O desenvolvimento vocal pode ser estudado no aspecto da produção, do uso e da compreensão da vocalização. Em relação a produção, primatas não-humanos parecem emitir vocalizações semelhantes às emitidas por adultos desde muito cedo, não dependendo de aprendizagem social.
Além da experiência auditiva, o desenvolvimento corporal pode afetar os parâmetros acústicos, mas poucos estudos investigam tais modificações. Esse trabalho investigou se há modificações das vocalizações ao longo do desenvolvimento de infantes de macacos-prego.
O estudo foi conduzido com 19 infantes de macacos-prego (Sapajus libidinosus) na Fazenda Boa Vista, no sul do Piauí. Os infantes foram acompanhados desde o nascimento até os 36 meses de idade pelo método animal focal e todas as vocalizações que eles emitiram foram gravadas.
Seis parâmetros acústicos de frequência e de tempo foram extraídos de dois tipos de vocalização de contato (Trill e WS). Um teste GLMM foi feito para cada parâmetro de cada tipo de vocalização. Foram incluídos Trills emitidos até o 31º mês e WS emitidos até o 8º mês
Para o Trill, as idades foram agrupadas em dois clusters (2-11 e 12-31 meses). A frequência 5% e o pico de frequência diminuíram entre os clusters; o número de sílabas e a duração até o pico da frequência aumentaram. A largura da banda e a duração não tiveram diferenças.
Para o WS, a frequência 5% e o pico de frequência diminuíram até o 6º mês e depois se mantiveram. A duração aumentou até o 3º mês e depois se manteve. A duração até o pico da frequência, o número de sílabas e a largura de banda não foram diferentes entre as idades.
As modificações encontradas aqui refletem o desenvolvimento corporal. A duração do Trill não mudou, mas o tempo para atingir o pico de frequência aumentou, o que pode ser resultado do aumento do controle motor.
Diferentes tipos de vocalizações sofrem modificações diferentes. Essas modificações são mais o resultado do desenvolvimento corporal do que de um aprendizado social, apesar da experiência individual poder ter algum papel na modificação da produção das vocalizações também.
Esses tipos de vocalizações também são emitidas por adultos, mas em uma taxa bem menor e em contextos diferentes. Trabalhos futuros podem investigar se o uso dessas vocalizações passa por um aprendizado social.
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Agradecimentos ao CNPq, ao Ricardo Crochemore pela ilustração e à Equipe do Parque Saint-Hilaire.
O conhecimento sobre a história natural e bioacústica de cigarras Neotropicais é incipiente. Para a tribo Carinetini (Cicadettinae), com cerca de oito gêneros e mais de 100 espécies descritas, inexistem estudos.
Neste trabalho é descrita pela primeira vez a dinâmica acústica de duas espécies simpátricas de Carinetini: cigarra-colorida, Carineta diardi (Guérin-Méneville, 1829), e a cigarra-do-gravatá, Guaranisaria llanoi Torres, 1964.
Alan Pedro de Araújo, Rodrigo Barbosa Ferreira, Emanuel Giovane Cafofo, João Victor A. Lacerda, Cássio Zocca, Rogério Pereira Bastos.
Agradecimentos: CAPES, PPGEcoEvol (UFG), Projeto Bromélias (IMD), INCT (EECBio).
Os anuros produzem som para comunicação, por exemplo, durante a reprodução. A grande maioria das espécies de anuros vocaliza à noite e em período chuvoso. Por isso uma forma de identificar e acompanhar, temporalmente, as espécies de uma comunidade é por meio de seu canto.
Acompanhar a atividade temporal dos cantos das espécies (comunidade acústica) nos ajuda a entender seus padrões e seus picos de atividade. Neste trabalho, objetivamos acompanhar e verificar os padrões temporais da comunidade acústica de anuros que se reproduzem em bromélias.
FISH CHORUS AND VESSEL NOISE IN A MARINE PROTECTED COASTAL REEF
Alfredo Borie-Mojica
Universidade Federal de Alagoas, UE Penedo
Fish sounds can be emitted in different contexts for social communication, and serve as natural markers of fish species.
The passive acoustic method allows researchers to identify and monitor fish populations just by listening to them. Also, anthropogenic noise, including vessel traffic could interferes in fish communication.
Para minimizar os impactos da atividade de pesquisa sísmica, o IBAMA requer um período de 30 minutos sem mamíferos marinhos ou tartarugas em um raio de 1000m(ZE) antes do acionamento das fontes sísmicas, e o seu desligamento quando uma espécie protegida é detectada dentro da ZE.
O MAP é obrigatório, assim como a gravação das varreduras realizadas antes das fontes serem religadas após uma detecção. O objetivo deste estudo foi auditar as varreduras acústicas entregues ao IBAMA e assim colaborar para a melhoria do MAP como ferramenta de mitigação.
Sons Biológicos e Antropogênicos do Baixo São Francisco - Autora: Elen Vivian Santos Silva
Coautor: Alfredo Leandro Borie Mojica
A região Sul de Alagoas é rica em ambientes aquáticos, um deles é o território do baixo São Francisco e áreas costeiras, ambas possuem uma intensa atividade pesqueira.
Utilizando o método acústico passivo, é possível avaliar a paisagem sonora em vários ambientes aquáticos e identificar diversos organismos de forma não invasiva e não destrutiva.
Influência das relações filogenéticas sobre os traços do canto de aves suboscines (Passeriformes: Tyrannidae)
Bianca D. Silva, et al.
O canto é um meio de comunicação intraespecífica utilizado na maioria das espécies de aves e tem influência direta no sucesso reprodutivo destas. Ele pode ser fruto das relações filogenéticas e/ou moldado por processos ecológicos, como a competição pelo espaço acústico,
filtro ambiental ou por processos estocásticos. Este trabalho teve por objetivo testar a importância relativa dos quatro fatores citados sobre os padrões dos traços acústicos de um grupo monofilético de aves, ao longo de um gradiente de fragmentação de habitats florestais.