrigatório, assim como a gravação das varreduras realizadas antes das fontes serem religadas após uma detecção. O objetivo deste estudo foi auditar as varreduras acústicas entregues ao IBAMA e assim colaborar para a melhoria do MAP como ferramenta de mitigação.
Sons Biológicos e Antropogênicos do Baixo São Francisco - Autora: Elen Vivian Santos Silva
Coautor: Alfredo Leandro Borie Mojica
A região Sul de Alagoas é rica em ambientes aquáticos, um deles é o território do baixo São Francisco e áreas costeiras, ambas possuem uma intensa atividade pesqueira.
Utilizando o método acústico passivo, é possível avaliar a paisagem sonora em vários ambientes aquáticos e identificar diversos organismos de forma não invasiva e não destrutiva.
Influência das relações filogenéticas sobre os traços do canto de aves suboscines (Passeriformes: Tyrannidae)
Bianca D. Silva, et al.
O canto é um meio de comunicação intraespecífica utilizado na maioria das espécies de aves e tem influência direta no sucesso reprodutivo destas. Ele pode ser fruto das relações filogenéticas e/ou moldado por processos ecológicos, como a competição pelo espaço acústico,
filtro ambiental ou por processos estocásticos. Este trabalho teve por objetivo testar a importância relativa dos quatro fatores citados sobre os padrões dos traços acústicos de um grupo monofilético de aves, ao longo de um gradiente de fragmentação de habitats florestais.